sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Dez pontos em nossa Retrospectiva 2010

Coisas boas, coisas ruins, tudo é costumeiramente mensurado minutos antes a contagem regressiva que nos leva ao Ano Novo. E não muito diferente do que fazemos em nossas vidas, o site da Marvel 616 faz suas costumeira retrospectiva do ano que passa, ressaltando desta vez pelo menos 10 fatos marcantes de 2010.

Marvel 2010

Geralmente, realizamos uma verdadeira conferência, seja em vídeo, áudio ou em chat para avaliar o ano que se passou. Contudo, o ano foi extremamente corrido desta vez, e meio que sobrou nas mãos de um só realizar a tarefa difícil de lembrar tudo o que aconteceu desde Janeiro passado. Bom, posso ter esquecido uma ou outra coisa, ou mesmo ter puxado a sardinha para minhas preferências, mas aqui vai o meu Top 10 sobre 2010 em ordem cronológica:

O Reinado Sombrio

Com o fim da invasão skrull, um Reinado Sombrio tomou conta da Marvel. A nova temática da Casa das Idéias para 2010 foi uma verdadeira inversão de valores. Os vilões se passando por bonzinhos. Heróis sendo caçados como mal-feitores. Dois nomes de peso dirigem o evento, Brian Michael Bendis e Mike Deodato Jr, que por sinal concedeu uma entrevista ao nosso site no começo do ano, para o Canal 616.

Marvel 2010

O Bom: A Panini Comics apostou em cheio na idéia e lançou logo no começo do ano a revista Reinado Sombrio, um sucesso entre os leitores, que certamente devem colocá-la como uma das candidatas a melhor decisão editorial feita no Brasil este ano.

O Ruim: Como todo evento deste peso, Reinado Sombrio invadiu e retorceu a vida (e revistas) de todos os demais personagens da Marvel. Com isso, surge uma cadeia de eventos que acaba sempre afetando o ritmo de tudo após um ano na mesma idéia – Superexposição de personagens, falhas na cronologia e desgaste da temática.

A Grande Mudança da Panini

Aladearda de forma nebulosa em uma sessão de cartas, seguindo o estilo Marvel de fazer suspense, a Panini Comics anunciou uma grande mudança nas suas revistas em 2010. O mistério só veio a ser revelado em Abril deste ano e muitas explicações foram dadas pelos próprios editores em um Canal 616 pra lá de especial.

Marvel 2010

O Bom: Uma das apostas dos editores seria a melhor qualidade das revistas e satisfação dos leitores ao consumir revistas com menos páginas, mas exclusivamente com os personagens que ostentavam na capa. E isso de fato aconteceu. As reclamações de pagar mais por histórias “tapa-buraco” simplesmente sumiram.

O Ruim: Enquanto os personagem mais populares foram fortalecidos em revistas mais enxutas e econômicas, os heróis considerados de “escalões inferiores” foram jogados em revistas estilo almanacão com mais de 148 páginas ou mesmo sumiram das bancas, juntamente com as revistas Marvel Apresenta e Marvel Especial, ambas canceladas.

Novos Lançamentos
Com a grande mudança da Panini, não só tivemos mudança de preços e páginas das revistas, mas também um momento certo para reavaliar a composição das mesmas e até mesmo pensar em recriar novos títulos com mixes mais ousados.

Marvel 2010

O Bom: Ultimate Marvel tomou o lugar da extinta Marvel Millenium: Homem-Aranha e teve dois marcos significativos. O primeiro deles foi a mudança do nome, batizando-a com o nome original das edições americanas, acatando assim um pedido antigo dos leitores. O segundo foi ter aproveitado esse momento propício para zerar tudo e começar uma nova coleção juntamente com um novo momento dos heróis daquele universo, que mais uma vez foram parar nas mãos de gente como Millar e Ellis. E isso foi uma boa pedida para novos leitores.

O Ruim: A revista mensal do Homem de Ferro era uma grande aposta da editora, começado com um mixes chamativo, incluindo a minissérie da Viúva Negra e do Chicote Negro em seu mix. Todavia, o grande erro aqui foi acabar não direcionando o foco para algum público específico, visto que os leitores mais antigos mostraram-se insatisfeitos demais com as histórias fora da cronologia dos quadrinhos e com as histórias repetitivas e cansativas do filme. Já os novos compradores acabam bastante perdidos com a parte complexa e intricada da história de Tony sendo perseguido durante o Reinado Sombrio. Se vier a sobreviver, essa revista precisa urgente de uma revisão editorial.

Homem de Ferro nos cinemas

Voltando aos cinemas em 2010, o vingador dourado emplacou um sucesso ainda maior e bem recebido pela crítica em seu segundo filme. A associação de Robert Downey Jr , Jon Fraveau e a Marvel certamente deu início a uma franquia que pode simplesmente representar uma nova maneira de olhar as produções de cinema, como um todo, que pode ser visto em rendimentos a um longo, longo prazo. Nós conferimos tudo no Canal 616 de Maio!

