segunda-feira, 31 de julho de 2017

Mulher-Aranha: A decisão de ser Mãe


O filho de Jessica Drew finalmente nasceu. E como é de praxe na vida de uma heróina, sempre com muita emoção e de um jeito peculiar - num centro médico intergaláctico. Agora, a Mulher-Aranha vai vive a maior aventura de sua vida até então, que é ser mamãe.

A história publicada na edição 12 de Homem-Aranha: Aranhaverso merecia uma postagem a parte. É independente do arco anterior e traz um trabalho altamante aclamado por críticos lá fora. Dennis Hopeless desmascarou qualquer romantismo superficial do ato de ser mãe, principalmente solteira e de primeira viagem como é o caso da Jessica, e foi sensível como nunca ao mostrar como são os medos, o cansaço, a mudança para sempre da vida anterior ao ser finalmente mãe.

Os desenhos de Javier Rodriguez são igualmente espectaculares e bem próprios para a história. Temos Drew desabafando com as amigas todos os receios que tem ao cuidar do filho e que são bem diferentes de qualquer perigo cósmico que já tenha passado antes. Ela mal consegue dormir sem se preocupar com ele estando no outro quarto no berço, quiça se afastar de casa e deixar outra pessoa cuidar dele. Ainda assim, seus amigos sabem que tem que ajudar Jessica a se livrar dessa paranoia e marcam uma noitada fora. A sequência que segue com Jessica preocupada com o filho e pensando mil e um absurdos é fenomenal.

Jessica acaba encontrando confiança em outras pessoas para lhe ajudar nessa. O ex-vilão e agora associado Roger Goring, o Porco-Espinho, se revela uma excelente babá e a criança o adora. Já um passeio com Clint, um de seus ex-namorados, acaba numa confusão com o vilão Javali e mostra que a Mulher-Aranha agora é só fúria se alguém ousar por seu bebê em perigo. Mas apesar dos avanços, ela ainda não sabe se está pronta pra volta a ação. Seu trabalho é perigoso demais e só de ouvir as aventuras que a Capitã Marvel teve em uma semana deixa Drew tensa. Ela acaba pedindo uma extensão da licença-maternidade para Ben Urich, que concorda, mas ainda assim encontra um jeito de convencer a Mulher-Aranha a ser uma consultora nas suas investigações.

Mas o climax dessa história vem com a revelação de que Jessica decidiu ser mãe por conta própria. Nada de Skrulls ou Super-heróis envolvidos. Ela sequer sabe quem é o pai. Depois de mais um namoro frustado, ela decidiu que sua vontade de ser mãe apareceu, independente de ter marido. Assim, ela foi numa clinica e tudo aconteceu.

Agora, chegou o momento de ela voltar. Confiando em Roger para ser uma boa babá (ele já tinha experiência como pai), ela e Carol Danvers terminam a edição  vestindo os uniformes e caindo na ação. A Mulher-Aranha voltou.

Eu sou fã do trabalho de Denis Hopeless desde seu começo. É um autor que pega poucos títulos, tem uma ótima visão inovadora de construir narrativas e sempre surpreende positivamente suas histórias. Essa em particular eu achei genial. Muitas heróinas no passado já engravidaram e tem filhos, mas pela primeira vez foram trabalhadas numa HQ (que eu tenha conta) como elas lidarão com isso e uma vida tão turbulenta.

Coveiro

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