quarta-feira, 1 de março de 2017

Resenha 616: Logan


Antes de mais nada preciso deixar claro aqui que sou um ferrenho crítico aos filmes Marvel que são produzidos pela Fox. Penso que são um desperdício de heróis, vilões e oportunidades. Entretanto, conforme já havia feito ano passado com o Deadpool, o estúdio novamente se redime com os fãs em um filme para maiores de 18 anos, que estreia no início do ano e cujo qual falaremos por um bom tempo.

Logan é uma das adaptações mais difíceis que a Fox poderia ter escolhido transpor para o cinema. Personagens que ditam toda a trama da HQ "O Velho Logan" não estão nas suas mãos (pertencem à Marvel Studios). Mas isso não impede que a história seja bem contada. A fidelidade que falta no roteiro é recompensada com doses cavalares de fidedignidade na essência dos nossos queridos heróis.

A alta classificação indicativa do filme foi um dos principais acertos. Temos muito sangue e violência explicita, como se espera de uma produção do Wolverine. Cabeças arrancadas, perfuradas, membros mutilados. Tudo aquilo que crescemos vendo nas HQs está adaptado de uma forma que não tínhamos visto ainda. E por isso mesmo, vale ressaltar mais uma vez, não é um filme para você levar o seu filho pequeno para assistir.


Esse é tranquilamente o filme mais "essencialmente X-Men" já feito pela Fox. O grupo mutante é muito mais do que uma equipe que precisa evitar o fim do mundo. São pessoas que foram unidas pelo destino e acabaram se tornando uma grande família. Em "Logan" essa família não é mais tão grande, mas é o suficiente para fazer todos os fãs pensarem como a franquia seria se tivessem tido esse tato 17 anos atrás.

Hugh Jackman consegue retratar o que podemos chamar de "Wolverine definitivo". O personagem não é aquele herói altruísta e perfeito que vimos até então. Ele é um cuzão de primeira, o que remete tanto a versão dos quadrinhos dele quando entrou nos X-Men, lá na década de 70, quanto a versão futura de "O Velho Logan". Um personagem muito difícil de lidar, o que só enriquece a sua relação com a X-23 e o Professor Xavier.

Outro que precisamos destacar é o Patrick Stewart. A primeira vez que o vemos em tela nesse filme somos sucumbidos por uma sensação ruim. Acostumados a ver um Charles Xavier muito independente, poderoso e de presença, aqui somos apresentados a uma versão extremamente fragilizada do mutante. Não tem como não sentir dó do mentor dos X-Men.


E por último, mas não menos importante, temos Dafne Keen. É seguro afirmar que ela rouba totalmente as atenções no longa. A querida X-23 não poderia estar melhor representada nas telonas. Durante boa parte da trama ela reage apenas com ações e olhares. E mesmo assim todas as mensagens que deseja passar ficam bastante clara. O que demonstra o talento da atriz mirim.


Logan não é um filme perfeito. Possui alguns problemas de ritmo, deveria tranquilamente ser mais curto. As cenas de ação, apesar de transbordarem violência, poderiam ser mais criativas e dinâmicas. Durante as 2h, quase todas as lutas são parecidas. E o vilão, apagado como em quase todos os filmes de heróis.

Uma pena a gente ver Hugh Jackman se despedir do Wolverine justamente agora que ele e o estúdio encontraram o tom do personagem. O bom e velho carcaju ainda tem grandes histórias para sere contadas, vamos ver como será agora sem o principal ator.

Confira a review que o pessoal do Canal Side Quest fez sobre o filme.


Logan é o último filme do Hugh Jackman como Wolverine. Ele estreia em circuito nacional no próximo dia 02 de março, quinta-feira.

OBS 1: Em determinado momento do filme surge um menino com um nome bem conhecido dos leitores da X-Force e do X-Factor. Fiquem atentos.

OBS 2: Confesse nos comentários se você chorou no final do filme.

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