terça-feira, 18 de novembro de 2014

Um novo olhar sobre a Origem de Thanos


Nessa nova leva de encadernados especiais de capa dura contando (ou melhor, recontando) a origem de clássicos vilões da Marvel, certamente a Ascenção de Thanos é o que mais me surpreendeu. Tendo certa importância direta com a nova saga Infinito, Jason Aaron iniciou uma parceria como artista italiano Simoni Bianchi e criou um clássico moderno com o Titã Louco, definindo como nunca esse atributo do personagem. A revista acabou de sair nas lojas, se ainda não encontrou procure-a nas próximas semanas. Então, volte aqui para continuar lendo alguns apontamentos que achei interessante de trazer nesta resenha.

Tudo começa com o retorno de Thanos as ruinas do que outrora foi a grande cidade dos Eternos em Titã, uma das luas de Saturno. Lá Thanos revira umas pedras e acha o tumulo de sua mãe, Sui-san, até então nunca dignamente retratada nas histórias em quadrinhos. O tempo narrativo volta atrás até o derradeiro nascimento de Thanos, renegado pela sua progenitora, mas ainda assim amado pelo seu pai. É um primeiro choque aos leitores, que sempre imaginaram a moça como uma das poucas a amar a criança deformada com a sindrome dos Deviantes. Sui-San na verdade tentou matar Thanos ainda bebê.

Mesmo afastado do amor materno, Thanos crescera inocente, apesar de aos poucos mostrar um interesse estranho em retratar a morte em desenhos. Na aulas da escola, porém, mal teria estomago para dissecar um animal. Esse coração fraco, todavia, mudaria no dia de um fatidico acidente. Ao levar amigos da sua escola para uma caverna proibida, uma avalanche os pegou de surpresa. As crianças que não morreram entre os escombros, foram devoradas por gigantescos lagartos. Thanos fora o unico a viver naquele dia. E assim se tornou mais temido entre os seus amigos.


Sempre sozinho, apenas a presença de um jovem o estimulava. Foi ela quem o instigou a pela primeira vez se vingar dos tais lagar Etos que devorou os colegas e atormentava os seus sonhos. Desde então, Thanos deixará de lado o pavor da morte e se tornou um adepto por estudar mais a fundo os seres vivos em experimentos. Primeiro, lagartos. Então, feras maiores. Depois, cidadãos de Titãs. Seu pai, Mentor, continuava no entanto cego a tudo aquilo. Nem mesmo os avisos do pai supremo dos Titãs, Kronos, adiantavam. Por fim, motivado a entender sua verdadeira natureza maligna, sua própria mãe foi pra mesa de operações. Aquela foi sua última morte por longo tempo.

Abandonou a morte, ignorou a jovem amiga que o influenciava. Seguiu a vida como Pirata apenas e rumou de planeta e planeta se aventurando, amando, fazendo filhos até. O seu Capitão e outros Piratas até mesmo desdenhavam do seu pacifismo. Mas isso foi até o dia em que ele reagiu, matou o velho capitão e se tornou o líder de todos. De volta a Titã, reencontrou a jovem garota agora crescida. Ela era, sempre foi sua paixão, mesmo sem ter sido nunca verdadeiramente sua. Por ela, Thanos voltou a matar, suas ex-esposas, seus rebentos conhecidos.


Sua tripulação já o tratava como Titã Louco, pois era assim que ele parecia se portar. Era o mais sádico e sórdido de todos ao redor. E tudo nele parecia centralizar na tal obsessão pela mulher sem nome. Uma mulher que, como foi revelado mais a frente na história, apenas Thanos enxergava e ninguém mais. Uma mulher que se revelou a face da Morte. Ou, numa interpreção diferente, um devaneio do Titã sobre um amor platonico impossivel com um conceito.

Parte de sua Tripulação tentou matá-lo antes que ele matasse a todos. Falharam e apenas ficaram o que obedeciam por medo. E rumo a um embate final para tomar sua terra Natal, Thanos teve que combater Mentor. O velho pai percebeu tarde demais o que realmente o filho era. Tentou convencer seu filho de sua própria loucura, mas em vão. Sua paixão pela morte era de fato maior. Mas seria pela mulher ou pelo conceito?

E essas é uma daquelas edições em que Jason Aaron esta iluminado. Dizem que ele meio que subverteu muita coisa que o Starlin propôs. Eu vejo diferente. É uma nova luz. A idéia de deixar o conceito da visão da morte como uma alucinação foi genial. Na verdade, é algo que você pode interpretar muito bem dos dois jeitos e não se anulam de modo algum. Fora isso, dá uma boa luz para aqueles que se questionavam sobre a possibilidade de Thanos ter um filho. A resposta vem em forma de vários. E lembrando que na fase de Starlin ele já teve até mesmo uma neta (sim, estou falando da Nebulosa).

E mais uma vez, parabens a Panini por estar lançando uma leva tão boa de materiais assim, de luxo - pelo acabamento, arte e roteiro.

Coveiro

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