quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Homem de Ferro e Thor: magia e tecnologia

A revista Homem de Ferro e Thor, trouxe nas últimas quatro edições uma mini-série que levava o mesmo nome do mix, com os dois protagonistas. A temática também mistura seus dois mundos: divindade e tecnologia, ou melhor, quando as duas coisas se unem pra trazer um novo deus pelas mãos do Alto Evolucionário.

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Quem assistiu aos filmes da Marvel Studios (acho que ninguém aqui não os viu), sabe que a atual noção de magia que a Marvel traz é uma tecnologia mais avançada. Thor mesmo diz em seu filme solo: “Seus ancestrais chamavam de magia. Mas você chama de ciência. Eu venho de um lugar onde elas são a mesma coisa”. Acontece que o Alto Evolucionário acha que os deuses existentes como os do Olimpo ou Asgard (que existem no universo da Marvel), não são mais condizentes com a atual sociedade tecnológica, que não se conectam com o ser humano do século 21. A ideia dele é que um novo ser divino precisa ser criado, que misture os aspectos sobrenaturais e os tecnológicos a fim de servir ao homem atual. Ele já tem os meios para tal, já experimentou em outros até chegar ao ponto de que saberia que funcionaria e pra isto, para esta nova divindade nascer, é preciso um receptáculo humano. Tony Stark seria o receptáculo perfeito, pois é, em si, uma mistura de humano e tecnológico, principalmente com sua armadura atual que “vive” dentro de seu corpo. Outro artigo necessário para o processo de transformação é a armadura do Destruidor, o matador de deuses Asgardiano, que ajudaria a captar a energia.

Fazendo uma breve reflexão sobre o assunto, no passado ciência e divindade caminharam muito tempo juntas, mas ao passo que a sociedade se modernizou, a ideia de divino foi completamente desligada da tecnologia que se desenvolvia desenfreadamente enquanto a outra contraparte foi praticamente esquecida se tornando antiquada, supersticiosa. Mas, além de não ser verdade a máxima de que ciência e religiosidade não podem caminhar juntas, elas já estiveram até bastante relacionadas. A noção de divindade surgiu em algumas civilizações através da busca por compreender fenômenos naturais, principalmente nas religiões politeístas que atribuem a certos eventos naturais a ideia de divino. Ora, a ciência também surge da necessidade humana de entender a natureza ao seu redor, ela só se desenvolve mais a frente, saindo da pura elucubração humana devido a instrumentos propícios para tal. Ao final, religião e ciência buscam rudimentarmente entender o mundo físico ao redor. Claro que existem diversos desdobramentos depois disso, e foi neste caminho que se separaram. O homem atual dificilmente enxerga divindade e ciência no mesmo lugar, mas ele está errado, uma coisa não exclui a outra, se complementam. E assim também percebeu o Alto Evolucionário.

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Um novo Dínamo Escarlate é enviado para buscar Tony, o que é feito em uma armadilha na Rússia, e o Troll Ulik para buscar a armadura do Destruidor que se encontra na Asgard em ruínas que mortais e asgardianos reconstroem. Ambos mensageiros do Evolucionário já são seres que ele “evoluiu”, ou seja, mais poderosos e capazes de realizar a tarefa. E claro que buscar o Destruidor chama a atenção de Thor que parte atrás do Troll e do homem por trás das artimanhas que permitem roubar o artefato nórdico: Diablo. O alquimista foi requisitado por Wyndham em si para unir o místico com sua tecnologia em sua nova missão. Stark não acha tão interessante a ideia assim, muito menos ser receptáculo de uma experiência desta, mas aprendeu ao longo dos anos a não se surpreender com as maluquices por assim dizer de Wyndham. E Wyndham também aprendeu a não deixar o Homem de Ferro com poderes por perto, logo desativando sua armadura (a custa de muita dor) com um dispositivo. Sem ter muita opção e estando em um local desconhecido (chamado por Diablo de Hermética), o Vingador Dourado apenas escuta a insana ideia do Alto Evolucionário.

Fingindo aceitar ser o receptáculo por perceber que sua armadura estava sobrepujando o dispositivo inibidor, ele se liberta e tenta destruir aquela tentativa insana. Thor também consegue, através de livros antigos com magia, chegar à Hermética para impedir o que quer que fosse que ocorria ali e levar a armadura do Destruidor de volta para Asgard. Contudo, Diablo lança um químico nos dois heróis que os fazem escutar e ver coisas diferentes da realidade, os levando a achar que estavam um contra o outro. Nada muito novo, não é? Jogar herói contra herói é uma prática bem comum, Diablo diz só se aproveitar e exacerbar a desconfiança já existente entre os dois considerando todos os eventos desde Guerra Civil até a Queda de Asgard. Por causa deste ato não exatamente nobre de Tony em sair espancando seu companheiro, o alquimista convence Wyndham de que o Homem de Ferro não é um bom receptáculo para um novo deus e que ninguém seria mais perfeito que o próprio Alto Evolucionário para a tarefa. Altruísta? Nem tanto: ao usar uma alquimia de inversão Diablo se fez passar pelo Alto Evolucionário no momento da experiência sendo que nem mesmo o próprio (então como Diablo) percebesse. Confuso sim, bizarro também.

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E depois dessa bagunça toda, quem acaba recebendo a dádiva da divindade é Diablo que buscava isso sua vida toda, tendo até dado sua alma a Mefisto em troca da imortalidade sabendo que os conhecimentos de alquimia necessários para tal não seriam alcançados em uma vida de um humano comum. Porém, o pedido de ajuda nesta empreitada pelo novo deus foi lhe proposta por Wyndham de mão beijada, sorte que ele já tinha os conhecimentos para tal. Mas a revista e a mini-série chamam “Homem de Ferro e Thor” e não “Diablo”, então vem o roteirismo básico para os heróis vencerem um ser divino e poderoso. Homem de Ferro serve como uma espécie de amplificador fazendo a energia liberada por Thor acertar tão em cheio o novo deus que ele vire mortal novamente. Tecnologia e magia usadas juntas para derrotar um deus feito de tecnologia e magia. Tal é o esforço que Thor se torna Blake, porém as coisas voltam ao normal, Diablo fica preso em um livro de magia e o Alto Evolucionário vai pensar algumas vezes antes de misturar estes dois elementos tão letais novamente.

Cammy

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