domingo, 27 de dezembro de 2009

Thor: In Memoriam

Thor

Eles voltaram, convocados pelo seu Deus do Trovão, daquilo que aparentemente seria o fim definitivo, o último Ragnarok. Agora os Asgardianos tiveram uma nova chance para começar, sem um destino marcado, porém num lugar que eles mal prestavam atenção e têm muita dificuldade em entender – Midgard, o nosso planeta Terra. E o grande problema daqueles que lideram esse povo é como ocupar essas centenas de guerreiros viciados em lutas e loucos por hidromel?

Para tal, Balder, recentemente reconhecido como filho de Odin, portanto, um dos herdeiros e príncipes de Asgard, tenta estimular os asgardianos com jogos de guerra. De um lado, um grupo liderado por Hogun tenta desesperadamente rechaçar os avanços do pequeno exército sob o comando de Volstagg, mas sem sucessso. O líder balofo leva a melhor e faz sua exigência, suprimento infindável de hidromel.

Thor

Balder elogia a todos e diz que indiferente ao resultado todos foram merecedores do prêmio. O que se houve é uma salva de urras para o novo príncipe, mas ele bem sabe que isso não distraíra os guerreiros por muito tempo. Loki concorda e sugere muito sutilmente que talvez um “emprego” seja encontrado para os asgardianos no mundo dos mortais.

Enquanto isso, Donald Blake, o alterego mortal do nosso Deus do Trovão, está resolvendo alguns problemas pessoais. Desta vez, ele volta a reencontrar Jane Foster, longe do Hospital. Ela chega no restaurante e se desculpa pelo atrasado.

Thor

Foster comenta que hoje quase perde uma de suas pacientes com câncer terminal, a senhora Chambers. E isso certamente nos dá um certo calafrio se lembrarmos bem quem é na verdade a pessoa presa naquele veículo...

Thor

Jane e Donald brindam. Aquela seria uma noite para compensar o infeliz encontro anterior que tiveram. Ela aceita aquela reconsideração e pergunta a Blake quais as novidades de seu novo mundo?

Essa pergunta nos leva mais uma vez a Asgard. Loki e Balder continuam a discussão sobre como o seu povo anda tratado, presos naquela imensa fortaleza. Balder diz que entende os cuidados de Thor. O Deus do Trovão acredita que os asgardianos devem se acostumar vagarosamente ao novo mundo. Loki parece descontente com a idéia e como se o destino tentasse provar um ponto, alguém chama os dois.

Num outro pátio, dois guerreiros estão lutando até a morte. Balder chega até lá, mas não consegue impedir a morte de um deles. Alarr tomba em seus braços e briga com o outro guerreiro. Questiona-o se é assim que ele honra a chance de renascimento que tiveram. Mas Loki logo o alfineta e vem com outro argumento – Se não há oportunidade para se demonstrar o verdadeiro e real valor do combate, se eles estarão sempre engaiolados ali, do que vale realmente esta vida?

Thor

De volta a Nova York, o encontro entre Jane e Donald se encerra. Eles prometem reencontrar outras vezes e, então, ao deixá-la num táxi, Blake lembra que tem mais uma coisa a fazer ali. Faz, na verdade, um ano naquela data desde que o Capitão América morreu e todos os programas de rádio e TV não param de falar sobre isso.
É a vez de um certo amigo vingador prestar sua homenagem.

Assim, Blake vai até o memorial onde uma gigantesca estátua do sentinela da liberdade foi construída. O médico diz que antes de deixar o caminho para os dois amigos conversarem, gostaria de dizer que para pessoas comum como ele, Steve significou tudo no mundo. Então, bate seu bastão no chão e eis que Thor toma seu lugar.

O asgardiano olha para o memorial e apenas diz que não vê nada do espírito do capitão ali. Só pó, sujeira, morte. Então, lembrando que uma vez, sob um certo comando, o Capitão prometeu sempre atender o chamado, ergueu o martelo e gritou de tal maneira que as suas palavras poderiam se ouvir das trevas.

“Avante Vingadores” era o chamado.

Thor

E ele foi ouvido. Um espectro que não poderia ser de outro além de Steve Rogers surge e o cumprimenta. “Olá, velho amigo. Há quanto tempo!”. O espectro de Steve afirma que mesmo nas trevas, foi capaz de sentir o retorno do Deus do Trovão. E ficou feliz.

Thor insinua que Steve deveria estar em Valhalla por ter levado a vida como guerreiro, mas o espectro do Capitão replica que nunca acreditou em tal lugar. Thor contra-argumenta dizendo que o fato de ir para o lugar indifere da crença. Então, a conversa se destina para todo o mal que foi feito ao capitão e pergunta se ele deseja ser vingado.

Thor

Steve diz que não. Ele diz que de alguma maneira ainda pode sentir o mundo e sabe que já houve muitas mortes e dor por tudo o que aconteceu desde que deixou aquele plano. Ele não tem dívidas a acertar, não tem ressentimento. Contudo, lamenta que seu nome esteja sendo usado para coisas que nunca teve nada haver. Ele era um símbolo, não política.

Thor entende a mensagem. Então, libera o Espectro do Capitão para voltar ao seu lugar e sobe até o espaço. Lá, convoca mais uma vez os relâmpagos com Mjonir e atinge todos os satélites na órbita da Terra. Isso faz com que TVs e rádios do mundo inteiro se apaguem por um breve instante. Na verdade, por exatamente um minuto.

Thor

Em Asgard, é preparado um ritual fúnebre para Alarr. Não há mar perto para jogar seu corpo num barco e queimá-lo, mas a pira improvisada que construíram ao alto de Asgard deve servir. E enquanto tudo transcorre, Loki não para de envenenar os pensamentos de Balder. Não deixa de insinuar como Thor apenas repete os erros do pai, quando em outros tempos o próprio filho de Odin já desobedeceu-o inúmeras vezes em prol de sua vida em Midgard.

Não demora muito para Thor chegar ali e tomar ciência daquela morte. Balder sussura que depois os dois terão que conversar, contudo mais parece que os pensamentos do Deus do Trovão estão em outro lugar. Não muito longe dali, Loki apenas sorri.

Thor

Mais uma vez, J. Michael Straczynski e Olivier Coipel nos presenteiam com uma magnífica história do asgardiano, com uma boa lembrança e homenagem a um herói que certamente foi um dos poucos que mereceu já reerguer o Mjolnir. Essa história que originalmente sequer tem um título está presente na edição 71 de Os Novos Vingadores deste mês de Dezembro, juntamente com um outro história sobre a origem de Loki. Mas essa, claro, fica para outro momento...


Coveiro

comments powered by Disqus