terça-feira, 22 de julho de 2014

Era de Ultron: Consertando tudo... quebrando outra vez!

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Para tentar impedir o desastroso futuro em que Ultron destruiu tudo e a todos, Wolverine e Mulher-Invisível retornam ao passado para dar um jeito permanente no robô genocida. E para tal, resolvem que devem eliminar de um jeito radical a sua criação matando o seu criador. Isso, no entanto, traz um drástico efeito quando retornam ao futuro e encontram uma história muito diferente da que conheceram. Era preciso tentar um novo jeito de acabar com o pesadelo e, desta vez, teriam que contar com o apoio de Hank Pym.

Então, em nosso presente, Hank é alertado em seu laboratório por um dos seus dispositivos. Ele abre uma passagem e encontra uma gravação do passado (deixada ali pela Mulher-Invisível de um futuro alternativo não muito distante). Lá estava um video com o Pym do passado explicando que aquele era o momento critico para que a catastrofe da Era de Ultron não acontecesse. Ele não lembraria dos eventos, assim como mal lembrou quando criou Ultron, mas era necessário confiar nas instruções restritas que seu "eu" de anos atrás lhe dava.

E nesse momento Pym entra em contato com Tony Stark, que naquele instante estava acabando de salvar a Mulher-Aranha naquela história desenhada por Bryan Hitch numa edição anual dos Vingadores. Foi ali que um Cavaleiro do Espaço reverteu a forma de Ultron e escapou (pro futuro, quando desencadeou tudo o que vimos a seguir sobre o futuro apocalíptico dominado pelos robôs). Mas dessa vez a história seria diferente.

Orientados por Pym e dessa vez com a ajuda de Abigail Brant, eles fazem de tudo para retardar o robô enquanto Hank dá andamento a uma série de protocolos que dará conta de vez (ou por muito tempo) da ameaça de Ultron. Ao forçar a inserção de um virus cavalo de troia na inteligencia artificial, Pym na verdade ativou um virus autoreplicante que estava já na programação original.

Era o fim. Mas alguns consertos geram outros problemas.

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Ao cruzar tantas vezes a malha do tempo para resolver a questão de Ultron, algo aconteceu no espaço tempo. Algo que foi sentido pelo Wolverine da outra realidade, Tony Stark do nosso tempo, Senhor das Estrelas lá nos confins do espaço, o nosso Hank Pym, Miles Morales do Ultiverso e alguns outros. E agora algumas coisas não estão mais no lugar...

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No Ultiverso, Miles Morales acabou topando com a figura mortal de ninguém menos que o Galactus 616. Angela, surgindo diretamente de outra editora rival após um conflito judicial, vai parar na nossa realidade Marvel. E Hank Pym, após algum tempo de devaneio, parece estar decidido a seguir um novo rumo e fundar uma espécie de Vingadores só com membros artificiais, os Vingadores I.A.

Por sinal, a história que segue ao final da saga é um bom epílogo. Escrita por Mark Waid e desenhada por Andre Lima Araújo, temos um pouco do passado obscuro do jovem cientista Henry Pym. De uma criança criativa que admirava a sua avó a um jovem quimico sonhador que nunca admitiu ser obliterado, Pym reviu sua importancia no mundo agora. Sem ele, o futuro dos Vingadores não foi nada bom em outra realidade alternativa. E mesmo que tenha cometido seus erros, ele tem seu papel ali e agora ele seguirá com uma nova dinâmica a partir de agora.

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E assim temos o final dessa minissérie depois de seis meses. Confesso que apesar da total falta de apelo que ela teve desde seu começo, o final me deixou satisfeito. Falo isso porque foi uma história que acabou sendo justa com um personagem sempre desvalorizado, o Hank Pym. Perceba que ao final desta edição, temos um sutil retcon que até mesmo justifica toda loucura que precedeu o cientista após ele criar o Ultron. Aquela sua falta de memória seguida de crise temperamental agravada por problemas de personalidade bem que poderia ser apontada como culpa deste momento único em que agora sabemos que foi um encontro entre o Wolverine e a Sue Richards do futuro jogando toda uma carga de responsabilidade no promissor cientista. Mesmo que ele tenha se obrigado a esquecer tudo, é fácil acreditar que no subconsciente isso o afetou logo em seguida.

A história também consegue pontuar de um modo interessante a proposta que foi colocada logo no começo por Brian Michael Bendis em Vingadores na Era Heróica. Houve então realmente um colapso no tempo e as consequências disso ainda estão por vir. Agora, está mais que obvio e justificado o porquê das outras raças alienigenas terem o pé atras com os terráqueos, que por tantas vezes "brincaram" de modo inconsequente com a malha do tempo-espaço. É uma pena que a interferência prematura do Marvel Now tenha certamente mudado algumas coisas no plot principal como a presença mais que importante de Kang e dos Next Avengers (como tudo indicava naquele primeiro arco em que foi citada essa trama).

No mais, mesmo falhando em quase um terço de sua história, a Era de Ultron deixa suas marcas para algo a mais ser trabalhado na Nova Marvel. E antes que você possa descansar desta confusão, já temos mais uma minissérie engatilhada para este mês. Já em Julho, temos INFINITO.

Coveiro


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