Hank McCoy está determinado a proteger o gene mutante do desaparecimento definitivo. Diferente de muitos que não se importam com o que está acontecendo aos mutantes ou não podem fazer nada de fato, ele pode. Uma das únicas pessoas que pode. Mas ele não conseguirá sem ajuda, e algumas já foram recusadas. A tarefa parece mais difícil do que nunca, mas ele não desistirá de salvar a sua espécie em extinção.
Como vimos anteriormente na saga de Fera em X-Men, o alto evolucionário desacreditou o herói em sua busca por uma salvação científica para o Homo superior. Mas como todo cientista de fato, Hank, além de curioso, é persistente. Ou teimoso segundo os olhares externos, não importa, ele continuará tentando. Para ele, diferente de Wyndham, para tudo existe uma solução científica, “basta” encontrá-la. Porém, agora sabe que alguém mais está atrás da mesma resposta como o foi dito, resta saber com quais intenções. Tudo isto ele conta em seu diário de expedição, muito bem descrito no texto de Chris Yost.
McCoy, então, se encontra com a Doutora Rao para prosseguir sua busca por qualquer coisa que dê uma pista. Ela encontra-se em um laboratório um tanto obscuro dado o fato de estar desacreditada na comunidade científica, primeiro porque sua pesquisa sobre a “cura” mutante revelou-se ser com base em informações já muito bem estruturadas por alienígenas, não suas próprias, segundo, pois quem precisa de uma especialista em genética mutante quando quase não há mais mutantes? Ela parece querer se redimir pela tão controversa cura e oferece tudo que tem de informação ao mutante, que ironicamente procurou sua cura anteriormente.
Mas o que ela tem não pode ajudar tanto, são apenas amostras de DNA de mutantes que, desde o dia m, não possuem mais o gene X nele e dados de onde Ord recebia cobaias. Rao se retira dando um conselho de que Hank tenha cuidado, ela sujou suas mãos de sangue, que ele não suje as dele e diz que às vezes, nenhuma ajuda é melhor que a ajuda errada. Contrariado, o mutante diz não ser como ela, mas ela o lembra muito bem o que ele já esteve disposto em sua busca obcecada contatando mentes nada confiáveis em busca de ajuda, dizendo “E eu não tenho o número de telefone de Arnim Zola”.
O local que supria Ord com cobaias é o conhecido como “Terra do Nunca”, um campo de concentração mutante do projeto arma X no Canadá. Fera vai para lá (mesmo advertido por Wolverine que não encontraria nada) em busca de alguma resposta, algum tecido com DNA, algum rastro, alguma pista. Mas a pessoa que o precede desde o começo chegou antes mais uma vez pegando todos os registros e arquivos que o X-Man veio procurar. Procurou as mesmas coisas, como se pensassem igual. Enquanto isso, o mutante olhava os registros do campo de concentração e a crueldade com sua espécie pasmo. Experimentos, cobaias, execuções, e todos mortos quando o local foi fechado. Ao chegar ao local do tal genocídio, quase aos prantos, se depara finalmente com seu “competidor”: o Fera Negro. Uma versão do que conhecemos na realidade 616, mas um tanto mais sarcástico, sem escrúpulos, maligno, enfim, mais “negro”, de uma realidade alternativa, conhecida aos leitores como era de apocalipse. De fato, não há mais surpresas de porque estavam seguindo os mesmos rumos.
Além da mesma genialidade, os dois revelam ter mais alguma coisa em comum, o eu mais obscuro do protagonista também quer impedir a extinção dos mutantes, mas, claro, ele usa de métodos menos ortodoxos para tal. O inesperável é que ele oferece ajuda ao seu eu da realidade 616 em sua busca. Seu argumento é que ele pensa como o McCoy que conhecemos, mas ele vai além, sua falta de escrúpulos o faz pensar o impensável, fazer o que uma mente com consciência não faria, e só assim se poderia chegar ao fundo desta questão. Ele ainda oferece uma base de dados sobre os dirigentes da Terra do Nunca, os que davam ordens e os que puxavam gatilhos, tentador. Hank recusa a ajuda, mas Fera Negro diz que ele apenas está se escondendo atrás de uma desculpa, a desculpa de que não se pode confiar nele, quando, na verdade, ele tem medo de ver do que ele realmente é capaz, ou se transformar em algo que não quer. Mas sob a determinação de que nada seria feito sem autorização do X-Man e sabendo antecipadamente que se arrependeria, Fera sede ao discurso de seu lado obscuro e esquece tudo que Dra. Rao o disse.
Vale a pena trocar uma alma por uma espécie? Ele vai descobrir.
Cammy
