terça-feira, 9 de outubro de 2012

Guerreiros Secretos: Nick Fury Was Right

Guerreiros Secretos foi uma das revistas que surgiu após a saga Invasão Secreta, mostrando o destino da equipe de lagartas criadas por Nick Fury durante o ataque Skrull ao Planeta Terra. Após 28 edições, comandadas por Jonathan Hickman (no início, Bendis dividia os créditos), a revista chegou ao fim. Com um texto que amarra muitas pontas soltas (mas também cria algumas), é hora de ver o desfecho da guerra entre Hidra, Leviatã e Comandos Selvagens, publicado em Capitão América e Os Vingadores Secretos n°  14 e 15.

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Basicamente, nas duas edições em referência, Nick consegue concluir, com sucesso, seu plano de desmantelar as duas grandes organizações terroristas: Hidra e Leviatã. No caso da Hidra, Nick acaba por eliminar a grande liderança da organização, Barão Strucker com um belo tiro na cabeça. Sem Strucker, que já estava fora de ação, a organização passa por um racha. Gorgon e Madame Hidra ficaram com uma parte da Hidra esfacelada. Kraken, que na verdade era o irmão de Nick, Jacob, continua no jogo, talvez para instigar os dois lideres remanescentes à destruição mútua.

Confesso que achei essa parte forçada. Todo o início de Guerreiros Secretos se deu no momento em que Fury descobre a estrutura corrupta que sustentava a SHIELD, sendo que essa estrutura tinha como origem a Hidra. Depois, como quase que por mágica, Fury, de manipulado, passa a manipulador. Fora o retcon para trazer de volta Jacob. Considero essa parte fraca, já que foram adotadas soluções fáceis para a resolução da trama. Aparentemente, Hickman tinha um plano mais elaborado para resolução da trama, mas não pode mostrá-lo.

O desfecho da Leviatã também é apresentado nesse final de arco. Graças ao jogo manipulativo de Nick, Orion, ao tentar refazer o processo de aprimoramento proposto em Pietá, acaba por exterminar toda a sua organização. No final, a Leviatã passa a ter dois membros: Condessa e Orion. Condessa se entrega as autoridades em Berlim, onde recebe uma visita de Nick Fury. Trata-se de um excelente diálogo, onde Nick e Condessa tentam se acertar, apesar do todo o jogo sujo de Condessa. Orion, por sua vez, se torna, nas palavras de Nick, apenas mais um supervilão em meio a um monte super-heróis (que preferem se matar entre si, para variar) . Assim, Orion, sem a sua organização, não representava uma efetiva ameaça. Apesar de ser uma solução eficiente, isso praticamente mata um bom conceito, inclusive deixando de lado uma organização com potencial para se equiparar ao Tentáculo ou à Hidra.


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A cereja do bolo, por sua vez, é o destino dos Comandos Selvagens Dum Dum e Jasper, presos na ONU desde os eventos desastrosos na China, ganham a liberdade. Com base nas informações concedidas pelos referidos comandos, a ONU tem elementos para montar uma organização de reposta  rápida ao terrorismo propagado por organizações como Hidra e Leviatã. Os EUA aceitam a criação de uma organização multi-lateral. Apenas impõe uma condição: Que no período inicial a organização seja comandada por um norte-americano.  E o escolhido é o Senador Ralston, o Rebelde. Com isso, uma nova organização, do porte da SHIELD ressurge, sem a estrutura corrupta que a antiga tinha. Uma nova estrutura comandada, totalmente, pelos companheiros de Nick Fury. 

Com libertação,  o núcleo principal da SHIELD está de volta. Mas Nick  não quer voltar a comandar a sua antiga organização. Ora de passar a bola para os mais novos. Com isso, Daisy Jonhson, a Tremor, é destacada para liderar a nova organização, com as benções de Nick Fury.


Depois de um tempo fora das páginas de Guerreiros Secretos, a equipe branca volta a aparecer. E dessa vez, juntamente com o núcleo principal da SHIELD mais a equipe negra das lagartas, Tremor tem a responsabilidade de cuidar do mundo como um dia Nick cuidou.

Após um breve encontro com Steve Rogers (mais um ótimo diálogo), Nick desaparece. Ali, Dungan diz que no momento, o principal plano de Nick é tirar “sua namorada” do cativeiro em Berlin.

Encerra-se uma das melhores revistas das Marvel, que reuniu, além de boas sacadas típicas das histórias de super-heróis, elementos de ficção cientifica, espionagem, geopolítica, teorias das conspirações, dentre outros temas escritos por Hickman.  Para muitos, o grande problema da série foi estar muito a parte dos acontecimentos principais do Universo Marvel. Mas não tem como negar que Hickman construiu uma grande história para Universo Marvel.

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Resta saber, com a saída de Nick Fury dos holofotes, como ficará estrutura do Universo Marvel. Como funcionará esse novo órgão de combate ao terrorismo? Tremor terá algum papel destaque no Universo Marvel? Nick Fury vai se aposentar de verdade? Só nos resta esperar para vermos isso.

 Rafael Felga 

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