segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

A Teia do Homem-Aranha: Heroínas

*Artigo escrito por nosso colaborador, Gustavo Prado.

Mulheres do Aranha

As aventuras da revista americana Spiderman Family, como sempre, são histórias bem leves, normalmente com alguma lição de moral e fora da cronologia. Aqui, temos três história diferentes. Duas delas com a tia May, sendo uma com suas aventuras mais novas e outra de uma realidade paralela, em que atua como a Tia Aranha para resolver problemas do seu bairro. Por fim, temos a Loteria em ação mais uma vez. Tudo isso você encontra em Teia do Homem-Aranha 3.

A espetacular Tiazinha Aranha

Em um dia claro e ensolarado no Queens, Peter Parker ajuda sua tia May a decorar o jardim da casa. O bairro todo está se preparando para o concurso do Quarteirão mais verde do Queens. Está tudo pronto para a competição, apenas uma coisa pode deter a vitória do quarteirão da tia May, sua vizinha de fundo, Edna Blackquill e seu cachorro Bombom.

Mulheres do Aranha

Tia May sabe que o quintal de Edna está mesmo lindo, mas lembra bem que foram paisagistas que fizeram tudo. “O quintal da Edna está muito lindo mesmo, mas ela não plantou uma flor sequer. E a bruxa foi muito grossa com os paisagistas que contratou”. Dando uma espiada de leve na sua vizinha, ela vê que Edna realmente esta tentando sabotar o concurso de novo.

Ah meu querido Bombom, chegou aquela época do ano... quero sua ajuda para vencer o concurso do quarteirão mais verde de novo. Você precisa destruir os jardins de todas as quadras vizinhas. Vou te soltar de madrugada, quando o pessoal estiver dormindo, combinado?” diz a malandra vizinha para seu animal e continua. “Lembre-se: caso não fique quietinho, vai usar focinheira por uma ano!”.

Indignada com o que acabou de descobrir, tia May desce para o porão da sua casa para pegar um pouco de fluido de teia emprestado do seu sobrinho aracnídeo. Assim, de noite, a Tia Aranha está pronta para por um fim a tirania do seu bairro. Espalhando o fluido pelo jardim ela prende Edna e Bombom assim que pisam no gramado dos Parkers.
“Eu tenho um recado, para você: a tiazinha aranha não tolera trapaças! Ou crueldade com animais.” diz May para a rendida Edna, que concorda em não trapacear e ir embora.

Mulheres do Aranha

Na tarde seguinte, com o jardim intacto, quem leva o prémio é o quarteirão da tia May, que não precisou roubar. Todos vão para casa felizes, menos o Homem Aranha que tem que voltar de ônibus, já que seu fluido de teia acabou mais cedo, como se alguém tivesse pegado um pouco.

A nossa música

É aniversário de May Parker, Peter chega em sua velha casa e encontra sua tia ouvindo música. O aparelho de som foi presente desse sobrinho adorável. Peter encontra dois baús da sua tia na sala de casa, da época de juventude de May e Ben Parker, desde os antigos gibis do Capitão América até um belo álbum de fotos da juventude de May. E entre fotos antigas, e uma memória vivida, nos é apresentado boa parte do início da família Parker.

Mulheres do Aranha

... Viajei para Atlantic City com Shirley Rosenbaum, minha melhor amiga, para um fim de semana exclusivo das meninas. Pelo menos, foi o que Shirley falou pros pais... mas ela queria mesmo encontrar o namorado, que estava de folga no exército. Eu devia ser o álibi!” e é como álibi de sua amiga que May Reilly conhece o então recruta Benjamin Parker, ou apenas Ben. Os quatro passam um fim de semana maravilhoso, com muita diversão e música, sempre ao som de “A song so true”.

Pena que nem tudo é conto de fadas para May. Pouco tempo depois, Ben teve que voltar para a Europa, e a jovem moça se envolveu com John Jerome, um galante rapaz que sabia como cortejar uma dama. Uma bela noite, em um belo restaurante, uma voz soa familiar para a jovem May. “Era Ben, no palco... cantando uma música que dançamos dois anos antes. Ele comentou da vida artística, mas só então descobri o quanto era sério. E lá estava eu com outro homem” lembra ela.

