terça-feira, 8 de novembro de 2016

Diretor fala sobre linha do tempo, luta final e mais curiosidades do filme do Doutor Estraho



Um dos filmes mais ricos e intrincados da Marvel Studios, Doutor Estranho levanta muitas questões mesmo depois dos créditos e os fãs acabam em discussões animadas e intermináveis. Para solucionar parte disso das dúvidas que giram neste tema, o diretor Scott Derrickson conversou com a Empire Online e revelou bastante coisa. Confira:

Uma das questões mais discutidas aqui é quanto ao tempo em que o filme se passa dentro da cronologia do Universo Cinematográfico Marvel. Por se tratar de um filme de origem com certa passagem de tempo, e meio que desprendido dos demais da Marvel, ficou complicado saber exatamente onde ele se encaixa. O diretor comentou na Empire que de todo modo o filme como um todo aconteceu durante UM ANO:

"Stephen Strange levou um tempo de três a seis meses para se recuperar do acidente (há uma resposta mais precisa sobre isso, mas eu não me lembro)" - disse o diretor à revista, colocando que o tempo de tela total seria de um ano (de um outono ao outro), mas não quis muito se ater aos detalhes - "Não me prendo muito nisso, pois eu não penso mais nisso, já faz um bom tempo" - comentou meio atrapalhado.

O fato é que mesmo afirmando em entrevistas que o filme desemboca nos tempos atuais,  o seu começo acontece provavelmente em algum momento da Fase 2. A aparição da Torre dos Vingadores plenamente funcional da janela no momento anterior ao acidente e Wong citando os Vingadores mostra bem isso. Há também uma confusão envolvendo um potencial paciente que sofreu um acidente num protótipo de armadura, que fez muita gente acreditar ser o Rhodes, mas que já foi negado pelo diretor em outra entrevista e parece ser mais provável que seja uma citação ao militar que foi piloto de testes de Justin Hammer em uma de suas armaduras (como mostrado em Homem de Ferro 2).

Vale ressaltar também que, apesar de oficialmente ninguém ter até agora pontuado literalmente o tempo fictício em que se passa os filmes, é de se supor até pela própria narrativa dos filmes que mesmo com mais de 8 anos de existência, os eventos de Homem de Ferro 1 até os atuais sejam num espaço de tempo menor que isso (talvez 4 a 5 anos num todo) e que o "um ano" do começo do Doutor Estranho para o momento em que ele se encerra compreenda uma passagem do meio da fase 2 até o começo da 3. Uma questão que certamente Derrickson e Kevin Feige vão deixar de responder é se aquela citação de Stephen Strange em Capitão America: Soldado Invernal se passava antes ou depois de sua transformação pessoal.


Como já noticiamos anteriormente aqui, o grande vilão que aparece no filme, Dormammu, também foi interpretado por Benedict Cumberbatch: "Foi por uma razão com três motivações. Uma é que o Benedict sugeriu. A segunda é que ele tem aquela voz maravilhosa e que você viu como Smaug, claro; e terceiro é que ele entendia exatamente quem Dormammu era. Ele é o narcisista cósmico supremo. Há algo fantástico sobre essa relação espelhada entre os dois". Na matéria, a Empire detalha que a voz de Cumberbatch foi mixada junto com a voz de outro ator, para que a audiência não reconhecesse ela de imediato.

Outra curiosidade da matéria foi revelar que originalmente o vilão do primeiro filme foi pensado para ser outro - Pesadelo e a Dimensão dos Sonhos (mas que como já vimos foi deixado de lado para o futuro). "Kevin fez uma objeção grande. O problema de começar já com o Pesadelo é colocar essa ideia da Dimensão dos Sonhos de cara como uma outra dimensão. O filme já era desafiador o suficiente. Já era um filme de exposição pesada. Dormammu conseguiu fazer sentido. E ele é o vilão mais presente nos quadrinhos".

O Diretor colocou também que a ideia do final diferente de qualquer filme foi uma resposta ao que já vinha acontecendo a outros filmes de heróis. "Literalmente foi para resolver essa questão de que falavam que 'Oh, mas todo filme da Marvel termina com uma cidade sendo destruída na luta e daí um portal abre e fecha na hora certa. Eu pensei em fazer diferente e reverter a destruição de uma cidade e deixar o tal portal aberto para Estranho ir parar lá e ver o que tem do outro lado. É a maneira do meu filme ser diferente, oras". O diretor também comentou que uma fala do filme foi cortada, onde especificava quantas vezes Estranho tentou barganhar com Dormammu e morreu. "Estranho dizia que 'passamos por isso mil vezes. Literalmente. Eu encarei essa ideia de que eles passariam por mil vezes a mesma coisa até que Dormammu percebesse que não sairia mais daquilo sozinho" - comentou.

Na mesma entrevista, Scott Derrickson deixa bem claro que por mais que ele tenha domínio sobre o longa, é Kevin Feige que dá a palavra final: "Kevin é o principal escritor quando se refere a integrar todas essas diferentes histórias. Ele veio uma vez e se sentou no set comigo e disso algo sobre o que acontece em Thor: Ragnarok... e isso vai funcionar pra algo em Guerra Infinita. E eu pensei que essa informação que estava tendo era a mais secreta que tinha no mundo do entretenimento. Eu pensei comigo mesmo o quanto tinha de poder agora. Se eu twittasse aquilo, seria uma crise global" - brincou ele e disse que por sua própria segurança esqueceu o que foi lhe dito em menos de 24 horas.

Scott falou sobre os desdobramentos que foram deixados para o futuro e até comentou que em determinado momento havia parte do roteiro que colocaria Strange como o novo Mago Supremo, mas isso foi retirado: "Teríamos muito problemas com isso. Era prematuro demais. Uma vez que ele é jogado com a explosão para o Sanctum de Nova York, ele apenas aceita seu papel como mago num conflito de 24 horas. Deveria haver um longo caminho para ele se tornar o Mago Supremo. Eu acho que no tempo dos quadrinhos levou 10 anos antes de ele ser de fato Mago Supremo".


Mordo (Chiwitel Ejiofor) é o que certamente mais promete para o futuro e Derrickson o definiu como o Fundamentalista Anti-Fundamentalista: "Quando alguém se entrega para um código moral estrito e extraordinário, o processo de quebrá-lo é algo muio violento. Ele ficou muito desiludido com a Anciã. A diferença principal ali é que Estranho consegue aceitar as contradições. Mordo não pode aceitar isso, e é por isso que vemos esse salto dele na cena pós-credito e ela faz completo sentido".


Na mesma entrevista, Scott Derrickson falou mais sobre as cenas extras gravadas por seus amigos diretores Taika Waititi e James Gunn e como foi todo processo de troca de ideias pelo celular. Ele também citou vários objetos que aparecem num piscar de olhos no filme, como o Bastão do Absoluto e que devem ser mais explorados na versão do DVD e Blu-Ray. Por fim, a suposta citação da personagem Carol Danvers como sendo a paciente atingida por um raio foi deixada no ar e ficou como mistério pro futuro.

Coveiro

comments powered by Disqus