Marvel 2010

O Bom: O estabelecimento do Homem de Ferro fez a Marvel se reavaliar, passando a se enxergar de uma maneira mais abrangente, sublinhando ainda mais a palavra “entretenimento” em seu nome comercial. O Marvel Studios se estabeleceu firmemente no cenário de Hollywood e Joe Quesada, o homem-marketing, assumiu um novo posto, como diretor de criação geral da companhia.

O Ruim: Apesar de toda empolgação e ter sido anunciado já o terceiro filme para 2013, a franquia do Homem de Ferro sofreu um perda dura no final do ano. O diretor dos dois filmes do ferroso anunciou oficialmente estar deixando a Marvel e o terceiro filme do Homem de Ferro.

Uma Guerra no Cosmo Marvel

Esquecido há um bom tempo pelos editores da Marvel, os heróis do universo cósmico se estabeleceram e ganharam ainda mais vida nas mãos de Abnett e Lanning. E mesmo depois de duas Aniquilações e duas revistas mensais sendo lançadas, havia mais fôlego para uma verdadeira Guerra de Reis, minissérie em seis edições e mais um prólogo, como de praxe.

Marvel 2010

O Bom: O grande adendo desta minissérie foi ter aproximado o ‘panteão’ cósmico dos personagens um pouco mais populares da editora como os Mutantes (que se tornaram Piratas Siderais) e Inumanos (agora governantes do povo Kree), de tal forma que atraiu novos leitores que finalmente entenderam porque os demais elogiavam tanto essa parte do universo Marvel. Fora isso, a dupla de roteiristas conseguiu dar a personagens como Vulcano e Falcão de Aço, não tão querido aos leitores, novas direções.

O Ruim: Sendo um dos reflexos da mudança da Panini minimizar as baixas vendas, foram cortados da lista de revistas publicadas tanto Nova quanto Guardiões da Galáxia, sendo restringidos exclusivamente as suas participações na minissérie.

O fenômeno Kick Ass

Lançado nos EUA com o selo ICON, exclusivo para roteiristas e artistas que queiram realizar trabalhos autorais usando o recursos da Marvel, Kick-Ass foi uma criação de Mark Millar e John Romita Jr que logo de nascença tinha potencial para virar filme. E assim foi feito.

Marvel 2010

O Bom: Com uma direção espetacular de Matthew Vaughn e um elenco jovem de primeira, Kick Ass, que no Brasil ganhou o subtítulo obrigatório ‘Quebrando tudo’ conseguiu ser considerada uma excelente adaptação de quadrinhos, sem ter sido afetada em nenhum momento pela malfadada censura americana. Nos mesmos padrões, um encadernado de luxo foi lançado no Brasil pela Panini Comics, uma aposta e tanto para um quadrinho autoral de linguagem tão pesada.

O Ruim: Infelizmente, Kick Ass sofreu uma perda enorme em termos de bilheteria, principalmente aqui no Brasil. Além da sua censura alta (que torna-se óbvia pelo enredo) e pouca aposta pelas distribuidoras de cinemas locais, o filme que seria uma boa ode aos apreciadores do gênero de heróis, não conquistou o suficiente pelos trailer para fazer o povo ir aos cinemas. A esperança é que o lançamento de seu DVD reverta isso num futuro a curto prazo, pois Mark Millar, Matthew Vaughn e toda aqui anterior já sinalizou verde para uma continuação.

O vai e vem dos Roteiristas

Uma coisa é certa para esse novo século, o nome dos roteiristas de quadrinhos voltou a brilhar muito mais na área. Não querendo desmerecer os desenhistas, mas vindo de uma época em que deixei de ler quadrinhos devido a péssima qualidade dos roteiros, acho que vale a pena citar alguns nomes aqui. E vamos deixar alguns aurs concours como Matt Fraction (ganhador do Eisner) e Jeph Loeb (que vou dispensar comentários) de fora da lista.

Marvel 2010

O Bom: Jonathan Hickman era um nome desconhecido na indústria até pouco tempo atrás. Porém, sua vinda para a Marvel em 2010, tomando as rédeas de Guerreiros Secretos mostrou quão habilidoso esse novo rosto era. Não demorou muito para que ele galgasse um título ainda maior – O Quarteto Fantástico – que até hoje nos EUA vem cuidando, com muitos elogios vindos da crítica.

O Ruim: Depois de uma excelente fase que verdadeiramente calou a boca de muitos, Joe Michael Strazcinski saiu do título do Thor, deixando muitos novos fãs órfãos. JMS provou para todos que sem pressão editorial, suas boas idéias podem ser simples, porém bastante atrativas. E lamentavelmente, desde sua saída, parece que os deuses nórdicos vão ficar tão perdidos quanto a ausência de Thor em Asgard.

A Revolução dos Desenhos Animados

Nesse requisito, a Marvel sempre acabou levando desvantagem em relação a sua Distinta Concorrência. Mesmo que algumas animações mais longas em parceria com a Lions Gate merecessem significativas citações aqui, até então a Marvel não havia conseguido algo tão marcante que agradasse de forma praticamente tão unânime seus fãs, novos ou velhos. Isso mudou em 2010.

