segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

Cosplays na CCXP: Para Admiradores e Participantes



Estou aqui de volta ao 616 para falar de... cosplay é claro! Mas desta vez vamos falar também sobre a Comic Con Experience, do ponto de vista de quem estava dentro do colan colorido. Então vou separar essa matéria em duas partes, uma para quem só quer saber como eram os cosplays, e outra sobre como era estar de cosplay pelo evento.


Como expectadora

Fomos surpreendidos com uma variedade de cosplays de todas as editoras, e ao contrário do que muitos alegavam, eram a maioria de quadrinhos e não de animes. Não que isso faça diferença, mas nos afasta um pouco do padrão batido de evento de animes, trazendo mais a experiência das Comic Cons americanas. No entanto, andavam juntos personagens da Marvel, DC, Hanna Barbera, League of Legend e Sailors, como se a diferença fosse benéfica a todos.

Os Stands também contrataram alguns modelos para representarem suas marcas, que muitas vezes foram confundidos com cosplayers. Achei curioso quando um fotografo reclamou na quinta de manhã que parecia que os únicos cosplays do evento eram somente modelos, e sempre se animava ao ver um fã chegando a caráter... eram poucos nos dois primeiros dias, mas esse número iria disparar no final de semana.




No que se trata de Marvel, tivemos uma variedade bem gratificante de personagens para os fãs! Desde as beldades até os mais assustadores vilões, passamos por personagens de x-men, vingadores, aranhas, jovens vingadores, novos mutantes, defensores, cósmicos, e dois representantes campeões nas finais do concurso C3PO.

Falando em C3PO (para quem não sabe, era o nome do concurso cosplay da CCXP), os campeões foram:

Master Cosplay : Juno como Skull Kid, de Zelda.
Melhor Performance: Will como Charada.
Melhor Fantasia: Eliza Oliveira, como Lady Loki.
Melhor Dupla: Sérgio Duarte e Vinicius de Oliveira, como Coringa e Gordan.
Melhor Individual: Hermes Barreto, como Homem de Ferro Mark I.

O concurso foi apresentado inicialmente como um concurso padrão de eventos de anime, mas a medida que receberam algumas reclamações foi mudando, permitindo que cosplays originais e adaptados ganhassem uma chance de vencer (como foi a Lady Loki), e transformando posições de 1o, 2o e 3o colocados para categorias, como deveria ser um concurso de uma comic con.

Foto de divulgação pessoal na rede social dos vencedores


Para colocar um cerejinha no bolo, Carlos H. Rabello subiu no palco (com seu cosplay de Gavião Arqueiro) na frente de uma plateia de cerca de 2mil pessoas, e pediu a Carol Sicieri (de Viúva Negra) em casamento. Ela não só disse sim, mas agora cogita a possibilidade de transformar o futuro casório num encontro de mais super heróis (ou cosplayers).

A qualidade dos cosplays não perde em nada para os tão admirados americanos, e variavam em todas as idades, sexo, tipos e gostos. A maioria deles se preocupava em atender ao público, e não em participar de competições, e o encontro inusitado de personagens gerava situações hilárias e curiosas. No stand da HP a maioria deles se divertiu com as fotos 3D, com vídeos no mínimo interessantes, e nas mesas da praça de alimentação aliviavam sua exaustão.

Foto de Divulgação da CCXP

Definitivamente, foi um ótimo evento para se admirar o hobbie.

Como participante

Ao contrário do que muitos pensam, o cosplayer não possui vantagens no evento. Ele pega fila e paga entrada como qualquer um, e ainda passa por alguns sufocos a mais (em matéria de conforto, locomoção e logística principalmente), e por isso é comum encontrarmos inúmeros protestos a favor de algum mínimo benefício no evento. Alguns desses benefícios, bem básicos aliás, foram atendidos pela organização da CCXp, o que foi um fator muito positivo!

