quarta-feira, 18 de maio de 2016

Resenha 616: X-Men: Apocalipse


Finalmente estreou nos cinemas brasileiros o sexto filme da franquia dos mutantes. Trazendo o Apocalipse como grande antagonista, a obra também tem a missão de introduzir de fato a primeira geração de X-Men nas telonas.

Após consertar toda a confusão cronológica que era a linha temporal dos filmes mutantes, a Fox agora busca colocar ordem na casa. E para isso, nada melhor do que introduzir a primeira formação de X-Men.O filme apresenta novas versões de alguns velhos conhecidos: Jean Grey, Ciclope, Tempestade, Noturno e Anjo já tinham versões de destaque na trilogia original. As novidades ficaram com Psylocke, Jubileu e até mesmo o Caliban, mas esses três não tiveram tanta sorte.

A Jean Grey já foi introduzida como aluna do Instituto Xavier desde o início. Ela já possui a sua costumeira telepatia e telecinese, mas fica evidente desde o início que ela é mais poderosa do que aparenta. Já a sua personalidade não é tão inocente quanto a sua versão clássica. Alguns olhares e tons de desafio lembraram a sua versão "novinha" da recente HQ dos "Novíssimos X-Men".

O jovem Ciclope conseguiu nesse filme ter um desenvolvimento maior do que a sua versão adulta teve na trilogia original. Seus poderes se manifestam na adolescência e ele é levado pelo seu irmão para o Instituto. A sua personalidade guerreira e o espírito de líder vão sendo desenvolvidos em passos bem vagarosos até o final do filme.

Noturno é o mais divertido dos jovens mutantes. Já foi atração de circo e até foi colocado para lutar em jaulas contra outros mutantes. Mas encontra nos X-Men a oportunidade de mudar de vida. Seu espírito bondoso gera cenas engraçadas e o seu apelo religioso foi mantido. Lamento apenas que não tenham desenvolvido mais a questão do preconceito que o seu aspecto visual causa.


Tempestade tem uma origem bem semelhante a das HQs. Particularmente, achei a sua introdução mal feita e culminou em um argumento desnecessário para ela ter cabelos brancos. Fora que não faz praticamente nada o filme inteiro. Já o Anjo, o único ponto positivo que possui é o seu visual.

Mesmo que visualmente tenha deixado muito a desejar, o Apocalipse é um grande vilão. A cena de abertura do filme, que mostra a sua origem, é de uma qualidade ímpar. Muito bem pensada e executada. Tem até alguns momentos mais pesados, que me surpreenderam positivamente. O Apocalipse é um mutante mega poderoso, que consegue absorver o poder mutante dos outros. E foi assim que ele foi adquirindo o status de divindade que ele tanto reivindica.

Nesse ponto, o elo fraco do vilão, além do aspecto visual, é a completa inutilidade dos seus Cavaleiros do Apocalipse. São figurantes de luxo, sem serventia alguma. A Psylocke, que está visualmente inquestionável, deve ter três falas o longa todo e umas três lutas simples, sendo apenas uma dessas melhor elaborada, mas que mesmo assim não se justifica. Um completo desperdício dos personagens.


A trama geral do filme envolve o Apocalipse recrutando os seus Cavaleiros para então colocar ordem no mundo. Ele não está nada satisfeito com o destino do planeta durante o período em que ficou hibernando e agora pretende arrumar a casa. Mas para a execução do seu plano, ele precisa do Xavier, e é ai que os X-Men entram na jogada. Um destaque a parte do filme é o Mercúrio, que além de ter, novamente, a melhor cena do filme, interage mais com os personagens e mostra um grande potencial como alívio cômico.

Não entrarei na discussão entre Magneto e Xavier, pois esse é o elo fraco do filme. É a sexta vez que desenvolvem a mesma coisa nos filmes dos X-Men. Parece que os personagens não conseguem seguir adiante e estão sempre regredindo. Já a Mística, que assume de vez o posto de líder dos X-Men, em nada se assemelha a vilã dos quadrinhos.


De uma forma geral, como filme, não se trata de uma produção ruim. Tem seus momentos de criatividade, por mais que ainda existam problemas de adaptação em relação ao conteúdo original das HQs. Muitas coisas são inventadas e desnecessárias (sem contar as incoerências cronológicas). Porém, tem bastante referência e coisas fiéis. A própria cena do Wolverine no filme, mesmo sendo curta, ela impacta pela fidelidade visual. Mas vou parar por aqui para não entregar nenhum spoiler.

Não acho que seja o melhor filme que adapta super-heróis para as telonas em 2016, mas também não é algo DCpcionante.

Assisti ao filme junto com o Misael Lima, do Canal Side Quest e gravamos esse vídeo assim que o filme terminou.


OBS: Sim, existe uma cena pós-crédito lá no final do filme.


Kinhu Heck

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