Evolve or die. Esse é o imperativo que acompanha o título O Outro, que estreou em Homem-Aranha nº 60 da Panini. Traduzido aqui como Evolução ou Morte (Evolua ou Morra talvez fosse mais preciso), a segunda opção parece estar mais próxima de Peter Parker nas três primeiras partes que compõem o primeiro ato da saga.
Primeira Parte: Friendly Neighborhood Spider-Man nº 1. O alvo da vez de Peter David aqui é claramente Peter Parker, que não consegue se concentrar, digamos assim, em um momento íntimo com Mary Jane, pois parece constantemente sonhar com a morte e com pessoas que já morreram - como Morlun e Kraven - que vêm lhe assombrar, sendo que o primeiro aparece no fim de seu sonho com um "olho-de-cobra" (quando dois dados lançados caem no 1) brilhando na cor vermelha.
O desconforto só aumenta quando, ao enfrentar um vilão que tem controle sobre qualquer tipo de tecnologia - o Rastreador -, o Homem-Aranha, além de estar com sua confiança abalada (lembremos do que ocorreu em Dinastia M), é gravemente ferido e, após fazer alguns exames com a Dra. Castillo, recebe péssimas notícias a respeito de sua saúde.
Segunda Parte: Marvel Knights Spider-Man nº 19. Particularmente, não gosto dos desenhos de Pat Lee em Marvel Knights. "Cartunescos" demais. Peter volta a enfrentar o Rastreador, que expõe cada vez mais suas más condições. No confronto, o vilão consegue controlar o Homem de Ferro, dobrando o trabalho de um exausto Homem-Aranha, aparentemente descuidado, que quase morre no confronto.
Mas o foco de David nessa parte é em Mary Jane. Diferente do que muitos possam acreditar, inclusive Peter, ela não é uma pessoa indefesa, dependente do marido. Tem sua independência profissional e, ao ser violentamente abordada por um fã, reage à altura e dá conta do agressor sob testemunha dos freqüentadores de um bar.
Terceira Parte: Amazing Spider-Man nº 525. O personagem "da vez" é May Parker. Longe de ser uma senhora idosa e frágil, a tia de Peter, em um flashback de sua juventude ainda ao lado de Ben Parker, demonstra firmeza e um caráter forte. Ainda que fantasmas do passado ainda a assombrem, demonstra preocupação com o fardo que seu sobrinho ainda carrega. Além disso, vejam só, ela confessa, em uma conversa "imaginária" com seu falecido marido, que começa a nutrir sentimentos pelo mordomo Jarvis.
Cortamos para uma Nova York assolada por uma "revolução de máquinas", criada pelo Rastreador, com a qual os Vingadores sem Peter tentam lidar. Acordado posteriormente, um irritado e descuidado Aranha sai para ajudar os companheiros, mas mal consegue ficar de pé. Morlun está a espreita, como um espectro trazendo más notícias, e seu alvo é o Homem-Aranha.
« Jøåø »
Leia a apresentação de O Outro aqui.
Leia o "Review" do Segundo Ato de O Outro aqui.