O Camarim Cosplay – Algo tão simples e ainda assim tão difícil de se adquirir. Trata-se de um local para se trocar com espelho, boa iluminação e espaço suficiente. Na CCXP os cosplayers encontraram um camarim espaçoso, com mesinha para maquiagem, divisória para trocas e boa iluminação, no entanto ainda não puderam fornecer a pia (básico para troca de lentes, limpeza de maquiagem e afins).  Em eventos anteriores tivemos algumas “tentativas” de suprir essa necessidade do camarim, sempre insatisfatórias, e no entanto creio que o único evento nesses meus mais de 10 anos de cosplay que conseguiu cumprir isso foi a SPCon.







Guarda Volumes Cosplayer – Porque eles querem um guarda volumes a parte? Não é frescura, mas o simples fato de que uma mala de viagem, caixa ou réplicas de armas e armaduras não cabem num guarda volumes comum. O cosplayer precisa ter acesso às suas coisas pois quase sempre não possuem bolsos em suas roupas, e podem passar por emergências, e nisso o evento soube lidar, com um local exclusivo dentro do camarim, muito bem organizado. No entanto não foi suficiente para o sábado e domingo, onde pudemos ver cosplayers carregando malas gigantes pelo evento porque o guarda volumes já estava lotado (um falha permitir 60 participantes por dia no concurso e só ter espaço pra 50 malas).

Ar Condicionado – Óbvio que isso é um benefício para todo o público do evento, no entanto quando falamos de cosplay, há um fator a mais a se considerar. Eu chutaria que 80% dos uniformes de heróis e vilões são totalmente fechados! Mangas compridas, colans cobertos, mascaras, maquiagens, capacetes e perucas. Sem o mínimo de preocupação do falor climático, qualquer cosplayer sofre (e muito) para se manter em pé, quanto mais sorrindo pra uma foto. Não seria culpa do evento se ele ocorresse num local aberto, mas sendo fechado, era de inteira responsabilidade, e fizeram o possível! Quinta e Sexta chegava a fazer frio nos locais mais vazios do evento, e estava muito bom de se andar pelo evento em meio ao público e stands cheios de luzes e maquinas funcionando. No entanto sábado e domingo não foi o suficiente, e pudemos ver diversos colegas desistindo de suas roupas mais cedo, com pressões caindo e passando por filas de 40min para chegar no bebedouro (sim, 40min).







O público – Bem, esse não é um fator exatamente técnico, mas vale citar! Com o enorme marketing que o evento criou, podíamos esperar por todo e qualquer tipo de pessoa no local, e no entanto sentimos que a maioria era realmente fã de cultura pop, e especialmente de ambiente familiar. Quando passei a quinta de Hela, pude encontrar diversos fãs que a reconheciam e se exaltavam ao encontrar uma personagem menos conhecida do grande público, o que em outros eventos é quase raro encontrar pessoas que saibam quem é ela (acreditem!). Na Sexta, os poucos que conheciam a Grande Barda quase pulavam de alegria, mas bizarramente foi o Star Lord do Domingo o menos reconhecido (uniforme da HQ). Fomos recebidos todos com sorrisos e carinho das pessoas, crianças alegres e pais animados, além de uma geração nova de leitores aberta a conhecer novas histórias, e velhos leitores orgulhosos desses jovens. E pelo menos o público imaturo que prefere ofender e abusar dos cosplayers, se recolheram atrás de seus computadores onde ninguém os veria faltar com respeito.



No final, o resultado foi bem positivo, e em comparação a muitos eventos anteriores, foi uma grande evolução. Ainda há o que se melhorar, mas para um primeiro evento, foi bem satisfatório!

Daniele Rios

Nota do Editor: E nosso album de fotos foi atualizado com mais fotos, e mais cosplays bem legais. Clica aqui!

Nota do Editor: Quer entender mais do assunto, se liga nessa outra materia da Dandi pro nosso site.

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