Mais um ano está acabando e muita coisa se passou. Aqui, no Brasil, tivemos mais uma vez grandes sagas e com dois iconográficos vilões que já terão espaço garantido nos cinemas. Nos EUA, foi a vez de grandes reviravoltas na vida de muitos super-heróis. Mas o grande destaque vai mais uma vez para os cinemas. Foram quatro filmes arrasa-quarteirões e ainda uma revelação bombástica sobre o futuro dos filmes da Marvel nos cinemas. Confira com a gente os nossos dez tópicos que marcaram o ano da Casa das Idéias, o ano que a Marvel completou 75 anos de existência:
O Ano 75 da Marvel
Antes de haver uma Marvel, havia uma Timely Comics, e 75 anos atrás ela lançava sua primeira revista em quadrinhos com dois heróis iconográficos que marcariam o começo de sua Era de Ouro - Namor e o Tocha Humana. A revista Marvel Mystery Comics veio as bancas em outubro de 1939 e depois dela a pequena editora começou a povoar seu mundo fantástico com outros heróis célebres como Anjo, Tufão, Miss America e o mais conhecido Capitão America. Somente em 1961, após um periodo de estiagem, aquela editora foi rebatizada de Marvel e deu início a sua Era de Prata com novas franquias de super-heróis - Quarteto Fantástico, Vingadores, X-Men, Homem-Aranha. Os anos 70 e 80, por sua vez, estabelecem a Era de Bronze com uma diversidade ainda maior de personagens e temas antes proibidos. E assim se passou os anos com os quadrinhos seguindo em altos e baixos até culminar na atual era tão era, tão promissora e fortalecida pelos filmes. Lá fora, a Marvel não esqueceu de sua história, lançando uma bela edição especial marcada pelas histórias mais clássicas e uma série de capas variantes comemorativas. A Panini fez falta esse ano sem nenhuma homenagem.
Os Malvados recebem um toque de luxo!
Começou apenas com um lançamento de encadernados mais recentes de vilões clássicos dos quadrinhos - Caveira Vermelha Encarnado, O Julgamento de Loki e Magneto - Atos de Vingança. Mas, de alguma maneira, isso parece ter dado muito certo e a Panini voltou com novas minisséries de luxo reunidas em capa dura só com os Malvadões. Algumas são inéditas como a Ascenção de Thanos e - a então inédita - Origem do Doutor Octopus. Outras são republicações como os Livros do Destino e a do Mercenário: Anatomia de uma assassino. Até mesmo a inédita série que praticamente é uma ode aos vilões, Vingança, entrou na onda. Seja algo programado ou não, o ano de 2014 nos quadrinhos do Brasil viu essa onde de vilões ganhar esse destaque e o público leitor fã do lado negro da Marvel agradece.
O Capitão, o Soldado e a Espiã detonando nos cinemas
Comparado a Homem de Ferro e Thor, o primeiro filme do Capitão America teve uma bilheteria singela em 2011. Mas o bandeiroso teria uma nova oportunidade de mostrar a que veio em 2014. Com a direção dos irmãos Russo e baseado num clássico moderno escrito por Ed Brubaker, Capitão America: o Soldado Invernal rendeu 714 milhões de doláres e foi o blockbuster do primeiro semestre deste ano. A trama introduziu um novo personagem ao universo do herói, colocou a Viúva Negra praticamente como co-protagonista e mexeu nos alicerces do Universo Marvel com o fim da SHIELD. O efeito disso diretamente mexeu tanto com o seriado Agentes da SHIELD - que simplesmente deu a volta por cima depois disso - e é ponte direta para o novo filme dos Vingadores em 2015. E olha que nem chegamos a falar ainda sobre o terceiro filme do Bandeiroso, que segundo o já anunciado título, promete bastante...
