quarta-feira, 5 de março de 2014

Caveira Vermelha: Encarnado

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Desde que comecei o site, certamente não houve nenhum ano como este em que os Vilões foram tão privilegiados. Foram pelo menos 3 encadernados em um mês, focando-se nos mais famosos malfeitores da Casa das Idéias. E dentre eles, particularmente, nenhum mostrou-se mais interessante de revisitar ao passado do que Johann Schmidt, aquele que você conhece pela alcunha de Caveira Vermelha.

A origem de Johann foi inicialmente definida na era Kirby, num breve resumo de como pequeno orfão e ladrão de rua passou a ser o homem de maior confiança do Fuhrer. Em Caveira Vermelha encarnado, Greg Pak retoma muito daqueles detalhes e amplifica a sua profundidade para dar algo há mais na já interessante história do vilão. Aqui, não diria que o vilão começa a tomar tridimensionalidade, mas sim a maldade que o embuí. Pak não alivia o que o mal encarnado que o personagem é com justificativa tolas, mas apenas molda que seu perfil ao reagir com as agruras a sua volta é constante desde então.

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Johann é um moleque duro do orfanato e isso contrata com a imagem de Dierde, seu melhor amigo, mais fraco e sensível. Quando começa o golpe nazista de tomada ao poder da Alemanhã e os primeiros confrontos com o comunistas e seus militantes. Neste cenário, Schimdt aprende a tomar atitudes dificeis para sobreviver e para conquistar. Os primeiros comprometidos são pessoas que servem-lhe de obstáculos ou ameaça, mas ele passa a se voltar mesmo para pessoas que a principio seriam de sua confiança.

É nítido no decorrer da história que Johann dança para qualquer lado de acordo com suas conveniências. E isso não significa que ele não tem fidelidade, mas sim que o 'seu' lado é o único que realmente lhe é de interesse. A alteração mais drástica aqui talvez ocorra na situação em que ele conhece o Hitler e conquista o espaço de braço direito. Originalmente, foi algo ocasionado, numa motivação até meio nacionalista. Aqui, Pak desmestifica isso e coloca uma bela e emaranhada história que combina muito mais com o que conhecemos do Caveira Vermelha hoje. Ele só serve aos seus interesses.

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Mas a edição vai muito mais além. Do mesmo jeito que Greg Pak nos deu uma aula em Magneto: Testamento, essa edição encadernada é ainda mais completa ao contar a História. Ela dá uma perspectiva muito mais próxima do que aconteceu dentro de Berlim, os principais confrontos, a situação da Frente Vermelha, Gangsters alemães se beneficiando ou não do Golpe Nazista. É algo muito rico, justificando cada centavo dessa edição de luxo. E como o preço é camarada, fica minha completa recomendação.

Coveiro

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