segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

X-Men – A Batalha do Átomo: Mortes e despedidas

As três últimas partes da saga mutante A Batalha do Átomo, publicadas na edição 012 de X-Men, colocam heróis do passado, presente e futuro lutando juntos para impedir que a Irmandade de Mutantes do futuro conclua seu plano. Mas que plano é esse? Uma coisa é certa: o preço a pagar para impedi-lo será alto...



A primeira parte, com roteiro de Brian Michael Bendis e arte de Chris Bachalo, mostrou os X-Men rebeldes de Ciclope (agora sem os alunos os acompanhando) e os verdadeiros X-Men do futuro tentando resgatar os mutantes cativos no Instituto Jean Grey. Em meio às preocupações, eles nem notaram que “Psylocke” – na verdade o transmorfo Raze – havia sequestrado os jovens Hank McCoy e Bobby Drake do passado. Com os cinco X-Men originais em seu poder, a Irmandade tenta enviá-los de volta ao passado... e não consegue. Falha do cubo temporal? Não, pois quando Raze o usa para visitar o mesmo passado, ele consegue, sem problemas.

Enquanto tudo isso acontecia, a Irmandade manipulou Krakoa para que ela engolisse os heróis, mas eles conseguiram escapar. Deadpool e Molly Hayes partiram então pro ataque contra Magia e o Colossus do futuro, mas o primeiro acabou morto e a segunda parecia morta ao ser atravessada pela Espada Espiritual – embora na parte seguinte ela apareça viva e sem sequelas. A mesma espada, aliás, fez com que o suposto neto de Xavier ficasse paralisado da cintura para baixo, assim como seu suposto avô ficou por tantas vezes e tanto tempo.



Na segunda parte, com roteiro de Jason Aaron e arte de Giuseppe Camuncoli, Xorn conseguiu distrair Ciclope telepaticamente (e possivelmente também os outros X-Men) para garantir a fuga da Irmandade, ainda com os X-Men do passado como seus reféns. Enquanto os X-Men do Instituto Jean Grey se recuperavam, Wolverine e Ciclope mais uma vez trocavam insultos – mas, enfim, puderam concordar com uma aliança temporária para deter seus inimigos em comum. Isso bem a tempo de descobrirem que a Irmandade foi para a base militar de Cabo Canaveral – sim, lá onde a equipe mutante teve sua primeira missão. No local, os heróis conseguiram libertar os cinco adolescentes do passado, e a força somada das quatro equipes foi demais para a Irmandade suportar.

Mas antes que todos pudessem respirar aliviados, os aeroporta-aviões da SHIELD apareceram no local, com Maria Hill e a agente Cristal – na verdade, como nós sabemos, Mística passando-se pela heroína – dando voz de prisão a todos os mutantes no local. É então que Xorn revela seu verdadeiro plano: mostrar a face da SHIELD, controlando seus sistemas e disparando mísseis contra todos os X-Men.



A última parte da saga, ainda com Jason Aaron no roteiro e Giuseppe Camuncoli dividindo a arte com Esad Ribic, revela que os mísseis na verdade eram sentinelas, para choque de todos os X-Men e da própria Maria Hill. Uma batalha insana pela vida tem início, com X-Men de todos os tempos ainda enfrentando a Irmandade, ao mesmo tempo que ambos os lados enfrentam os robôs assassinos. Baixas acontecem dos dois lados, com as versões futuras de Fera e Jubileu sendo mortas pelos sentinelas, enquanto Xavier Neto causou morte cerebral no Colossus do futuro.

Mas foi Xorn – a Jean do futuro – que brilhou, culpando o Cisma entre Ciclope e Wolverine por tudo de ruim que vem acontecendo e ainda acontecerá com os X-Men, e só quando é confrontada pela Jean adolescente e seus colegas (qualquer semelhança com a capa da primeira edição de X-Men não é mera coincidência) é que a vilã perdeu o controle e explodiu, destroçando todos os sentinelas no processo. Quando Maria Hill enfim desceu para prender os X-Men, já não havia ninguém ali...



Uma série de epílogos conclui a saga, feitos pelos três roteiristas e quatro desenhistas que trabalharam nela (exceto por David Lopez, substituído aqui por Kris Anka). Após Magia salvar todos da explosão de Xorn, o grupo de Wolverine decidiu colocar ordem na casa, determinando que todo mundo deve voltar à época de onde veio e expulsando Ciclope e seus colegas. Tempestade autorizou Kymera a passar um tempo no presente para caçar os membros sobreviventes da Irmandade, enquanto Jubileu (a do presente) consola seu filho Shogo (o do futuro), que perdeu a mãe de sua época. Após isso, os X-Men do futuro (sem Kymera) volta para sua época, com uma triste Magia despedindo-se da versão futura (e morta) de seu irmão.

A surpresa vem no final: furiosa por não ter sido ouvida, Kitty Pryde decidiu se demitir da Escola Jean Grey, atacando Wolverine e Homem de Gelo no processo – com o último lembrando que as decisões da moça durante a saga arriscaram o espaço-tempo. Para a surpresa de todos, ela decidiu se unir aos X-Men rebeldes de Ciclope... e não foi sozinha: todos os X-Men originais decidiram acompanhá-la. Mutantes mudaram de lado, mas o Cisma continua, mais forte do que nunca.

Infelizmente, A Batalha do Átomo deixou muito sem responder. OK, o mistério sobre por que os X-Men originais não podem voltar à sua época deve ser explorado em Novíssimos X-Men, mas afinal, quem matou Cristal (se é que era a verdadeira) no futuro? Onde estão o Raze e o Xavier Neto do presente (que já precisariam ter sido concebidos para aparecerem adultos no futuro)? Kitty realmente acha boa ideia manter os X-Men originais no presente, depois de ver o que aconteceu quando o Ciclope do passado quase morreu? E depois de ver o que houve com Jean no futuro se ela ficar no presente? Falando em Ciclope, até quando ele e Wolverine vão trocar ofensas gratuitas?

No geral, foi uma saga interessante, cheia de bons momentos, que acabou se perdendo no final. Apesar disso, ela deve ter consequências em todo o núcleo mutante da Marvel... o jeito é esperar pra ver.

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