O Dia em que o Homem-Aranha Encontrou Barack Obama

Não é novidade nenhuma que o Homem-Aranha encontrou Barack Obama, o presidente recentemente eleito nos EUA. Noticiamos aqui assim que a pequena história seria adicionada a Amazing Spider-Man 583. O que surpreendeu um pouco foi o fato da Panini não esperar os 12 meses de média que distanciam o que sai lá fora e aqui no Brasil, mas lançar logo o famoso encontro em Homem-Aranha 87. E ficou famoso mesmo nos EUA, porque as vendas da revista foram alavancadas em meio a euforia depositada na chegada do novo presidente. Portanto, vamos falar um pouco do encontro.

E ela é bem simples. Boba até, se você parar para pensar. Mas a idéia não era mesmo criar um momento memorável de roteiro, arte e cronologia do Homem-Aranha. Tudo começa com um inusitado trabalho de Peter Parker cobrindo justamente a posse do novo presidente em Washington DC, no dia 20 de janeiro de 2009, sabendo que vivencia ali um momento que ficaria para a história.

Porém, de repente, assim que Barack Obama surge com sua segurança pessoal para a cerimônia, um outro carro se choca com a limusine na qual chegou, e dele sai... Barack Obama! Alguém exatamente igual ao presidente eleito, ou o próprio presidente eleito, que acusa aquele que chegara momentos antes de impostor.


Peter logo levanta as possibilidades de quem pode ser. Desde skrulls, uma ilusão de Mysterio, até mesmo um ator. E o amigão da vizinhança, mesmo longe pacas da sua própria vizinhança, entra em ação. E quando interfere, o Homem-Aranha logo diz que tem experiência com sósias, fazendo referência à nefasta saga do clone ou mesmo ao seu próprio longa-metragem.


Ao invés de apelar para a pancadaria, o Aranha tem uma idéia melhor. Perguntar algo que somente o verdadeiro Obama saberia. E um de seus seguranças questiona qual era o apelido do quase presidente quando jogava basquete no segundo grau (aqui vale a nota de que o atual presidente dos EUA é muito ligado a esportes, principalmente basquete, além de ser leitor das antigas do próprio Homem-Aranha!). Enquanto um dos Obamas reage mal à pergunta, outro responde sem hesitar: Barry, o Bombardeiro.


E tudo só piora para o impostor, que, questionado pelo verdadeiro Obama, até de capacete em jogo de basquete falou. Ainda assim, os seguranças e o Aranha não parecem muito certos (não sei como, mas tudo bem), e propõem uma rápida disputa de basquete. O impostor continua falando besteira sobre o esporte e tentando frustrar a tentativa. O que finalmente convence a todos.

O impostor se irrita muito, e se revela como um dos mais tradicionais antagonistas do Homem-Aranha, o Camaleão, e lamenta que quase conseguiu fazer o juramento que lhe daria os poderes de presidente dos EUA. O presidente eleito reconhece a necessidade de uns cascudos, o que o Aranha não tem dificuldade em fazer.


Já se despedindo, e tentando chamar menos atenção do que já fez, principalmente por ser acusado de assassinatos em série, o Aranha é interpelado por Obama. Que o agradece cordialmente, sem nenhum tipo de formalidade, reconhecendo seu heroísmo. Vendo e fotografando a posse de longe, o Homem-Aranha parece tranquilo, crendo que o país se encontra em boas mãos.


A história, escrita por Zeb Wells e ilustrada por Todd Nauck, como falei, é bobinha mesmo. Não tem grandes aspirações, mas, ao mesmo tempo, demonstra bastante a forma como os americanos vêem seu novo presidente, há tão pouco tempo em exercício. Ao mesmo tempo em que o reconhecem como alguém ligado a seus passatempos favoritos (como esportes e HQs), depositam nele uma esperança, em meio a um momento de grave crise, contrapondo o que foi feito nos últimos oito anos a dias melhores por meio de seu novo líder político. O que será do governo de Barack Obama à frente da ainda maior potência mundial, só os anos mostrarão.


João


PS.: A capa do artigo é uma das diversas variantes lançadas nas inúmeras reedições que a revista Amazing Spider-Man 583 teve, o que lhe valeu lugar entre as maiores vendas do século.