quarta-feira, 12 de outubro de 2016

616 na Nova York Comic Con 2016



Neste último final de semana rolou nos EUA a Nova York Comic Con, evento que já é tradicionalmente coberto pelo pessoal daqui do 616 desde o começo do site. Essa edição em especial contou com algo diferente no entanto. Desta vez, tivemos a oportunidade de estar conhecendo o evento por dentro e assim ter pela primeira vez a real sensação do que é a segunda maior convenção de quadrinhos do mundo.

Acompanhado do youtuber Fabricio Marvel do canal Toys & Travels, que já reportou em matérias anteriores lançadas aqui como é algumas convenções lá d'e fora, o editor-chefe do 616 Coveiro esteve nos quatro dias da convenção acompanhando o máximo que se podia ter proveito nesse tempo. De cara, pela dimensão que o Centro de Convenções Jacob K. Javits ocupa, tem que se trabalhar a idéia de que é impossível aproveitar tudo e você tem que ser bastante criterioso em onde vai estar em cada horário para fazer a coisa toda valer.



O evento em si pode ser basicamente dividido em quatro grandes alas principais compostas pelo que eles chamam de "show floor", o "Artist's Alley", os diversos auditórios de "Painels and Screening" e por fim a áreas reservadas para "Autographing and Photos" de celebridades da TV e Cinema (incluindo aqui o Stan Lee, claro). Cada um deles ocupa aqui um pavilhão por completo, tirando o Show Floor que acaba ocupando dois pisos inteiros do lugar. Outras áreas menores mas não menos importante são o Lounge de Imprensa, um enorme pátio de circulação de pessoas e ótimo para interação com os cosplayers e vários pequenos quiosques de alimentação no lugar de uma só área concentrada para lanchonetes. O local é realmente espantoso e por si só o Javits Center tem uma arquitetura externa belíssima que garante uma iluminação natural que é um show a parte.



O que chamam de "Show Floor" seria o espaço onde se aglomeram todos os stands e áreas de venda da Convenção. De longe, liderava com todas as atenções devidas o espaço da DC/Warner, que além de levar a arte da capa do guia da convenção da feira com um Mulher Maravilha do Jim Lee, expôs algumas peças do figurino do filme da Amazona Guerreira que sai no próximo ano. Era um lugar muito grande com espaço de sobra para autográfos dos artistas que estavam agendados por lá durante os quatro dias. Mas o lugar que certamente mais atraía pessoas ao seu redor era os stands da Funko, que já antecipando a procura com seus exclusivos, sorteou horários de atendimento com a clientela e mesmo assim lotou de pessoas que ficaram de fora ao redor tentando conseguir aquele almejado Funko Pop.



 A Marvel preferiu optar por algo mais simples, menor e centralizado bem no meio do espaço dos demais lojistas, mas que não faltava atrações.  No quadrado que ocupava seu mapa, se via espaço para venda de itens exclusivos e filiação ao novo cartão de crédito em uma ponta e a área de autográfos de artistas em outra. Num outro lado, corria uma ação bem criativa pro filme do Doutor Estranho onde um barbeiro dava um ar de épocas diferentes da barba do Mago Supremo aos interessados em mudar o visual. Mais ao fundo, o jogo Torneio de Campeões sorteava bônus aos participantes e a frente ficava um grande telão onde seguiam-se brincadeiras e concursos ao logo do dia.

O pico alto do stand da Marvel acontecia ao final da tarde de cada um dos dias, que contava sempre com a participação de um grande nome para atrair a atenção dos participantes da feira e deixar seus maiores fãs en polvorosa. Na quinta-feira, teve sorteio para autógrafos de Stan Lee, que discursou com muito entusiasmo ao final da sessão. A sexta-feira contou com parte do elenco dos Agentes da SHIELD e entupiu o lugar de pessoas. Sábado teve a presença do elenco principal do Punho de Ferro autografando um belo poster distribuído no dia com a arte de Joe Quesada. Por fim, Domingo fechou com o elenco da série Legião, mais novo fruto da parceria da Marvel com a FOX. 



Tirando as fotos que você conferiu aí, nada pode te deixar mais com a sensação de estar lá do que os videos gravados pelo canal Toys & Travels que você pode conferir no canal do youtube do Fabrício e que compartilhamos alguns trechos ao vivo lá na nossa página do 616 no facebook no dia. O Toys & Travels conseguiu ainda uma entrevista com Chloe Bennet, Clark Greeg, Gabriel Luna e Jeph Loeb e participou com exclusividade do painel do Netflix do Punho de Ferro (Confira tudo pelo youtube em breve). De fato, essas iniciativas da Marvel colocar suas produções de TV bem perto do público nesses eventos são pra lá de louváveis. Só faltou, no entanto, um pouco de bom senso para pensar que tamanhas atrações precisariam de um stand com espaços e acessos melhores e também um melhor preparo do staff para lidar com tais situações de forma mais amigável com seu público.



