domingo, 6 de janeiro de 2008

Quarteto Fantástico: Esquentando a Guerra

Fantastic Four #542

Depois das primeiras, e bizarras, aventuras do Coisa exilado na França, um membro do Quarteto Fantástico até agora pouco acionado durante a Guerra Civil entra em cena (mas nem tanto). Johnny Storm, o Tocha Humana, começa a história na edição 30 de Universo Marvel fazendo o de sempre: dando em cima de alguém. Nesse caso, a caixa de um café no Brooklin. Mas ele não foi lá para isso. Quer dizer, não só para isso. Em uma história que se passa antes dos dois lados da guerra chegarem em um estado crítico, Johhny foi se encontrar com Reed Richards, e tentar entender a posição do cunhado.

Quando Reed dá a resposta que usou até agora, de que o registro é lei e deve ser respeitado, o Tocha o confronta sob outro ponto de vista. Diz que o Quarteto se originou do roubo de uma espaçonave, já combateu tudo quanto é tipo de governo alienígena, já desafiou deuses, e que nem as leis da física o Sr. Fantástico respeita. Mas agora tudo isso seria deixado para trás, colocando amigos contra amigos? Storm questiona se os fins justificam mesmo os meios.

É então que começamos a desvendar a verdadeira motivação de Reed. Ele diz que a escalada de seres superpoderosos gerava cada vez mais medo nas pessoas comuns, e o que viria a seguir seria terrível. Confia nisso com precisão matemática, colocando toda a certeza de suas ações em cálculos e probabilidades em que ele mesmo pensou. Mas, parecendo hesitar sobre os próprios cálculos, Reed pede ajuda de Johnny.

Quarteto Fantástico: Guerra Civil

Ambos vão ao esconderijo do Pensador Louco, responsável, com ajuda do Mestre dos Bonecos, na tentativa de derrotar diversos heróis, duas edições atrás. Pego de surpresa, ele é facilmente imobilizado pelos dois heróis, com Richards demonstrando que facilmente o ligaria ao ataque citado, o Pensador decide ouvi-lo. E Reed quer a ajuda do vilão!

Quarteto Fantástico: Guerra Civil

Chegando no edifício Baxter, vemos o Sr. Fantástico tendo de lidar com seus filhos, algo que com que não estava habituado, e com os estragos causados por Sue. Só então, pôde conversar com o aliado momentâneo.

Em Paris, depois de ajudar a desbaratar mais uma célula da Hydra, e cometer uma bela de uma gafe com seu francês macarrônico, o Coisa ouve de Anaïs que ele não conseguiria ficar longe de seus amigos por muito tempo. Ela despede-se com mais um fraco estereótipo sobre franceses, usado em abundância por Straczynski na edição passada. É então que o Tocha Humana chega com o Fantasticarro.

Johnny se diz surpreso por Ben não ter ido ao enterro do Golias, e levanta suspeitas da participação de Reed no clone do Thor responsável por sua morte. Mas Ben não consegue acreditar que Richards tenha algo a ver com isso, e lembra de como o Golias era um bom parceiro de pôquer. Fazendo uma analogia com o jogo, Storm diz que precisam muito da ajuda do Coisa na Guerra Civil. Deixando uma parte do Fantasticarro ele parte, aguardando a resposta do amigo.

Quarteto Fantástico: Guerra Civil

De volta ao Baxter, Reed leva o Pensador a um local que ninguém antes entrara. Seu “santuário particular”, como ele mesmo diz da sala simples com cálculos escritos do chão até o teto, onde pode pensar sobre tudo. Pede, então, que o vilão confira seus cálculos. Notando a complexidade dos cálculos, do que chama de “dinâmica social”, o Pensador reconhece a superioridade do intelecto de Richards. Percebe que todos os cálculos são para uma coisa só. Reed afirma que fez aquilo inspirado em um romance de Isaac Asimov, tentando projetar matematicamente uma previsão da história que estaria por vir – o que, particularmente, vejo como um absurdo completo, mas minha opinião fica por aqui.

Reed teria previsto uma catástrofe em pouco tempo por causa da existência dos seres superpoderosos. Nada parecia ser capaz de impedir isso até que se criou a lei de registro. É disso, de cálculos que pretensamente previam um futuro apocalíptico para a Terra, por causa dos super-heróis e supervilões, é que Reed tira toda sua crença no registro, crendo no menor dos males, como constata o Pensador.

Porém, mesmo reconhecendo a genialidade dos cálculos, o Pensador zomba da ingenuidade de Reed. Afundado em cálculos, faltaria a ele o que em Stark há de sobra, fazendo com que os dois sejam, de certa forma, complementares: a noção de que para que tal futuro se concretize, sacrifícios pessoais deveriam ser feitos. Reed acreditava que poderia fazer isso tudo sem perder nada. O que é mentira. O pensador o está vendo de fato perder e, nesse momento, diz para a Mulher Invisível se revelar.

Quarteto Fantástico: Guerra Civil

Richards parece surpreso pelo vilão saber da presença dela na sala, ao que ele responde que não foi com cálculos, mas com bom senso que imaginou tal probabilidade. Sue parece ainda mais decepcionada pela mentira de Reed. Não era um tio arruinado pela caça às bruxas, ou mesmo de obedecer à lei. Reed mentiu e usa como justificativa proteger sua esposa e amigos. Ela se enerva com o egoísmo do marido ao pensar que poderia decidir sozinho sobre o que seria bom para ela e seus amigos. Ela sai afirmando que o grupo do Capitão América, pois eles fariam como o Quarteto sempre fez: venceriam o impossível.

Quarteto Fantástico: Guerra Civil

Reed só consegue murmurar: “Não. Não percebe? Vocês não vão”.


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