Agora não é mais brincadeira. Arcade deixou de vez aquele jogos patéticos em seu Mundo do Crime e resolveu criar uma mortífera versão de reality show no estilo “survivor” com jovens heróis menos experientes e desesperados ao ponto de fazer de tudo para sobreviver. Na última edição, já vimos os primeiros a cair – mais que literalmente – fora do jogo e pequenas parcerias sendo formadas. Mas nem tudo parece o que é a principio e novos eventos pode colocar até mesmo o melhor amigo contra o outro.
Dentre os Fugitivos, apenas a bruxinha Nico Minoru e o filho de gênios Chase Stein foram parar no Mundo da Morte. Sozinhos, ficaram afastados por longo tempo, sobrevivendo graças a um feitiço de Nico que criou uma arvore encantada capaz de gerar frutos altamente nutritivos. Mas não era ainda o bastante, não para Minoru. Assim, ela decide fazer sua árvore encantada ganhar pés e rumar até encontrar novos aliados. Não era lá a estratégia que Chase gostaria, mas quem poderia contrariar sua teimosa amiga?
A dupla de fugitivos então topou com os que sobraram da Academia de Vingadores. Um tanto que receosos de se juntar aos novatos, demorou um pouco para finalmente ambos os lados se darem um voto de confiança e se unir. Assim, X-23, Radiação e Reptil ganharam comida boa e de graça, enquanto que Nico e Chase puderam descansar pela primeira vez tranquilos. Parecia que as coisas iam terminar muito bem com essa aliança.
Foi quando durante a vigília noturna, algo saindo da mata jogou uma bola de fogo contra o Réptil. Com o rapaz desacordado por conta das queimaduras, todas as suspeitas caíram sobre Chase e sua luva incendiária. A inusitada parceria imediatamente se encerrou ali. Radiação queimou a árvore mágica de Nico e expulsou os Fugitivos do grupo. Infelizmente, estavam perdidos e – agora – sem sua fonte de nutrição diária.
Chase assegurou a Nico que não foi responsável pelo ataque, mas para a bruxa nada mais importava. Revoltado, Stein se afasta temporariamente da amiga aos resmungos. Por ele, nunca teria saído em busca de aliados e agora não sabia como fazer para proteger sua amiga que sequer confiava nele. Foi quando topou com a joia do Falcão de Aço numa árvore. Tomou-a nas mãos e ele imediatamente foi vinculado a ela. Stein agora teria o poder de um rapinante.
Enquanto isso, em outro canto do Mundo da Morte, o grupo formado essencialmente por membros da Academia Braddock tentava se entender.
Flashbacks do passado revelam que a relação entre eles nunca fora lá muito amigável. Kid Bretão, uma versão alternativa de Brian Braddock mais nova e bem pedante, sempre teve problemas com a autoridade do seu diretor. Destratava os companheiros Aiden e Cullen só porque eram nerdões. E ao mesmo tempo que namorava com Ápice, ficava secretamente com a atlante Nara. Não é lá nenhum grande exemplo de moral para um herói.
Pra piorar, Arcade decidiu movimentar mais as coisas pelo Mundo da Morte. Criou alguns efeitos climáticos e colocou alguns participantes em risco e deixou em determinado ponto do seu “parque de diversões” o que ele chamou de zonas de segurança, com alimentos e suprimentos. A briga então ficou mais acirrada.
Atravessando uma montanha de neve que surgiu logo após uma grande nevasca, Nico e Chase finalmente topam com a menina Cammi. Por pouco a salvam de uma avalanche e daí forma-se finalmente uma nova aliança. Enquanto Cammi os ajudará com técnicas de sobrevivência, a dupla de fugitivos a protegerá com seus poderes.
X-23 e Radiação seguem seu caminho carregando Réptil numa maca até que o mesmo desperta. Quando questiona-se onde estão os demais fugitivos, o garoto revela as amigas que não foi Chase que o atacou, mas sim a garota Deathlok. Mas a coisa só tende a piorar quando andando pela trilha, Radiação pisa numa mina terrestre. Todavia, ao invés de tudo explodir algo pior acontece. A armadilha liberou um gás, o gatilho, levando a X-23 a fúria assassina e obrigando seus dois amigos a fugirem desesperadamente. Parece que finalmente o desenho das páginas iniciais começa a ser alinhado cronologicamente aqui.
Já no grupo da Academia Braddock, Anacronismo e Cullen Bloodstone acabam caindo num movimentado rio. E aproveitando-se do desastre, Ápice revela que sempre esteve manipulando a menina Deathlok desde o começo. Ela faz com que a garota atire em Nara, que também cai no rio e se livra assim da sua concorrente de namorado. Cullen, Aiden e Nara sobrevivem a queda e agora estão unidos para promover uma vingança pessoal contra o “fortão” e a “garota do baile” de sua escola.
Finalmente, os grupos estão mais próximos da zona de segurança armada por Arcade, mas se engana quem pensa que eles sequer estão pensando em colocar de lado as diferenças e dividir os suprimentos. Cammi e os Fugitivos são mais ressabiados e preferem esperar de longe até tudo acontecer. Já os dois segmentos da escola Braddock chegam ao mesmo tempo e se estranham. A briga não poderia se encerrar de um jeito mais dramático. Bretão estava a ponto de matar Nara por ter ferido Ápice, quando o Anacronismo chega primeiro e decepa a cabeça do garoto. Os jogos estão realmente cada vez mais vorazes.
A última edição com essas histórias foi lançada em Avante Vingadores #05 por aqui, cobrindo até a sexta edição da original americana. Sinceramente, eu não poderia deixar de dizer que estou alegremente surpreso com o destino dessa revista. Apesar de aparentemente dançar num tema de “modinha” e não ter nenhum apelo com personagens de renome, Arena de Vingadores vence pelas boas caracterizações, intrigas pra lá de curiosas e tramas simples, porém instigantes.
Aqui, personagens já um tanto conhecidos mostram facetas que pouco se percebiam anteriomente, mas fazem sentido de estar lá pela aridez do cenário onde se encontram. São as sombras dos mesmos finalmente dando ares mais vivos. Já as figuras mais novas conseguiram se inserir de uma forma rápida e eficiente ao interesse do leitor. De certa forma, tendo algum vinculo com outro personagem mais firme no universo Marvel, não é difícil criar uma costura para justificar a presença de todos ali. Dennis Hopeless pode ser um nome novo no mercado, mas realmente ele não ficou nem um pouco intimidado. E o desenhista Kev Walker acompanhou de forma competente o trabalho.
Coveiro