sexta-feira, 4 de janeiro de 2008

Capitão América: Nas Entrelinhas da Guerra

Captain America #23

Uma das séries regulares mais interessantes do momento continua, em Novos Vingadores 47, o arco em três partes ligado à Guerra Civil. Contudo, a revista do Capitão América nesse mês de dezembro não mostra o personagem título em mais do que um flashback em vídeo. Depois de vermos Sharon Carter desistindo de convencer Steve a reavaliar sua posição com relação ao registro de super-seres por motivos estranhos, e que, de alguma forma, o Caveira Vermelha tem relação com isso, o foco se volta para Bucky Barnes, o Soldado Invernal. E ele não está sozinho.

Invadindo sorrateiramente uma estação de monitoramento da SHIELD, Bucky acaba enfrentando Nick Fury. Peraí! Fury? Não, não é o vedadeiro, mas apenas um MVA, que assusta o agora agente do ex-diretor da agência de espionagem, mandante da missão, por sua semelhança com o original. Após desativar o andróide, Bucky conversa com o próprio Fury, agora seu “patrão”, através de um holograma do mesmo. A idéia é “hackear” o MVA, fazendo dele olhos e mãos de Nick dentro da SHIELD. Não que ele já não tivesse acesso ao seu banco de dados. Seu propósito é descobrir o que de suspeito ronda a agência, mistério desde que os Novos Vingadores foram à Terra Selvagem e ao Japão.

Capitão América: Guerra Civil

Enquanto a transferência de dados necessária é feita, os dois conversam sobre o que o MVA estaria fazendo em uma sala de monitoramento. Cuidando de várias telas de observação simultaneamente. Fury diz que é exatamente isso que busca descobrir, para, assim, chegar à pessoa que anda manipulando as coisas ali dentro. As telas mostravam a luta concluída em Guerra Civil 4, o que faz com que Bucky reflita sobre o conflito.

Capitão América: Guerra Civil

O ex-parceiro do Capitão não entende como aqueles heróis com os quais ele busca se familiarizar podem brigar daquela forma. Assumindo uma posição pró-registro quase como impulso, já que trabalhou para o governo norte-americano e soviético, o Soldado Invernal ouve o contraponto de Fury. Anti-registro, Nick diz que algo ser do governo não faz daquilo certo. Cita sua própria situação clandestina como exemplo. Reforça uma posição parecida com a de Rogers, ao falar que o registro compulsório vai contra tudo pelo que ele e o Capitão sempre lutaram, dando uma alfinetada em Bucky pelos seus serviços à URSS stalinista. Mas o rapaz se sente ainda incomodado, já que uma de suas ações ainda sob controle de terceiros criou uma situação usada como exemplo no discurso pró-registro no dia da aprovação da lei.

Fury diz para ele esquecer o que fez desde que foi resgatado e reformado como agente soviético. Tenta animá-lo, contando que suas ações como assassino-espião impulsionou a própria criação dos MVAs para proteção de “pessoas importantes”, como dublês. Ou seja, de uma forma bizarra, isso os está ajudando agora. Mas Bucky não se anima nem um pouco.

Ele pesquisa o nome de Aleksander Lukin nos computadores e vê que a SHIELD vem monitorando o empresário russo. Pior, ele estaria, naquele momento, na Latvéria. Em outras palavras, Victor Von Doom, o Doutor Destino, e o Caveira Vermelha, juntos! Mesmo sem saber da ligação Lukin-Caveira, o Soldado Invernal se preocupa que toda a Guerra Civil está tirando o foco dos heróis, fazendo com que os vilões mais perigosos do mundo tramem livremente. Fury diz que Lukin é assunto seu. Ele o está monitorando muito melhor que a SHIELD e pede que o Bucky confie em sua palavra. E que escape naquele momento, já que eles não têm muito tempo.

Capitão América: Guerra Civil

Após gerar uma distração holográfica com o ex-vingador Demolição, Nick dá o sinal, e o Soldado Invernal simplesmente derruba todo um esquadrão da SHIELD com muita facilidade, demonstrando toda sua capacidade, acumulada com o passar dos anos. Fury, cujos recursos parecem ilimitados, já que consegue impedir que qualquer imagem de seu agente seja gravada, diz que em breve poderão fazer aquilo muito mais rápido e em maior escala. O Soldado Invernal se retira antes da chegada dos reforços, ainda preocupado com uma possível aliança Lukin-Doom, e como isso está passando desapercebido por muitos.

Capitão América: Guerra Civil

Na Latvéria, a temida aliança. Travestido de Caveira Vermelha, Lukin pergunta a Destino se as escavações feitas por ele na Alemanha têm sido bem sucedidas. Doom responde que sim, confirmando a crença em uma vida passada como Barão de Ferro e no futuro promissor que o Caveira aparentemente previu para o soberano. Mas o projeto que o nêmesis do Quarteto Fantástico planeja não é a única coisa em questão ali. Em troca da ajuda do nazista, Doom retribui com algo misterioso. Um dispositivo que só poderá ser usado uma única vez, mas que serve aos propósitos obscuros do Caveira Vermelha.

Capitão América: Guerra Civil

O arco ainda não terminou, mas não posso deixar de reforçar o trabalho espetacular feito, nas últimas 23 edições, por Ed Brubaker, Mike Perkins (nessa edição) e Steve Epting. Além de conseguir criar um tie-in inteiro com a Guerra Civil somente de pano de fundo, coloca em prática tramas dentro de tramas, que sempre me deixam (creio não estar só) ansioso pela próxima edição, além da narrativa visual perfeita para esse tipo de história. Em janeiro o arco Tambores de Guerra se conclui, mas essa história está longe de acabar.


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