quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

X-Men Sombrios: O recrutamento (parte 2)



Em novembro, vimos como Norman Osborn conseguiu convencer metade dos seus “X-Men particulares” mostrados na saga Utopia a entrarem para a equipe. Agora é hora de descobrir como a outra metade entrou – e quem recusou o convite.



Já tínhamos visto o primeiro contato entre Osborn e Namor, o Príncipe Submarino, (que agora é rei, mas de um reino devastado), após este último ter aceitado entrar na equipe; porém, como sabemos, quem convenceu o rei da Atlântida na verdade foi Emma Frost. Durante um dos encontros dos dois, Emma resolveu fazer uma sondagem psíquica em Namor para descobrir por que ele aceitou seu convite. Lá, ela encontrou as estratégias dele para lidar com o mundo da superfície: portas com as placas “Atacar”, “Negociar” e a misteriosa “S.”, de onde vinham ruídos estranhos e que não podia ser aberta.

Irritado com Emma, Namor disse que considera os mutantes como crianças tolas e covardes, o que a irritou. Sondando mais fundo, Emma descobriu que boa parte da mente de seu aliado é dedicada a visões distorcidas e cruéis dos mutantes. Cansado das indagações, o monarca atlante enfim decidiu mostrar a verdade para a Rainha Branca (ou Negra?): um mosaico com todas as suas facetas. Uma nova crescia agora: a de Namor finalmente se reconhecendo como mutante, mas incerto quanto a explorar esse seu aspecto. Ela terminou sua visita mental revelando que sabia disso o tempo todo, mas queria que ele mesmo encontrasse a resposta.



Se o recrutamento de Namor dependeu da intervenção de Emma, Daken deveria ser uma adesão bem mais fácil para Osborn, pois o guerreiro já se encontrava em seus Vingadores Sombrios. Mas Daken não tinha interesse em tomar parte nos planos de seu chefe... até descobrir que o convite, feito durante uma ida à ópera, tratava de sua entrada nos X-Men, para tomar definitivamente o lugar de seu pai. Osborn o levou para assistir à obra “Édipo Rei”, adaptado para ópera por Stravinski (quem disse que HQ não é cultura?), e quem conhece essa história percebe a ironia para Daken.

Osborn sabe da ironia, e esfregou na cara de seu lacaio que Daken odeia Wolverine, mas aceitou se tornar Wolverine; o ódio no jovem é maior que sua razão, o que o tornaria insano. Mas Daken conseguiu rebater o argumento, mostrando sua cultura e lucidez ao falar sobre a história da ópera a que assistiam, e jogar na cara do chefe que, para ele, insanidade é se fantasiar de duende e jogar abóboras explosivas em estranhos. Ele aceitou o convite para os X-Men Sombrios, mas deixando claro que não é manipulável como Osborn pensava.



Outra adição difícil aconteceu em um bar, onde Wolverine retalhou vários homens e fez vários reféns. Fazer reféns não é bem o perfil do Wolverine, é? Osborn também percebeu isso, e “Wolverine”, com sua farsa desmascarada, virou “Homem-Aranha” pra provocá-lo. Obviamente, a figura em questão era a assassina mutante Mística (que nos X-Men Sombrios se limitou a fingir ser o professor Charles Xavier). Depois de ser perfurada pelas garras do verdadeiro Logan e deixada pra morrer no deserto, de alguma forma Raven sobreviveu e saiu causando o caos por onde passava.

O líder do M.A.R.T.E.L.O. ofereceu a ela a oportunidade de se vingar dos X-Men. Sem resultado. Apenas quando Norman revelou que Logan tem um filho, e que o rapaz poderia ser apresentado a ela, Mística aceitou a proposta. Durona, a transmorfa ainda deu uma surra em um bando de motoqueiros valentões e deixou claro que, mesmo Osborn tendo trazido um exército pra cercar o lugar, ele ainda precisaria de mais homens. Fica a dúvida sobre como uma figura tão perigosa e confiante acabou com uma microbomba instalada em seu corpo...



A última “recruta” para os X-Men Sombrios foi Jeanne-Marie Beaubier, outrora Aurora, irmã do Estrela Polar dos X-Men. Durante uma sessão de terapia, um dispositivo eletrônico foi colocado na cabeça da moça, trazendo de volta sua segunda e perigosa personalidade. Pouco depois, Aurora se divertia criticando a personalidade original e pacífica de Jeanne-Marie, e não deixando Norman falar. Depois de um tempo, ele conseguiu fazer sua proposta: em troca da adesão de Aurora, ele suprimiria a personalidade de Jeanne-Marie e a tiraria da sombra de Jean-Paul e dos X-Men, amados por Jeanne, desprezados por Aurora.

Mas peraí, vocês não se lembram da Aurora participando de Utopia? Deve ser porque ela não participou: a moça recusou a oferta, argumentando que sua própria loucura permite reconhecer outros loucos, e que não tinha intenção de trabalhar para um. Sempre prevenido, Osborn ativou o dispositivo na cabeça dela, que permitia causar uma dor terrível na jovem sempre que a personalidade atual estivesse em dominância.

O problema é: Jeanne-Marie acabou criando uma terceira personalidade, podendo assim atacar Norman e seus agentes. Logo o dispositivo se adaptou à terceira personalidade... até ser superado por uma quarta. E quinta. E sexta. E sétima. Cansado e furioso, Norman sacou um revólver, pronto para matá-la assim que o dispositivo se reajustasse. Mas a última personalidade era masoquista, e aceitou o tiro na cabeça... que acabou acertando e soltando o dispositivo. Livre, Aurora foi capaz de colocar o dispositivo na cabeça do vilão, deixando-o temporariamente insano, enquanto Jeanne-Marie recuperou sua sanidade e “respeitosamente” partiu.

Não se pode ganhar todas, não é, Norman?

Fernando Saker

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