A Derradeira Canção da Fênix chega ao seu final aqui no Brasil, unindo de forma brilhante as passagens de Grant Morrison e Joss Whedon e mostrando mais faces do drama Jean-Fênix, fechando assim mais um capítulo na história dos mutantes da Marvel.
A história envolvendo Jean Grey e a Fênix é muito complexa e longa, vale até um artigo do tipo "sessão nostalgia" apenas para esse assunto. Para resumir, Jean ganhou poderes cósmicos ao salvar seus colegas de equipe, sendo seduzida por seu lado sombrio e se suicidando para evitar a destruição do Universo, assim morria a Fênix Negra. Anos depois, os Vingadores encontraram no fundo do mar um misterioso objeto, que com ajuda de Reed Richards, foi revelado como sendo um casulo de suporte vital que abrigava....Jean Grey.
A mutante encontrava-se sem vestígio nenhum da destruidora de mundos de outrora. Foi descoberto que a Fênix era uma entidade cósmica que salvou a vida da verdadeira Jean, mantendo-a na cápsula enquanto tomava seu lugar. Ou seja, a verdadeira Jean nunca havia morrido e agora seguia sua vida ao lado da primeira formação do X-Factor, e posteriormente dos X-Men.
Saltamos então para a fase Morrison, onde o autor faz uma revolução, mudando e criando vários conceitos, e entre as transformações estão a entrada de Emma Frost na equipe e a volta da Fênix. Só que dessa vez a entidade cósmica está possuindo a própria Jean. A ruiva começa a demonstrar um aumento de poder só visto nos níveis da Fênix, assustando Charles Xavier e os outros X-Men, e criando uma distância ainda maior no frio casamento entre ela e Scott Summers, que estava diferente após se libertar do domínio de Apocalipse.
Essa grave crise no casamento dos dois aumenta ainda mais com a entrada de Emma Frost na história, que resolve ajudar Scott a superar o trauma causado por Apocalipse com uma terapia, que se torna um inusitado caso telepático, transformando um triângulo amoroso (Logan-Jean-Scott) num quadrado.
Logo após uma rebelião de alunos liderada pelo estudante Quentin Quire, Jean descobre o caso do marido e confronta a ex-Rainha Branca, demonstrando um poder sem igual e deixando Emma indefesa. Scott interrompe o conflito e foge, deixando a situação em aberto. A resolução forçada chega no ataque do falso Magneto à NY, que acaba resultando na morte da Jean (a verdadeira dessa vez). Scott e Emma terminam juntos, mas o túmulo de Jean diz "ela há de se reerguer".
E é aqui onde paramos, Scott e Emma estão juntos e bem, dirigindo o Instituto Xavier e à frente da principal equipe de X-Men. No espaço, a Fênix ressurge e deseja sua hospedeira novamente, mas Jean está morta e enterrada, o que não é problema para a entidade que reconstitui o cadáver da mutante e agora busca uma forma de saciar seu apetite.
Nesse ponto, Greg Pak une as fases Morrison e Whedon de forma brilhante, trazendo o "quadrado"amoroso(Logan-Jean-Scott-Emma), o líder da rebelião estudantil Quentin Quire desperta e as gêmeas Stepford aparecem com relativo destaque, além dos Shiars, é claro.
Esse arco é essencialmente emocional, Emma sente insegurança em ver Jean de novo, pois teme perder o homem que ama. Já Scott vê que sua amada Jean uniu-se permanentemente à Fênix, e que a mulher que amou não existe mais. Vemos o desespero de Quentin em reparar seus erros, tentando ressuscitar Sophie Stepford com ajuda da Força-Fênix. Até os Shiars, totalmente paranoícos depois de serem destroçados por Cassandra Nova, querendo destruir a Fênix a qualquer custo. Mas é na batalha final onde isso fica ainda mais evidente. Todos os X-Men se unem, não para matar a Fênix, mas para mostrar o quanto amam a mutante Jean Grey e como sentem falta dela, tornando seu final emocionante.
Dessa forma, um capítulo se encerra e define algumas coisas para o futuro. Jean Grey continua morta, o que torna o arco mais surpreendente, já que todos esperavam outra ressurreição. Scott e Emma se reafirmaram como casal, o que é muito importante, já que ambos funcionam muito bem juntos e terão destaque em futuras edições (sobretudo na 2ª temporada de Surpreendentes X-Men). E as gêmeas Stepford devem ter um papel maior em futuras edições pelo que foi mostrado no final.
Derradeira Canção da Fênix é uma excelente história, fecha pontas soltas da fase Morrison, respeita a fase Whedon e abre bons ganchos futuros, além de ser belamente ilustrada (Jean nunca esteve tão bela).
A questão que fica é se essa foi realmente a derradeira canção....ou se uma Nova Canção estaria por vir.
Eddie