Marvel 2010

O Bom: Sendo talvez o primeiro produto sólido da união entre a Marvel e a Disney, os Vingadores: Mais Poderosos Heróis da Terra foi certamente um divisor de águas nesse setor da companhia. A começar pelo marketing inicial, disponibilizando microepisódios completamente grátis na internet antes de seu lançamento oficial, e finalizando com as surpresas que vêm dando a cada novo capítulo, sempre se mantendo bastante fiel e ao mesmo tempo revitalizado em relação as histórias originais.

O Ruim: Alguns desenhos que conseguiram se destacar pelo seu desempenho recentemente acabaram não vingando em 2010 e foram simplesmente descontinuados. Os maiores exemplos disso foram Wolverine e os X-Men, que tiveram a confirmação oficial de que não mais teriam uma segunda temporada, e o já bem popular Espetacular Homem-Aranha. A razão desses dois terem simplesmente parado sem grandes explicações ainda é incerta, mas podemos ficar seguros de que a nova parceria Marvel e Disney não devem deixá-los de molho por muito tempo.

O Mundo dos Games

Apesar de não ser um grande conhecedor desta mídia, dá de cara pra saber que este ano de 2010 a Marvel teve sua repercussão no mundo dos jogos eletrônicos. E como nosso site também cuida desta parte, não poderíamos deixar de falar dos Games em nossa retrospectiva. E olha quem não vamos citar as expectativas para 2011 e o futuro (e tão esperado) Marvel vs Capcom 3.

Marvel 2010

O Bom: Spiderman Shattered dimensions leva a fama de ser uma resposta ao game de sucesso da DC, Asylum Arkham e parece que a Beenox acertou a mão, pois na grande maioria das resenhas encontradas por aí, o game conseguiu o intento de agradar tanto aos fanáticos de quadrinhos quanto aos leigos, que encontraram uma boa jogabilidade além de diversão pura com as inúmeras possibilidades de se jogar com o personagem aqui (Cada versão do aranha tem características e habilidades diferentes). Claro que existem os pontos negativos como a impossibilidade de jogar em multiplayer, mas isso de modo algum diminuiu o interesse dos apreciadores.

O Ruim: A seqüência do jogo do Homem de Ferro acabou não seguindo o sucesso dos cinemas, muito pelo contrário. Na verdade, o jogo anterior já era considerado travado e repetitivo por muitos apreciadores e as poucas melhorias que a nova edição teve em nenhum momento conseguiram o deixar tão atrativo ao ponto de fazer os olhos dos jogadores brilharem. Controles difíceis e um enredo desinteressante foram o que culminaram nas críticas negativas do jogo. E isso tudo é uma pena!

O peso de ser Ícone além de herói

Entre todos os personagens, certamente o Homem-Aranha sempre encabeçará a lista da Marvel por ser um dos mais populares e queridos até hoje, mesmo com as atuais tragédias que vem sofrendo... dentro e fora dos quadrinhos. Mas o que podemos dizer de bom e ruim sobre o personagem este ano ?

Marvel 2010

O Bom: Mesmo com tantos problemas que aconteceram com a produção de um quarto filme do Homem-Aranha no começo do ano que levaram toda a produção a começar do zero sem Sam Raimi, a coisa continuou nos trilhos e retornou com uma idéia bem diferente dos anteriores e bastante ousada. Novo recomeço, novos atores, nova (velha) namorada em vigor, este reboot tem tudo para ser algo bem diferente do que vemos sendo feito em X-Men First Class – um sucesso.

O Ruim: Uma ótima idéia mal executada – é tudo que podemos dizer sobre o musical do Homem-Aranha. Tido como uma das produções mais caras da Broadway, Spiderman Turn off The Dark finalmente conseguiu ter sua estréia não oficial este ano, mas provavelmente não chegará muito além disso pois além de sofrer sérios problemas de atrasos e ter sido condenado pelos primeiros espectadores, recentemente teve um dos seus atores caindo no palco bem na frente do público, chocando a todos.

E no mundo da internet, não precisamos esperar o tanto de meses do próximo ano para dimensionar o que haverá de bom e de ruim a vir por aí. Se por um lado começa-se a desenhar um clímax no Reinado Sombrio (com o já prenunciado ‘O Cerco’), por outro teremos as grandes produções dos cinemas como Thor, Capitão América e X-Men First Class (bom, esse último não tão grande, vá). O jogo Marvel vs Capcom 3: Fate of Two Worlds também é outro esperado acontecimento, fora a segunda parte da primeira temporada do desenho dos Vingadores.Mas isso tudo e muito mais são coisas para serem deixadas para outro momento... numa futura retrospectiva! Até lá!

E em nome de todo o editorial da 616, desejo a todos um Feliz Ano Novo! Voltamos em 2011 com muito mais para vocês!

Coveiro

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