sexta-feira, 27 de janeiro de 2017

Teia de Seda: Uma nova Chance...



Para proteger as versões aracnídeas de outras realidades, ela teve que se sacrificar e viver parte da sua vida presa em um bunker até que um dia foi libertada por aquele que seria uma espécie de contraparte sua. Assim, uma vez livre, ela e o herói conhecido como Homem-Aranha se juntaram com muitos outros iguais para combater seus algozes no megacrossover Aranhaverso. A muito custo, eles venceram e agora finalmente Cindy Moon pode ser uma pessoa livre finalmente. Mas o que sobrou de vida para aquela garota após anos isolada do mundo exterior afinal?



Na edição #7 de Homem-Aranha: Aranhaverso, é a vez de acompanharmos as primeiras histórias solo da Teia de Seda em sua própria revista mensal. Assim como Peter, Cindy Moon tem uma identidade secreta e nas horas vagas pratica o vigilantismo na cidade. Ela até mesmo tem já um arqui-inimigo, o Garra de Dragão (que ela prefere chamar de Pokemón) e eventualmente recebe a visita do Homem-Aranha original para lhe aconselhar. Mas mesmo finalmente livre, Cindy não é feliz e sabe que deve recuperar parte da sua vida perdida para volta a ser inteira novamente.

Em flashback, acompanhamos ao longo de todas as sete histórias desse primeiro volume da personagem um pouco de como era sua vida antes do bunker. Era a filha mais velha de um casal comum nipo-americano que era muito cobrada por sua mãe e sempre tinha que estar presente para seu irmão caçula. Mas todos os problemas de relacionamento familiares se tornariam pequenos quando um dia foi picada por uma aranha radioativa (a mesma que picou Peter Parker) e um velho chamado Ezekiel bateu a sua porta falando sobre uma estranha profecia. Tudo mudou e os poucos anos que ficou fora do mundo fez com que Cindy não tivesse sequer ideia de onde estão hoje seus pais.

No Canal Fatos, conhecemos um pouco do elenco coadjuvante que vai começar a acompanhar a personagem - Rafferty, Lola e sua chefe Natalie Long. J. J. Jamenson, que é o principal editor de lá desde que deixou o cargo de prefeito, acaba se tornando uma espécie de tutor da menina e a ajuda aos poucos a montar as peças faltantes para ela ficar mais perto da sua família sumida. Fora do local de trabalho, a função dela é dar uma de Peter nos velhos tempos e forçar situações de confronto da sua identidade Teia de Seda para ter mais matérias para seu jornal. Com isso, ao longo do caminho ela vai se deparando com robôs gigantes com cabeça de caveira da HIDRA e versões ainda mais turbinadas do Garra de Dragão.



Numa das brigas com o vilão "pokemon", Cindy acaba descobrindo que por trás da máscara monstruosa há um homem - Harris Porter - apenas querendo ganhar dinheiro para sustentar sua filha. Com isso, ele se tornou apenas mais um capanga da nova rainha do crime do pedaço, a Gata Negra. Não demora muito pra própria Felicia Hardy por os olhos em Cindy e seu heroísmo. Mesmo a Teia de Seda escapando da primeira vez que as duas se bateram, a Gata Negra não a esqueceria tão cedo.

No decorrer das páginas, vemos mais um pouco da vida passada de Moon assombrando a garota. Topou com um antigo namorado de escola que ela teve que abandonar quando foi parar no bunker e hoje está casado a desnorteou por um tempo. Isso talvez tenha sido a gota d'água pra ela começar a apresentar alguns sintomas e obrigou o Homem-Aranha a levá-la para o Edifício Baxter para uma checagem rápida com Reed Richards (Sim, isso foi antes das Guerras Secretas). O diagnóstico final do "doutor" foi ansiedade e a recomendação foi uma psicóloga - Dra. Sinclair. Cindy não levou muito aquilo a sério a princípio, mas a visita ao Quarteto Fantástico pelo menos lhe rendeu depois um encontro com o Tocha Humana.

A última investida da Gata Negra pra cima da heróina foi raptar a filha de Harris Porter e assim forçar uma união improvável do vilão Garra de Dragão com a Teia de Seda e o Homem-Aranha.Os três invadiram um dos depósitos de Felícia e conseguiram salvar a filha de Porter. Todavia, o que a Gata realmente queria era Cindy e as duas tiveram a chance de ter um mano a mano sozinhas. A briga não demorou muito e a sorte favoreceu a Gata Negra mais uma vez. Contudo, o que Felícia não esperava era uma traição de um dos seus capangas, o Reparador.



O Reparador acabou se revelando algo muito maior que um especialista em fazer upgrade em uniformes e equipamentos. Quando levou Cindy, o sujeito estava prestes a fatiá-la e estudá-la numa mesa de cirurgia a pedido de seus misteirosos chefes. O homem revelou que as pessoas que lhe pagavam tinha dado um jeito dos país de Moon desaparecer e todo tempo que ela passou escondida do bunker estava sendo espionada por esses misteriosos contratantes. Teia de Seda tentou escapar dali para forçar aquele homem a falar mais sobre onde estavam seus pais, porém uma interferência desastrosa da Gata Negra acabou vitimando o Reparador.

Nos telhados e sob uma chuva pesada, Teia de Seda teve uma chance de ter a revanche contra a Gata Negra. Desta vez, ela levou a melhor e detonou Felicia. Contudo, o que mais ela precisava saber aquela noite - o paradeiro dos seus país - foi perdido. O Homem-Aranha chegou mais tarde tentando consolá-la, mas em vão. Restou a Cindy voltar pra o seu bunker, procurar e destruir a câmera que lhe observou durante todos esses anos.

Na última parte deste encadernado, temos a última história da personagem antes das Guerras Secretas. Cindy decidiu procurar ajuda psicológica, mas com o mundo prestes a acabar, talvez isso não significasse muito. Todavia, uma pista apontava que Cindy podia achar seu irmão caçula - hoje mais velho e misteriosamente usando outro nome para cometer pequenos delitos. No meio do caminho, Cindy salvou algumas pessoas e até contou com a ajuda do regenerado "Dragão Pokemón" ao seu lado. Por fim, para sua grata surpresa, alguns minutos antes de mundos colidirem, ela achou Albert Moon Jr. Era sua chance de passar o fim de tudo ao lado de um pouco do passado que perdeu.



Apesar de pouco bem vinda em sua primeira aparição, esse primeiro volume da Teia de Seda tenta resgatar um pouco de empatia da nova personagem com o público. O alvo que pretendem agradar aqui, no entanto, não deve ser antigos leitores. A narrativa é bem menos ousada, mas divertida de se ler. Os desenhos de Stacey Lee e Annapaola Martello são mais puxados pro Manga e nitidamente a revista tenha intenção de seguir pra esse lado e captar este perfil. Apesar de um começo claudicante, dá pra ver aqui que a Teia de Seda merece uma chance para ver seu potencial.

Coveiro

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