Um mês depois do incidente no restaurante, os dois se encontram novamente, agora em Coney Island, embora Ben tivesse tentando falar com ela por dias, mas sem sucesso. Durante um breve passeio, no intervalo do seu trabalho, o jovem Ben Parker alerta-a sobre os perigos que é namorar esse tal de Jerome. Infelizmente, May se recusa a acreditar.

Mulheres do Aranha

Na mesma noite, Jerome invade o quarto de May, a convida para fugir com ele, mas bem nesse momento Ben aparece para salvá-la. “Eles e uns ‘amigos’ acabam de roubar uma joalheiria...” avisou Ben. E do arrependimento desse erro é que nasceu o amor entre May Reilly e Ben Parker.

Agora juntos, é o momento de dar continuidade a família Parker, assim durante um jantar entre os dois namorados, e o irmão de Ben, Richie, que sai da mesa para colocar uma música: A song so true. E neste momento, é feito o convite: “May, eu quero passar o resto da minha vida com você. Casa comigo?”.

Logo Ben e May estavam casados, onde Richie foi o padrinho, e alguns anos mais tarde foi a vez de Ben fazer o mesmo pelo seu irmão. Foi ai que Peter nasceu, mas ele não foi o primeiro. Por pouco, ele não teve um primo.

Antes de Richie e Mary se casarem, Ben e May já haviam tentando expandir a família, mas infelizmente, May sofria de uma anomalia cardíaca, que na época não tinha tratamento. Assim, era muito arriscado tentar ter outro bebê. Quando o irmão mais novo de Ben morreu, o destino providenciou o filho que a natureza os impediu de ter.

Esse problema na gravidez foi o que fez dos dois tios, pais tão protetores e presentes na vida do sobrinho. O medo de perder “outro filho” era demais para os dois. Assim ambos curtiram cada momento da vida do seu sobrinho.

Mulheres do Aranha

E assim termina essa história, com todas as lembranças de um passado movimentado e dos planos para o futuro desta que é a mais importante tia dos quadrinhos. E sempre ao som de “A song so true”.

Entrevista de despedida

Para alguém que teve uma participação tão sem propósito, essa história dá a entender que talvez venhamos a ver a heróina Loteria mais algumas vezes em um futuro próximo. A vida da Loteria está ligada a do Aranha desde cedo, de uma forma ou de outra. Aos 12 anos, quando Alana ainda era apenas uma adolescente, o amigão da vizinhança salvou ela e o pai de um assalto. E assim surgiu um amor platônico pelo herói. “...me apaixonei pelo Aranha. Os Rabiscos nos cadernos e os pôsteres nas paredes serviram de camuflagem enquanto eu tentava descobrir o que queria de verdade”.

Mulheres do Aranha

Após formada na faculdade, Alana passou a atuar como assistente social para poder ajudar os outros. Mas nem sempre a ajuda é bem vinda e o problema das drogas, especialmente os hormônios mutantes, sempre a faziam pensar que no final o trabalho todo era inútil. O aumento do problemas a levaram ao alcoolismo, e a uma prisão por dirigir embriagada.

Na primeira semana, sem emprego e sem habilitação, Alana mal saiu da cama. Mas por fim, conseguiu reunir forças para sair de casa. Foi no mercado que conheceu Sarah Ehret. Logo as duas se tornaram amigas inseparáveis. Assim, quando Loteria surgiu pela primeira vez, não teve como esconder, Alana reconheceu-a no mesmo momento.

Mulheres do Aranha

Sarah contou a verdade, falou sobre a vida de heroína, mas Alana retrucou dizendo que “Em troca de toda a amizade, confiança e sinceridade... eu menti.”. Assim, fingindo também ter super poderes, Alana conseguiu comprar a identidade de Loteria de sua amiga.

Mulheres do Aranha

Assim como comprou sua identidade heróica, ela também comprou os seus poderes, hormonios mutantes, os mesmo que ela tentava expurgar das ruas antes. Assim, a nova Loteria lutou contra o crime, ajudou na invasão Skrull, mas por fim, seu corpo não aguentou os efeitos das drogas.

Mulheres do Aranha

E em um purgatório em forma de bar, Loteria percebe como realmente foi uma heroína, tanto como Alana, como quando tinha poderes. Talvez sua morte até traga uma nova Loteria. Alana agora descansa em paz.

Gustavo Prado

comments powered by Disqus