A primeira edição das Guerras Secretas foi marcada por uma das mais acirradas batalhas que já houve entre realidades. Desde o início das incursões, nunca se viu dois mundos tão determinados a sobreviver. E no fim, podemos dizer que não houve vencedores. Mas haviam jogadores que também não estavam dispostos a perder. E assim do fim do Ultiverso e do clássico universo 616 surge uma nova terra entre as realidades.
Para quem acompanhou o que já havia sendo divulgado pela Panini, o Mundo de Batalhas já parece um pouco mais familiar. Um pouco mais de 40 territórios se espalham nesta nova Terra forjada no fim de tudo, cada pedacinho lembrando um pouco da história da Marvel em seus mais de 55 anos de existência. De cara, sabemos que cada lugar daquele é governado por um Barão definido pelo novo Deus das realidades e que cruzar um território diferente é algo altamente desestimulado pelas leis daquele mundo.
Mas ainda assim, há aqueles que são viajantes e buscam um novo destino para suas vidas. E um jovem loiro da Excelsa Avalon que chegou recentemente a Destinogard consegue erguer um Mjolnir e passar no teste. Agora, ele é mais um dos muitos THORS do Mundo Bélico. E esse título só é dado aos Dignos, aqueles que servirão o novo PAI SUPREMO daquele mundo, e que servem como verdadeiro exército livre para caminhar entre os diferentes territórios e garantir assim a paz. Em meio a sua preparação, ele ouve mais uma vez a história da criação do mundo, o mundo segundo Destino.
A história segue para outro trecho do Mundo Bélico agora, no território chamado de Utópolis. Jovens e mais evoluídos topeiroides acompanham o Ministro Powers e o Homem-Dragão na investigação de um misterioso artefato que foi descoberto ali. Eles são os Fundadores, os homens de ciência do Reino, e acabaram de descobrir nas entranhas daquela terra morta uma espécie de gigantesca arca. E a ordem é dada para escavar e investigar mais a fundo aquela relíquia.
A primeira missão do mais novo Thor de Excelsa Avalon consiste justamente de um caso em sua Terra Natal. Os regentes de seu território são o Barão Jamie Braddock, sua irmã Elizabeth e seu irmão Brian com sua esposa grávida, Meggan. Aparentemente, houve mais uma vez uma disputa por limites e isso é um caso a ser apenas decidido pelo Deus daquele mundo. Acompanhado do Capitão da Tropa de Thors, o jovem Thor de Avalon vai até o Baronato Sinistro convocar o Barão Essex para uma audiência que decida aquela questão.
Assim, os regentes de Avalon e o Barão Sinistro são levados até Doomstad, a Capital do Mundo Bélico. Destino senta-se ao trono em vestes brancas e de maneira impetuosa. Ao seu lado, Susan aparece como sua esposa e maior conselheira. Valéria seria portanto sua filha naquele novo mundo e também uma espécie de dirigente das questões científicas. Stephen Strange é o Xerife de Agamotto e ocupa uma posição quase de segundo em comando naquela nova realidade, sendo portanto o líder da Magia. Ele também é uma espécie de juiz final para as maiores questões entre os territórios.
O Barão Sinistro é acusado de se aliar ao Barão de Utópolis, o Hipérion, e contratar os Piratas de Ferrp para causar pequenas discordias nas terras que pertencem a Excelsa Avalon. Brevemente, entre a plateia, conhecemos outras peças daquele mundo como o Baronato do Alto e Baixo reino de Egíptia formado pela Cavaleira da Lua e uma Pantera Negra, o Barão Apocalipse das Terras que levam seu nome e a Baronesa Pryor do território do Limbo.
Depois de ouvida todas as acusações, o Barão Sinistro pede para a questão ser resolvida numa luta e convoca Brian Braddock (cuja esposa foi difamada por Essex) para um combate que defina quem deve ser punido. Uma batalha com lanças de pontas energéticas se inicia e aparentemente Brian sai como vencedor, decapitando Sinistro. Todavia, Essex é um sujeito traiçoeiro e mesmo sem a cabeça não pode ser derrotado. Seu corpo se ergue e pega Braddock distraido. Ele seria morto se não fosse a mão de Destino.
Barão Sinistro vai ter sua punição, mas Destino também está incomodado com boatos sobre insurreições e tentativas de o depô-lo vindo de Excelsa Avalon. Dizem que um Braddock conspira, mas Jamie se levanta e fala que não se trata de seu irmao, mas sim ele. Ele se entrega para Destino e sua pena não é pior porque Susan suplica pela benevolência do Deus Destino. Brian se tornará o novo Barão e o castigo de Jamie é ser levado para além da muralha que todos chamam de Escudo (ou SHIELD, sacou?).
Acabado o julgamento, Valeria tem questões a tratar com o Xerife de Agamotto. A menina que é a Mão Esquerda e que trata da Ciência chamada Descoberta tem que revelar o que acharam em Utópolis recentemente. Strange recebe os dados sobre a arca e parece se preocupar. O que quer que seja aquele objeto, sua origem data algo antes da criação do mundo e ele impõe quarentena. Ao longe, é possível ver como parte do cenário o Titã que um dia foi o Devorador de Mundos parado calmamente ante o Castelo Doomstad com a mão estendida e aparentemente servindo ao jovem Franklin.
Levado como um raio para além do Escudo, o Barão Jamie Braddock se arma para o que vai encontrar além daquelas muralhas. O que se sabe é que aquele lugar é um território que parte é recheado de Zumbis mortíferos, parte é atacado por enxames de seres da raça do aniquilador e parte é regido pelo autômato Ultron e seus muitos drones. Assim que cai do outro lado, Braddock se depara com um zumbi simbionte seguido por uma legião de mortos-vivos. Sozinho, parece impossível que sobreviva.
Sob a ordem do Xerife de Agamotto, o Capitão Thor e sua tropa agora seguem para Utópolis onde devem cercar a estranha arca que foi encontrada lá até que seja decidido o que fazer. No entanto, um insistente touperóide ainda reluta em ficar longe de tal curiosidade e de alguma maneira destrava a arca. O Capitão dos Thors não consegue deter o jovem a tempo e acaba se tornando a primeira vítima. Assim que a porta do receptáculo abre, é atingido por machado e lanças.
Da arca, para surpresa até mesmo dos leitores, saem Thanos e sua cabala. Aparentemente, o pessoal do Reed não foram os únicos que construíram um jeito de sobreviver ao dia seguinte. O inumano Maximus roubou o projeto dos Illuminati e agora estavam a soltas no novo mundo. Ao capturar o pobre touperóide, ouviram o que precisavam saber - Aquela era Latverion, o Reino de Deus, o Mundo de Batalhas.
Quando você tem um roteiro sólido como o de Jonanthan Hickman acompanhado de um arte afiada como a de Esad Ribic, sabe que vai ter em mãos de cara algo magnífico. E Guerras Secretas volta nesse segundo volume com uma narrativa impressionante que te mostra apenas uma pontinha do que vai ver no Mundo de Batalhas que se mostra a sua frente. Com as primeiras páginas dessa edição, todos os principais elementos e personagens da história já são deixados na sua mão e são bem entrosados entre si. No ar, fica apenas aquelas dúvidas que propositalmente vão ser guardadas pelo autor para você tentar desvendar com a leitura. Leitura essa que por sinal fazia um bom tempo que não era tão instigante a cada virada de página, não é mesmo?
Coveiro
