terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Espécie em Extinção: hora de acordar

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Muitos temos metas na vida, mas quando um objetivo vira uma fixação e perde a objetividade ele mais nos consome que ajuda, o sonho vira pesadelo. Henry McCoy está vendo o fim de sua busca para salvar a espécie mutante, tanto quanto nós estamos vendo o fim da saga “Espécie em Extinção” na revista X-Men. O que guardará o futuro do Homo superior?


Muitas vezes, quando temos algo que nos martiriza ou preocupa, de tanto pensarmos naquilo à noite acabamos por sonhar com tal coisa. Os sonhos nunca são tão claros e objetivos como a realidade, muito se é misturado e pouco pode ser interpretado com clareza, mas ele acontece. E, se sonhamos com algo que nos agoniza, aí se torna um pesadelo. A busca de Hank McCoy pela salvação do Homo superior o agoniza há algum tempo, ele sofre com os becos sem saída e com seu fracasso... E sonha. Sonha que conversa com a Feiticeira Escarlate sobre as vidas tiradas, Wanda se defende dizendo que não inventou a morte, que areia é areia. Como um bom sonho ele é cheio de metáforas para interpretarmos, como a ampulheta que ambos observam. A corrida contra o tempo de Fera. As frases de Wanda: “Feche os olhos, Henry. A chaleira vigiada não ferve. Feche os olhos que tudo logo termina”, e as respostas de Hank: “Não sei se quero que termine”. Como um bom sonho ele transpassa o que se diz no mundo real.


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E como um bom pesadelo tem um final agonizante (e muito mais metafórico) em que McCoy se encontra dentro da ampulheta e a areia o engole. Ela o diz “Melhor sair daí” e ele responde: “Não posso. Não a menos que me ajude”. E quando tudo está perdido, Henry acorda. Acorda e vai em busca de mais um desesperada tentativa de resposta, deixando os X-Men em segundo plano, afinal o que é mais importante que salvar os mutantes do planeta? Seguindo pra onde o sonho o “puxa”, ele parte para a vila onde a protagonista de seus sonhos nasceu. E reproduz a cena de sua “imaginação” com um relógio com a imagem de uma ampulheta sentado à mesa que vira em seus pesadelos constantes.

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Ela realmente chega (como vimos em Novos Vingadores, Wanda mora na vila onde nasceu e diz ser apenas uma camponesa que mora com sua tia e nunca saiu da cidade) e fala sobre o relógio ser falso, que irá parar. Ele tenta faze-la confessar algo sobre a vontade de parar o tempo ou revertê-lo. Ela apenas se mostra a moça da vila, mas Hank tenta desmascará-la na conversa, perguntando como fala tão bem a sua língua, mas ela escapa a toda pergunta como se nunca tivesse vivido a vida de Feiticeira Escarlate. Ela, inclusive, diz que não acredita em mágica. Ele diz que nem ele, mas ela pergunta se ele acredita em realização de desejos e, ao mexer no relógio, o fecha e joga no chão pedindo para contar uma história enquanto o tempo “congela”.

Ela conta a história de um pescador que encontra uma sereia e aceita seu pente mágico. Hank tenta interromper dizendo conhecer a história, mas ela insiste em chegar à moral. A mulher do pescador fica terrivelmente brava por ele ter aceitado um pente no lugar de trazer a sereia e o pescador diz que ela não vê as qualidades dele, então não devia ter olhos. Dito isso, o pente realizou o desejo ficando a mulher sem olhos, ele se arrependeu assim que disse sem pensar, mas como disse Wanda “as palavras já tinham sido ditas”, que claramente nos remete às que ela pronunciou certa vez. A mulher do pescador, então, como vingança, deseja que o marido tenha mil olhos para enxergar sua burrice, e olhos nascem por todo o corpo dele. Voltando à razão, ambos desejam que aquilo volte ao normal e que voltem a ter apenas 4 olhos, mas o pedido se realiza apenas de certa forma, a mulher ganha 3 e o homem 1, levando a moral que nem sempre os desejos são atendidos como esperamos que sejam.

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Ainda fugindo das insinuações de Fera, Wanda diz que o cientista tem o brilho no olhar de quem tenta criar coragem para fazer algo errado, e lembra que sim, os desejos podem ser atendidos e tornarem as coisas piores, como diz a moral da história, e delicadamente com isso avisa que ele deve deixar tudo pra lá. Apenas se despede e sai, sua tia não gosta quando ela se atrasa. Hank volta à Terra do Nunca e sem poder concretizar sua busca, usa seus registros para dar uma lápide e uma cova a cada um dos mortos no expurgo. Talvez seja uma maneira de limpar as mãos da sujeira do caminho que trilhou atrás de sua meta que, uma vez fracassada, foi enterrada junto com aqueles que sofreram por causa do gene X como ele, de forma diferente e mais dolorida, com certeza.

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Depois de tanto sofrimento, drama, trabalho árduo, pesquisa, e tudo mais que esse caminho causou ao X-Man e não chegar a lugar nenhum, termina aqui sua tentativa de salvar o Homo superior. Depois de tentar através de métodos científicos, ortodoxos e não ortodoxos, mágicos e de falar com a própria Wanda em sua saga, realmente não resta o que fazer, a não ser viver novamente.

Cammy

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