terça-feira, 18 de setembro de 2007

Quarteto Fantástico: Olhando a "coisa" por outro ângulo

Fantastic Four #539

O que fazer quando o mundo em que você vive se divide, na prática, em uma dicotomia que coloca aqueles que outrora eram amigos em dois lados inconciliáveis? Que lado escolher? Como escolher e saber o que é "certo" e "errado"? Bom, dependendo do ponto de vista, Ben Grimm acabou não fazendo nem uma coisa, nem outra, ou as duas ao mesmo tempo. Como? A resposta está em Universo Marvel 27.

Na história do Quarteto Fantástico, além de termos o Coisa como personagem central, temos algumas clarificações a respeito da interceptação do comboio pró-registro pelos anti-registro, visto em Homem-Aranha 69, como já mostramos. Membros da gangue da Rua Yancy, com uma informação verdadeira, vazada pelo Mestre dos Bonecos (associado atualmente com o Pensador), são indispensáveis para que a ação de resgate seja executada. Mas qual o interesse dos dois na libertação dos prisioneiros?

Quarteto Fantástico: Guerra Civil

Como não poderia deixar de acontecer, os vilões começam a se aproveitar da fragilidade que assola a comunidade heróica em meio à Guerra Civil. Os dois perturbados inimigos do Quarteto – é só ver que suas visitas à terapeutas é bem freqüente – aproveitam a situação do resgate para, manipulando os envolvidos, tirarem do tabuleiro aqueles que muitas vezes foram decisivos na frustração de seus planos. O plano é massacrar os dois lados envolvidos.

Quarteto Fantástico: Guerra Civil

Isso explica bastante das ações um tanto estranhas que vimos em Homem-Aranha 69, inclusive o lançamento dos mísseis em direção do comboio, quando nos é revelado que eles vêm de helicópteros de escolta, cujos pilotos são controlados facilmente. Na revista do Aranha, a história rapidamente corta para o confronto entre ele e o Capitão América, mas nessa edição do Quarteto, vemos o foco principal do conflito.

Com o envolvimento da gangue da rua Yancy, o conflito acaba se tornando fatal. Com um dos rapazes, chamado Rato, controlado, uma bomba está prestes a explodir e concluir os planos de assassinato de vários heróis. O que frustra os planos é a intervenção de um elemento surpresa: o Coisa. Ele chega e tenta abafar a explosão (lembra dela, que tira o Capitão do confronto com o Aranha?) com um caminhão, enquanto outro dos rapazes, Cee, afasta Rato do local. A primeira vista não há vítimas e os planos do Pensador e Mestre dos Bonecos é frustrado. Mas, rapidamente, Ben avista Cee morto, atingido de alguma forma pela explosão.

Quarteto Fantástico: Guerra Civil

Com todos os prisioneiros tendo fugido, um novo confronto entre pró e anti-registro parece se delinear, quando os dois lados são interrompidos por um furioso Ben Grimm. Com Cee nos braços, mostrando a destruição que o confronto causou, como aquilo atingia os civis, o Coisa dá um verdadeiro chilique. Mesmo assim, por mais bizarro que seja, Capitão América e Homem de Ferro tentam levar o herói pedregoso para o seu lado.

É aí que vem a declaração de impacto. Literalmente mandando os dois lados para o inferno, Ben diz que o registro é errado, que não é obrigado a concordar com essa lei. Mas, ao mesmo tempo, ele se recusa a ser um fora-da-lei e lutar contra o governo do país que ele tanto ama. A solução? O Coisa vai se exilar. Sair dos EUA e de toda essa guerra em que ele , claramente, não vê sentido algum. E não sabe se quer voltar.

Quarteto Fantástico: Guerra Civil

É uma decisão controversa e que pode ter várias interpretações. Pode parecer, a primeira vista, uma decisão fácil. Manter-se neutro e ir embora pode soar como algo confortável. Mas, olhando por outro lado, é uma decisão difícil de fazer. Tudo que Ben tem está nos EUA. Sua família (o Quarteto), seus melhores amigos e um lugar que, mesmo com sua aparência bizarra, aceita-o como um herói. Além dele ser, por suas próprias declarações, extremamente patriota, o que torna um exílio algo bem doloroso. Na seqüência das histórias do Quarteto Fantástico saberemos de que forma ele lidará com isso e o que o espera fora dos EUA, além, é claro, de começarmos a olhar um pouco de que forma o resto do grupo reagirá à sua saída e à Guerra Civil.


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