Thor: Eras de barbárie

Thor é um dos heróis mais nobres e justos do Universo Marvel, sempre pronto para dar sua vida, tanto por Asgard quanto por Midgard. Porém, há muito tempo, seu pai Odin o aprisionou na forma mortal do Dr.Donald Blake, com a intenção de ensinar-lhe humildade. Se para vocês, assim como para mim, essa atitude não fazia muito sentido diante do comportamento benevolente do deus do trovão, chegou a hora de repensar isso, pois em Marvel Especial nº15 nos é apresentado o lado negro de Thor...e ele é surpreendente.

Nos Dias de Trovão, os Gigantes do Gelo levantaram-se em guerra contra o reino dourado, mas acabaram encontrando a derrota debaixo do poderoso Mjolnir, empunhado por um Thor que agia como um verdadeiro general das tropas asgardianas.

Os monstros foram mortos, resultando apenas na destruição da muralha que protegia Asgard. Sem demora, os deuses comemoraram, banqueteando-se com maçãs de ouro que só podiam ser colhidas por Encantor. Todos faziam isso, menos Thor, que optara por guardar algumas dessas maçãs todas as vezes.

A muralha continuava destruída, até que um pedreiro mortal surgiu, oferecendo-se para consertá-la e tudo que pedia em troca era Encantor como noiva. Acreditando que o homem não conseguiria completar a tarefa no tempo determinado, Loki incentivou o acordo e o trabalho começou.

Porém, o homem conseguiu obter êxito, para espanto dos asgardianos e, sobretudo, de Odin que, em fúria, ordenou que seu ardiloso filho adotivo resolvesse o problema. Valendo-se de trapaça, Loki conseguiu atrasar o trabalho, fazendo o pedreiro não cumprir a tarefa. Furioso, o mortal revelou-se um Gigante do Gelo disfarçado e, rapidamente, foi morto pelo martelo de Thor.

Loki acabou exilado e, faminto, aceitou alimento de uma estranha águia, que em troca queria Encantor, já que a desejava (que mulher cobiçada, não?!). O deus da mentira a enganou e a mulher acabou capturada por outro Gigante do Gelo, que a reclamou como noiva (eu só fico pensando como seria a lua de mel).

Já que apenas Encantor poderia colher as maçãs, a fome e a fraqueza se abateu sobre os asgardianos. Exceto em Thor, que tinha sido precavido e as guardado. Lembrando-se disso, Odin e os demais vão até ele pedir ajuda, mas o deus do trovão se recusa. Loki então se arrisca em um resgate, mas ele e Encantor acabam nas mãos do Gigante do Gelo e só são salvos porque Thor resolveu ajudar, mas não antes de ouvir seu pai quase implorando e afirmando que o filho tinha razão.

Com o Gigante morto e Encantor salva, Asgard se alimenta novamente e comemora. Menos Thor, que se afasta de todos, mostrando para Odin o quanto seu filho tinha se tornado arrogante, frio e cruel.

Começa o Reino de Sangue, com a filha do Gigante assassinado enviando uma verdadeira era do gelo sobre todos. Ela vai ter uma audiência com Odin e seu preço para encerrar o frio extremo era o tesouro mais valioso dos anões. Como tudo começou pelas ações de Loki, Thor ordena que ele resolva tudo. O trapaceiro vai até os anões, que fazem uma braçadeira de ouro que libera moedas do mesmo material quando golpeada, um colar de ouro cuja beleza hipnotizará todos que o virem e uma espada matadora de gigantes.

Uma vez que essa Gigante seduziu Odin no passado para tentar matá-lo, Loki acredita que seu pai escolherá o colar e diz que vai querer as outras duas se isso ocorrer. O anão que fez a espada diz que o Senhor de Asgard vai escolher sua lâmina e, quando o fizer, o anão cortará a cabeça de Loki.

Como qualquer um com cérebro notaria, Odin pega a espada e elimina a Gigante, dando fim a era do gelo. Loki só não é morto pelos anões porque usa de um esperto jogo de palavras.

No entanto, as consequências da história ainda não terminariam. Encantor ficou interessada no colar, entregando-se para uma noite de prazer com os anões em troca da joía. Quando Odin nota que ela aceitou deitar-se com os anões, fica revoltado e arranca o colar dela. Essa revolta toda é porque, antes de qualquer coisa, ela nunca quis nada com ele. Eita velhinho despeitado, hein?!

Diante disso, Encantor lança uma maldição sobre a Terra, despertando todos os mortos. Os mortais sacrificam todo seu gado para obter auxílio nesse momento tão terrível e ela vem na pessoa de Thor, que chega nos céus com sua poderosas montarias de guerra. Sua única condição para auxiliar os homens é que suas montarias fossem poupadas da fome dos homens. Ele ajuda e consegue resolver o problema, mas acaba matando as pessoas que foi salvar, já que elas não obedeceram sua condição.

Diante da crueldade crescente de seu filho, Odin convoca as melhores guerreiras que poderia, ou seja, as Valquírias.

O combate entre Thor e Brunnhilda, a líder do grupo, é muito feroz. No entanto, a aparição de um inimigo comum os obriga a juntarem forças e suas diferenças são colocadas de lado. Tanto que os dois comemoram a vitória em uma taverna. Odin percebe que se quiser algo bem feito, terá que fazer ele mesmo e aparece valendo-se de uma arma poderosa: a armadura do Destruidor.

O combate entre pai e filho é de abalar céu e terra. No entanto, com o tempo ele vira a favor do senhor de Asgard, mas Thor não se abala e diz não temer a morte, porém, Odin diz que isso o libertaria da prisão da arrogância. Em lágrimas, Odin diz que o filho não possui humildade, é supremo em poder e orgulho. Um deus do trovão não poderia aprender as lições que Thor precisaria, portanto, Odin o despoja de seus poderes divinos, de sua memória e o manda para uma nova vida na Terra.

E assim ele se torna Arkin Torsen, um homem com a perna lesionada e determinado a salvar vidas, confortar enfermos e levar alívio aos sofredores.

Essa edição vale muito a pena, pois tem ótimos combates e ainda apresenta uma faceta de Thor até então desconhecida, mas totalmente coerente. Fora que ele deve ter tardado a aprender completamente a lição, já que depois de Arkin, tivemos Blake. Excelente trabalho de Matt Fraction.


Eddie