segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Wolverine Sombrio: No mundo da Lua

A escolha de antagonistas para as últimas histórias de Daken, o Wolverine Sombrio, combinam bastante com o caminho que o ambíguo personagem escolheu para sua vida. Em busca de desafios, de algo que dê algum propósito para sua vida, o filho do mutante mais mortífero dos X-Men se vê em situações que são, no mínimo, bizarras. Em meio à tentativa de controlar o crime organizado em Los Angeles, completamente alterado após se viciar em uma poderosa droga, além das alucinações, Daken não tem mais aquilo que lhe garantia virtual imortalidade: seu fator de cura.

Daken: Dark Wolverine #13

É assim, em histórias com roteiro de Rob Willians e arte de Matteo Buffagni, Mick Bertilorenzi e Riley Rossmo, que ele se vê frente a frente com o versátil Treinador e o Vingador mais desequilibrado de todos, o Cavaleiro da Lua.

Isso se passa nas edições 94 e 95 de Wolverine, quando, primeiro, Daken verdadeiramente se diverte com a experiência psicotrópica causada pela droga, pois ainda assim consegue não só manipular as pessoas ao seu redor como praticar a ultraviolência que sempre andou lado a lado com seu calculismo. Perceber que seu fator de cura foi comprometido não parece mudar muito as coisas, apesar de obriga-lo a mudar um pouco a estratégia. Em termos, o mutante sai derrotado pelo Treinador após orquestrar um assalto que parece sair mal sucedido. Parece.

Daken usa o Treinador para acobertar o ganho com o roubo, e, de bônus, crê que finalmente teria chamado a atenção do misterioso chefão do crime de Los Angeles. Mas verdadeiramente ferido (uma novidade em toda sua vida), e encurralado pela agente Donna Kiel, do FBI, ele se assusta com a possibilidade de ter perdido o controle. Acusado de ações das quais não lembra ter praticado, afunda-se no vício e no que parece uma trama traçada não apenas por si.

Isso parece perturbar o mutante, que inicia uma paradoxal relação de amizade e antagonismo com a policial, como é típico do personagem. Assim, oferece ajuda para encontrar o verdadeiro autor dos assassinatos de que é acusado. E é bom ver que as dúvidas também são muitas do lado da agente Kiel.

O medo de ser o verdadeiro assassino é a estrutura que sustenta a questão do consumo e da dependência de drogas na trama de Wolverine Sombrio; uma vez que nem mesmo uma figura sólida como ele consegue manter sua fortaleza mental na situação em que se encontra. Daken se sente fragilizado, manipulado, paranóico e extasiado, em um turbilhão de sensações simultâneas sobre as quais tem cada vez menos controle.

Não demora, porém, para que o barulho causado por Daken atraia o Cavaleiro da Lua, que anda praticando seu esquizofrênico heroísmo na Costa Leste dos EUA. Até porque o mutante faz as investigações a sua maneira violenta, demonstrando toda contradição que constitui sua trajetória.

Daken: Wolverine Sombrio

Afundado na droga que faz de sua vida um redemoinho, ele finalmente é encontrado pelo vingador, que parece mais pirado do que o normal. Ao mesmo tempo, Kiel crê finalmente ter encontrado o verdadeiro assassino, mas somos deixados com mais perguntas do que respostas.

Daken, perdendo o controle, tem ‘flashbacks’ de uma infância que nunca teve enquanto enfrenta o Cavaleiro da Lua. É o suficiente para ser deixado à beira da morte, fugir e finalmente chegar ao que parece seu fim, pelas mãos de Donna Kiel.

Daken: Wolverine Sombrio

Mas não é o fim. Não por enquanto.

João

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