Depois de stands das demais editoras como Boom, IDW, Image e outras, certamente o que mais se destacaram foram os diversos stands de vendedores espalhados nas alas mais ao fundo do pavilhão. Diferente do que eu imaginava para um evento do porte da NYCC, eles não perderam tempo gastando na imagem, optaram por montar estruturas mais simples e conquistaram o público com bastante ofertas e preços bacanas. Era realmente díficil segurar a carteira nessas horas, mas quando você sai com sacolas muito mais cheias do que esperava, no fim sai do evento com uma boa sensação de que comprar o ingresso foi um bom negócio.

E topar com stands de estruturas simples mas com bom conteúdo foi realmente a mais grata surpresa da NYCC, já que isso abriu espaço para também para as menores produtoras independentes de quadrinhos ganharem apenas o espaços de algumas mesas e um monstruário de não mais que três metros pra mostrar o que fazem. Já em outro espaço do "show floor" chamado "The Block" juntava um tipo de "beco" criativo de artistas plásticos e suas criações underground pra lá de irreverentes. Por outro lado, as exposições e stands das famosas marcas de action figures pareciam comparativamente fracos, bem pobres de novidades. O mesmo pode-se dizer dos demais stands de TV e cinema, com monstruários bem minguados feitos pela FOX e Starz.



Mas como a minha raiz - e acredito que a de muita gente - é quadrinhos, um destaque que merecia toda atenção era o Artist's Alley, que foi este ano organizado prioritariamente pelo ComiXology (site de quadrinhos virtual mais famoso dos EUA). Em eventos como a NYCC, diferente do que acontece aqui no Brasil, os nomes que marcaram nossa infância (ou mesmo autores de hoje que vibramos) nos quadrinhos de super-heróis da Marvel e DC estão lá em abundância e acabam dividindo entre si a atenção dos muitos fãs. Para quem tem a nona arte no lado esquerdo do peito como eu, ir num lugar como a NYCC (ao menos pela primeira vez), pode significar ficar pelo pavilhão dos artistas quase o dia inteiro e ainda sair satisfeito.

É comum ver pelos corredores do Alley carrinhos ou malas de rodas sendo arrastadas de um canto a outro para os fãs coletarem suas assinaturas de uma leva completa de edições "floppy" (as simples, de histórias únicas de 20 a 22 páginas) por lá. Em contrapartida, muitas vezes determinado autor ou artista pode querer cobrar por autógrafo para desestimular o exagero (ou ser mais discreto e pedir uma doação pro Hero Iniciative como acontece sempre). Mas além disso, devido a oferta de prints, sketches encomendados e artbooks, é um local também difícil de segurar sua carteira e não sair sem algumas belezinhas pra sua coleção. 

Alguns nomes fortes demais, no entanto, era preciso caçar fora do "Artist's Alley". Assim, era importante ficar de olho nos horários dos Stands da Marvel para ter a assinatura de Joe Quesada, Dan Slott ou Jim Starlin nas suas revistas; Jim Lee e Christopher Priest no stand da DC Comics; ou mesmo Greg Rucka e Robert Kirkman, pela Image. Nesses horários, era possível encontrar esses figurões lendários sem mesmo precisar pagar pelo autográfo, e isso até mesmo inclui o caso do Senhor Stan Lee na sexta-feira (bastaria chegar realmente cedo). 



Tirando esse tempo no stand da Marvel, a chance de encontrar o velhinho criador da Casa das Ideias se resumia a apenas a Área de Autográfos e Fotos. Localizada num dos subsolos do pavilhão, Stan Lee se juntava a muitas outras celebridades do cinema e TV como o Jon Bernthal (o Justiceiro) e Karen Gillen (a Nebulosa dos Guardiões da Galáxias) para ter um tempo com os fãs que pudessem pagar. Esta que pode ser para alguns a área mais inacessível financeiramente da NYCC, ainda assim é bastante disputada. Mesmo com o exorbitante valor de 109 reais cobrados para uma assinatura ou uma foto, os horários com Stan Lee estavam esgotados para todo o final de semana antes mesmo do primeiro dia da feira.

Por outro lado, se estar bem de pertinho pode ser difîcil para os fãs, a NYCC é um exemplo a ser seguido na organização de seus painéis e auditórios. Todo o subsolo do evento é destinado a organizar a espera com salões vastos para receber as enormes filas no aguarda das futuras palestras e apresentações. A todo momento, os microfones gerais anunciavam com precisão quais auditórios estavam vagos e comportavam mais interessados para as palestras. E pelo pouco que presenciei, não houve ninguém de fora mesmo dos paineis mais requisitados, graças também a imensidão do auditório principal.



Obviamente, eu poderia ficar mais e mais paragráfos detalhando um evento da magnitude da NYCC, mas não chegaria sequer perto de passar a real sensação do que é estar lá pela primeira vez. Mesmo acostumado com os mais diversos eventos que rolaram por aqui no Brasil ao longo dos últimos quase 10 anos de site e até estando mais envolvidos na organização do tradicional Fest Comix realizado em São Paulo, a experiência foi surpreendente a princípio, bastante reveladora no seu decorrer e acabou sendo bom aprendizado. O bom nisto tudo é saber que no fim, aqui mesmo no Brasil, estamos bem encaminhados em chegar perto de algo como acontece por lá!

E quem quiser conferir mais fotos do eventos tiradas durantes os quatro dias que passamos lá, basta clicar AQUI e dar aquela conferida!

Coveiro

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