sábado, 24 de julho de 2010

SDCC '10: Mais de Capitão América a caminho


Com menos de um ano para a chegada do filme do Capitão América, um dos maiores personagens das HQS Marvel, não é de espantar que a editora aproveite o clima e lance uma série de histórias com o personagem. Sem brincar em serviço, depois de anunciar Fighting Avenger, temos mais TRÊS séries do Capitão anunciadas. Confira!

Na verdade, duas delas já haviam sido anunciadas dias atrás, e aproveitei a terceira, essa sim divulgada durante a SDCC, para falar de cada uma.

CAPTAIN AMERICA: HAIL HYDRA

Com lançamento previsto para janeiro de 2011 nos EUA, a mini-série terá roteiros de Jonathan Maberry, e tratará, obviamente, da longeva relação de antagonismo entre o Capitão América e a organização terrorista Hidra, desde a Segunda Guerra Mundial até os dias de hoje. Sempre achando que a derrotou, a Hidra sempre volta, como o monstro mitológico e suas múltiplas cabeças.

Assim, a série passará por vários momentos dessa luta, com capítulos em épocas diferentes da vida do Capitão e da Hidra. Maberry cuidará para que elementos ao redor do protagonista (como seus parceiros) localizem bem essas histórias. Além disso, o recurso a desenhistas diferentes em cada edição acaba por enfatizar essa preocupação. Sergio Cariello será responsável pelo "clima anos 40", Tom Scioli reviverá um tom anos 60(com referência em Jack Kirby), o mesmo valendo para Phil Winslade e Kyle Hotz, respectivamente para histórias com clima de anos 70 e 90.

E, claro, por fim, a própria evolução do Capitão América como herói poderá ser percebida nos saltos de tempo presentes na narrativa da série, assim como os fundamentos de sua personalidade serão perceptíveis apesar da passagem do tempo.


Capa de Captain America: Hail Hydra #1, por Adi Granov
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CAPTAIN AMERICA & THE KORVAC SAGA

Programada para lançamento em dezembro de 2010 nos EUA, essa mini-série em quatro partes, escrita Ben McCool, explorará a clássica saga dos Vingadores de 1978.

A história se passa antes do confronto entre os Vingadores e Korvac, pouco depois do "renascimento" de Steve Rogers depois de anos e anos congelado. Assim, o contato do Capitão América com esse estranho indivíduo adicionará novos elementos ao estranhamento do mundo no qual despertou.

Michael Korvac foi criado em 1975 por Steve Gerber, e era um poderoso ser vindo de uma realidade na qual a raça Badon conquistara a Terra. Transformado em ciborgue, ele correu por várias dimensões e épocas até conseguir o poder cósmico. E o que McCool pretende explorar é exatamente o que Korvac e Rogers têm em comum: ambos são homens fora de seus respectivos tempos, mas lidam com essa aflição de forma diferentes. O roteirista promete, claro, coadjvantes vindos diretos dos Vingadores, apesar de não usar a exata formação da saga original, promentendo mesmo algumas surpresas.

Seu objetivo é mostrar o quanto a experiência com Korvac teve impacto na vida do Capitão América, ao mesmo tempo que pretende atrair o interesse de jovens leitores para uma história clássica.


Capa de Captain America & The Korvac Saga #1
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CAPTAIN AMERICA: MAN OUT OF TIME

Evidenciando cada vez mais que o grande tema que cerca o Capitão América, além de um ideal de heroísmo e de patriotismo norte-americano, também é a relação do ser humano com sua própria temporalidade, ninguém menos que Mark Waid, clássico roteirista do personagem (nos períodos de 1995-96 e 1998-99), assume mais esse projeto. Uma mini-série de cinco edições, sem data de lançamento divulgada, que tratará, claro, de como Steve Rogers lidou com sua emergência em um novo mundo, muito diferente do seu, quando todos pensavam que o herói estava morto.

Afirmando o quanto sentia falta de escrever histórias de um personagem cético (sem ser cínico) e patriota (e o que isso significa no século 21), Waid diz estar animado com o projeto, pois terá de escrever um Capitão América bem menos confiante do que o grande líder do mundo contemporâneo que se tornou quando já havia se adaptado melhor à nova época. É algo desafiador, segundo o roteirista.

Elogiando o que chama de perfil do personagem para o século 21, produzido pelo premiado Ed Brubaker nos últimos anos, Waid diz que, ao mesmo tempo, é como se fosse reencontrar um velho conhecido. E agora ele abordará o que esse "velho amigo" sentiu quando, de repente, vê-se fora da Segunda Guerra Mundial em um mundo completamente novo.


Capa de Captain America: Man out of Time #1
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"Mas o problema não é a tecnologia", salienta Waid, dizendo que Steve já esteve em Atlântida, então não é um celular que o amedrontará. A questão, ao que parece, é lidar com pessoas completamente diferentes, com uma sociedade totalmente diferente daquela que deixou para trás ao partir para a guerra na Europa. A utopia que seriam os EUA imaginada por Steve não se concretizou, e ele precisa se ajustar a tudo isso.

Fundamentalmente a série busca mostrar porque um homem saído dos anos 40 ainda pode ser relevante, nos dias de hoje, como um herói. Principalmente porque ele saiu da condição de símbolo de tudo que se dizia e mostrava americano para aquele que precisa contestar e combater várias coisas que, em parte, fazem dos EUA o que são hoje. Um iconoclasta a quem Waid dá um grande valor.


Capa variante de Man out of Time #1, por Art Adams
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Não faltarão séries que preparem os leitores para compreender a essência do Capitão América e avaliar se a adaptação cinematográfica corresponderá ao significado do personagem. Só esperamos que isso saia no Brasil ANTES do filme, já que são séries descoladas da cronologia regular, não representando nenhum dano à continuidade.


João

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