O malfadado filme do Aranha e os segredos da Sony expostos
Quando foi anunciado o reboot do Homem-Aranha em 2012 com um novo ator mais jovem e uma dinâmica diferente para a vida de Peter Parker, muita gente não sabia o que pensar. Na época, acabou que o filme dividiu o público, mas ficou para a sua continuação em 2014 estabelecer o herói. Com excesso de vilões e uma trama presa mais uma vez ao mistério do passado dos Parker, Espetacular Homem-Aranha 2 foi castigado pela crítica, apesar de muitos fãs o defenderem com unhas e dentes. O vilão principal, Electro, tomou ares estereotipados e a nova versão do Duende Verde, alterego do Harry Osborn, é medonho. Uma cena tocante do filme, no entanto, com a morte de Gwen Stacy valeu muito a pena, mas mesmo a meiguice de Emma Stone não salva o filme. O fato é que mesmo rendendo boa bilheteria, nem os executivos da Marvel como os da Sony ficaram contentes com o resultado final. E tudo isso veio a tona quando no final de 2014 um bando de hackers - supostamente em retaliação do filme 'A Entrevista - invadiram os computadores e expuseram na internet o conteudo de uma série de emails. Neles, é realmente confirmado um grande boato - A Marvel Studios estava em negociação para ter de volta os direitos do Aracnídeo... ou ao menos ter uma coprodução nos futuros longas. Em troca, o personagem poderia aparecer em filmes da Marvel. Essa história ainda não teve fim, mas agora com o conhecimento do publico e toda pressão em volta, é provável que tenhamos boas notícias para 2015.
Bagunça temporal na vida dos Mutantes e a volta por cima da FOX
Já fazia algum tempo que a FOX parecia ter dado um verdadeiro nó nas duas fraquias da Marvel que ainda estão sob seu poder. Notadamente, os mutantes - que tem um grande apelo de público graças a fase de ouro dos mesmos no final do século passado - parece sempre sustentar os bolsos do estúdio para sempre investir num novo filme. Com Vaughan, os x-Men passaram por uma bela repaginada no filme de 2011 - Primeira Classe - mas não alcançaram os atuais números que o blockbusters tendem para ser considerado um sucesso. Já o último filme solo de Wolverine, teve uma grande melhorada no roteiro, mas nenhuma bilheteria arrasadora. Em 2014, tivemos a volta de Brian Singer e a reunião de duas gerações de heróis em X-Men: Dias de um Futuro Esquecido. Há de se convir que Singer conseguiu entrar nos trilhos e bebeu muito daquilo que Vaughan trouxe as mutantes. O resultado final foi 746 milhões de doláres em bilheteria total e desemaranhar o beco sem saida que fora a primeira franquia. O futuro esta aberto de novo e parece promissor com X-Men: Apocalipse pra 2016. Já na questão do novo Quarteto Fantástico...
Abaixo, Ultron! Salve, Thanos!
E o que dizer das maxisseries que invadiram os quadrinhos este ano? Tudo começa com a malfadada Era de Ultron, que apesar de levar o nome do próximo filme dos Vingadores, certamente não tem o mesmo apelo. Escrita por Brian Michael Bendis e certamente planejada já há alguns anos, a Era de Ultron acabou tendo seu roteiro atravessado pelas grandes mudanças da Marvel Now e perdeu-se no próprio roteiro enovelado com linhas temporais alternativas. E se ela foi uma grande decepção para os fãs, os leitores seriam recompensados a partir do meio do ano com a chegada de Thanos a Terra. Em Infinito, Jonanthan Hickman coloca os Vingadores novamente no circuito cósmico assim como sempre foi nas eras clássicas e traz uma estupenda aventura espacial. Desta vez, os seus principais Tie Ins valeram a pena (e muito), além de que acabou plantando um novo status quo interessante na Marvel. Por sinal, os desenhos de Jerome Opena, Mike Deodato e Leinil Francis Yu estão matadores.
E os Perdedores do espaço tornam-se soberanos no cinema e quadrinhos!
Quantas vezes você ouviu alguém xingar essa ideia? Como a Marvel poderia juntar esses heróis tão desconhecidos nos quadrinhos e se arriscar no cinema? Certamente, uma ideia fadada a dar errado... correto? Bem, essas pessoas não poderiam estar mais erradas. O berço cósmico da Marvel tem os nomes mais criativos da indústria em sua criação e aliar justamente esses perdedores numa trama de escala cósmica é a verdadeira jogada de mestre. Assim, os Guardiões da Galáxia - tão desconhecidos - conquistaram mais uma vez o crescente público da Marvel nos cinemas e assim se tornaram a nova febre do momento. No fim, passou as maiores franquias do ano - e isso inclui até mesmo o Capitão America - e sai como o merecido sucesso do ano. O Reflexo disso nos quadrinhos também é radical. Lá fora, foram lançadas além da mensal do grupo, uma revista com o Rocket Racum e outra com o Senhor das Estrelas. Em 2015, teremos uma Guardians Team Up e uma solo da Gamora. Até no Brasil a coisa repercutiu com mais capas do grupo em Universo Marvel e pelo menos 3 especiais lançados neste segundo semestre. Mas nós queremos mais por aqui! Queremos uma revista mensal do grupo sendo lançada pela Panini!
