Ted Sarandos, co-CEO da Netflix, finalmente revelou por que seus programas da Marvel eram limitados em escopo, seis anos após o fim do universo dos Defensores. Como todos devem lembrar, em 2013, um grande acordo foi anunciado entre a Marvel e a Netflix para produzir programas para o serviço de streaming que seriam conectados ao seu universo maior. O acordo levou a vários programas de sucesso, incluindo Demolidor, Jessica Jones, Luke Cage, Punho de Ferro, Os Defensores e O Justiceiro.
Enquanto muitos espectadores da Marvel queriam que programas como Demolidor continuassem, a Netflix cancelou todos os seus programas da Marvel em fevereiro de 2019, enquanto a Disney se preparava para lançar seu serviço de streaming, Disney+. Embora os programas da Netflix incluíssem alguns elementos místicos e sobrenaturais, eles pareciam fundamentados e eram principalmente limitados a conter sequências de luta na cidade de Nova York. Eles estavam muito longe dos filmes de super-heróis de grande orçamento do UCM na época, como Os Vingadores e Vingadores: Era de Ultron.
Em uma entrevista à Variety, Ted Sarandos disse que os recursos do serviço de streaming eram limitados porque a Disney controlava o orçamento. Ele também afirmou que eles trabalhavam com o antigo regime da Marvel Television, que não gastava dinheiro livremente, explicando:
"Em nossos programas, estávamos lidando com o antigo regime da Marvel Television, que operava independentemente na Disney. E eles eram econômicos. E toda vez que queríamos tornar os programas maiores ou melhores, tínhamos que bater neles. Nossos incentivos não estavam bem alinhados. Queríamos fazer uma ótima televisão; eles queriam ganhar dinheiro. Eu pensei que poderíamos ganhar dinheiro com uma ótima televisão" disse o CEO.
E continuou "Você quer trabalhar com pessoas cujos incentivos estão alinhados com os seus. Quando as pessoas estão produzindo para você, elas estão tentando produzir o mais barato possível. Meu incentivo é torná-lo o melhor possível. Essa é uma lição que levo para sempre. Como produtores, o que [a Marvel] não gastou, eles ficaram. Então, toda vez que queríamos adicionar algo ao programa para torná-lo melhor, era uma briga de socos".
Os comentários de Sarandos sugerem que a Netflix não tinha um ótimo relacionamento de trabalho com o "antigo regime" da Marvel Television. Quando o acordo foi fechado em 2013, a Marvel Studios estava sob a liderança de Ike Perlmutter. Enquanto Kevin Feige era o produtor chefe apenas da Marvel Studios e ele ainda se reportava a Perlmutter, apesar da venda da Marvel para a Disney em 2009. Após vários conflitos com Feige, a Marvel Studios foi removida da órbita de Perlmutter em 2015, e Feige se reportava diretamente à Disney. No entanto, Perlmutter permaneceu como presidente da Marvel Entertainment e se envolveu nos projetos de televisão da Marvel antes de se juntarem oficialmente à Marvel Studios.
Perlmutter teve várias outras controvérsias durante seu tempo na Disney e na Marvel antes de sair em 2023. Muitas delas envolveram suas próprias opiniões pessoais, incluindo seu desejo de cancelar Pantera Negra porque ele não acreditava que as pessoas queriam ver um filme com protagonistas diversos. Perlmutter também era conhecido por sua frugalidade estrita, o que provavelmente é o motivo pelo qual Sarandos e a Netflix acharam desafiador obter o financiamento que queriam para seus programas da Marvel.
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