segunda-feira, 29 de maio de 2017

Justiceiro: Na caçada

Após os eventos das Guerras Secretas de Jonanthan Hickman, quem não perdeu tempo de volta às bancas foi o Justiceiro. Retomando a numeração do volume anterior, mas sem a presença de Nathan Edmonson nos roteiros, a história fica dessa vez por conta de Becky Cloonan (de Academia Gotham e Southern Cross) e acompanhada de Steve Dillon, sendo este um dos últimos trabalhos do desenhista antes de vir a falecer no ano passado.





A história segue uma linha mais parecida com a versão Max do Ennis, com uma história mais simples e cheia de conteúdo visual estarrecedor que só é amenizado daquele jeito peculiar que o Dillon fazia. Desta vez, Frank Castle se envolve com um traficantes que produziram uma super-droga chamada EMC capaz de deixar seus usuários tão ensandecidos que parecem ter uma força descomunal e imparável. No meio de sua caça, Castle ainda terá que lidar com a DEA, que estava atrás desses bandidos a tempos e enxerga com maus olhos a intromissão do Justiceiro.

Resumir aqui literalmente uma história do Justiceiro, meio que tira todo o propósito e diversão da história. Ao invés disso, vamos aproveitar o espaço para falar sobre alguns personagens que participam dessa história e são interessante pra trama. A começar por Olaf, antigo comandante do exército que Castle servia e que acabou se tornando um mercenário a ser contratado pelos traficantes. No momento em que viu que seu antigo subordinado estava partindo pra cima deles, resolveu jogar o próprio jogo e entregar de vez os traficantes e dar pistas para Castle seguir até o cerne da gangue e acabar com a produção da maldita droga. Mais pra frente, descobrimos que Olaf e seu superior tinham tramado se desfazer daquele braço do tráfico apenas para despistar o Justiceiro e secretamente seguir sua operação com os demais produtores. Na última história deste encadernado, vemos uma história de back-up que revela como Olaf e Castle se separaram e como Olaf acabou se juntando a organização de mercenários chamada Condor.




O maior antagonista desta história é chamado aqui de Fuça. É o capataz principal daquele braço dos traficantes e parece ter a frieza necessária para acabar com Castle. Mais de uma vez ele fez uso da própria droga que turbinava o usuário para tentar acabar com o Justiceiro. E quanto mais Castle perseguias as pistas, mas descobria a grandiosidade da extensão daquela operação. Acabou numa fazenda que servia de laboratório para fazer o EMC, eliminando os capangas e o produtor principal da droga (ao mesmo tempo em que resgatava a filha do cara, que ousou até mesmo por a vida da garota em perigo pra se safar do Justiceiro). Depois, seguiu Fuça até um hospital psiquiátrico onde uma das Doutoras reservava pacientes peculiares para testar a eficácia da droga nas pessoas e lá tivemos uma das sequências narrativas mais bacanas dessa história. Mesmo com a operação do EMC detonada pelo Castle no final deste encadernado, Fuça ainda sobreviveu e o veremos futuramente em breve.

Por fim, merece destaque aqui a Agente do Dea Ortiz. Apesar de ainda aparecer pouca no decorrer da trama, sua importância vai crescendo até o final deste encadernado. Numa perseguição implacável para deter os traficantes, ela acaba se metendo no fogo cruzado entre Castle e alguns capangas da CONDOR e perde seu parceiro, o Agente Henderson. Contra a vontade, Ortiz acaba sendo obrigada a se aliar a Castle no ataque ao sanatório onde os loucos servem de cobaia pra EMC. Lá descobre que Henderson teve seu rosto arrancado por Fuça, e tenta se vingar sem sucesso do vilão, apenas conseguindo ferir-lhe a mão. No fim, quando volta para a DEA, Ortiz começa a traçar suas linhas de conexão até perceber que Olaf e Castle tem um passado em comum. E assim, temos a última história em flashback deste encadernado.



Até aqui, apesar de nada espetacular, a história vai muito bem e segue a linha que o Garth Ennis dava ao Justiceiro em seu começo. Completamente dirigida pela trama,  Becky Cloonan consegue criar ainda personagens interessantes para acompanhar Castle. O destaque fica pra arte.Steve Dillon fez um trabalho magnífico aqui, realmente parecia esta voltando ao seu auge das antigas histórias do Justiceiro e Preacher. Há uma última história com ele que deve sair no próximo volume. Vai realmente deixar muita saudade pra seus admiradores e fãs de Frank Castle.

Coveiro

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