E lá fora...uma reviravolta na Trindade dos Vingadores! E muito mais!
Muita coisa aconteceu lá fora também esse ano, mas nenhuma repercutiu tanto quanto as mudanças tão efetivas no status quo de três icones da Marvel nos quadrinhos. Não mais que de repente, temos Thor se tornando indigno e uma misteriosa mulher tomando seu lugar; Steve Rogers envelhecendo e Sam Wilson tomando sua posição novamente como Capitão America; Tony Stark sendo influenciado pelos efeitos da saga AXIS e mais uma vez tomando ares vilanescos. E mudanças são algo que sempre deixam os pelos dos leitores eriçados, mas há de se convir que dessa vez só se desfralda elogios a essa nova fase. Mas talvez, a coisa que mais tenha deixado os fãs ensandecidos foi o desfecho da tal citada AXIS em que foi revelado que os gêmeos Maximoff, no fim, não são realmente filhos de Magneto como se pensou por mais de trinta anos. Porém, os desdobramentos desse fato ainda estão por ser trabalhados na nova Fabulosos Vingadores a ser lançada em 2015.
O dia em que a Marvel traçou o futuro em tijolos de ouro.
E houve um dia como nenhum outro, bem no meio do segundo semestre de 2014, em que a Marvel reuniu a imprensa especializada nos EUA e lá divulgou o "mapa" que planejava para seu universo cinematográfico até 2019. Capitão America: Guerra Civil, Doutor Estranho, Thor: Ragnarok, Pantera Negra (com ator divulgado), Guardiões da Galáxia 2, Inumanos, Capitã Marvel e Vingadores: Guerra Infinita em DUAS PARTES! De fato, não é comum a empresa se antecipar tanto assim nos seus filmes e é óbvio que isso foi uma resposta natural ao planejamento que a sua concorrente fez alguns meses antes. Mas alguém tem dúvida do quanto as ações da Marvel catapultaram depois desse dia? E os fãs querem é mais.
E esse é o ano 50 do Demolidor... lembra?
Pode até ter passado desapercebido pra muita gente esse ano, mas em Abril, cerca de 50 anos atrás, um certo herói vermelho e amarelo saltitava nos telhados da Cozinha do Inferno pela primeira vez. O Demolidor nasceu pelas mãos seletas de Stan Lee e Bill Everett e ganhou ao longo desse meio séculos vários escritores e desenhistas de renome que o tornaram tão iconográfico quanto outros heróis solo... Mas com um diferencial. Ele não tinha grandes super-poderes e nem era muito rico. Não passava de um advogado cego que se tornou herói graças a um inusitado acidente que permitiu ampliar seus outros sentidos além de lhe prover com uma espécie de radar. Assim, após ampliar suas capacidades acrobáticas e perceber detalhes no tom de voz das pessoas, Matthew Murdock resolveu fazer justiça fora dos tribunais também. Neste ano, pouca gente lembrou do fato. Tivemos uma exposição criada pela Mundo dos Super-heróis no Guia dos Quadrinhos e algumas capas especiais lá nos EUA. A Panini quase passa batido pelo fato, se não fosse o lançamento quase no finalzinho do ano do encadernado de luxo das histórias do demônio escrita por Frank Miller e arte-finalizadas por Klaus Janson. Espero que próximo ano, com a série de Netflix vindo ai, isso mude.
E com isso chegamos ao fim da nossa Retrospectiva. É claro que há muitos outros pontos que podem ser lembrados pelos nossos leitores e com certeza são merecedores de entrar na lista pessoal de cada um. E que tal dividir essas ideias nos nossos comentários?
No mais, uma Ótima Virada de Ano para todos e até 2015!
Coveiro