segunda-feira, 19 de setembro de 2016

Guerras Secretas: Guardiões de Luganenhum


Destino salvou o que pode das realidades. Foi  o jeito dele de não perder no final de tudo. Assim, o que sobrou virou Latverion, o Mundo Bélico, um remendo entre realidades que são separadas por gigantescos muros e com ordens restritas de não serem mais cruzados sem ordens diretas do soberano. Mas mesmo fora do planeta, essa lei também vale pro espaço. Assim, Luganenhum é tipo um satélite sobrevoando o mundo e com uma série de lendas sobre aliens que residem por lá.

A história que se conta é que um Celestial quis destruir o Mundo Bélico e Destino o impediu. Ao decapitá-lo deixou sua cabeça a mercê como aviso. Ele salvou a todos e lá residem toda sorte de criaturas consideradas "de outro mundo". Um grupo mais barra-pesada de lá, que se auto-denomina os Guardiões de Luganenhum servem como uma espécie de protetores daquele povo. Porém, um desses Guardiões, Gamora, quebrou a regra de sair dos limites daquele mundo e agora deve arcar com as consequências da "Thor" encarregada daquele canto, Angela.


Drax, Rocket e Mantis são também Guardiões fazem de tudo para esconder a amiga, inclusive confrontar a lei. A amiga Gamora anda esquisita de uns tempos pra cá, talvez até mesmo por conta dos poderes cósmicos que adquiriu recentemente. Ela soa descrente da realidade que existe, como se tudo não passasse de uma farsa e ilusão. Porém, Angela é só um dos problemas que existe hoje em dia pro grupo. Um novo vilão do pedaço Yostat, que ganhou seus poderes graças a um acidente ao invadir a abandonada coleção de armas do Colecionador, quer ganhar fama o suficiente pra ser o novo "Rei" do lugar e para tal deseja confrontar e matar Drax. Somente assim ele herdaria o título bacana de Destruidor do Destruidor.


Um confronto dos Guardiões contra Yostat com uma ajudinha da Angela é um deleite para quem aprecia a narrativa visual de Mike Deodato. É algo magnífico e que fica perfeito com as cores de Frank Martin. Quem surge para ajudar o grupo a lidar com Yostat é a Tropa Nova loca, um outro grupo formado por locais e considerado até uma milícia mais "oficial" de Luganenhum. Um Sam Alexander mais maduro é o líder deles, acompanhado da Capitã Marvel, Homem de Ferro (com armadura Matadora de Deuses), Adam Warlock e Venom, o Cavaleiro Espacial. O grupo já tinha confrontado antes o vilão, o que ocasionou a morte de uma das integrantes, Serpente da Lua. A questão para eles era mais que pessoal, por sinal.


Quando Yostat é levado pela Tropa, o debate entre Angela e Gamora recomeça. Tudo o que a alienígena está falando é considerado Blasfêmia pela lei que rege o Mundo Bélico e se continuar com aquele discurso Angela deve levá-la até as autoridades. Mas Gamora está certa de que existe algo mais e que todo aquele mundo é apenas uma ilusão criada. Destino não é o Todo-Poderoso como alegam. A lembrança do nome de Thanos vem a cabeça da lutadora, mas ainda muito confusa. E quem é Quill? Groot? Para complementar todas as dúvidas que Gamora está tendo, de fora de Luganenhum abre-se um portal de energia que traz uma alien azul desconhecida para lá.

Usando um capacete esquisito e com uma língua desconhecida por toda base de dados, aquela extraterrestre é uma anomalia que deve ser detida. Seu poder é incomensurável, resistindo facilmente a Angela. Com a volta da Tropa Nova para detê-la, ocorre um massacre em segundos - somente o Nova sai vivo da briga. No meio da confusão, ouvimos da alien que ela é Kree, mas nada mais. Sorrateiramente, Gamora e Angela atacam ela juntas e derrubam a ameaça. Ainda assim, ela se ergue e empala a "Thor" e faz mais uma vítima. Quem a detém, por fim, é o restante dos Guardiões. Rocket e  Mantis a distraem com um ataque e Drax a abate. Será esse o fim dela realmente?


Mesmo com o fim daquela mulher azul, as questões não param. Se era ela mesmo uma Kree, de onde veio? Será que com a máquina da sua cabeça ela era alguém que existiam "além" da nova realidade criada por Destino? A história ainda tem outro desfecho, quando surge ao pôr do sol a imagem de Peter Quill. Gamora o reconhece imediatamente e ele parece ter todas as explicações pra suas dúvidas. O bando está se reunindo mais uma vez mesmo depois do mundo acabar.

Inserindo aqui alguns elementos novos que prometem continuar mesmo depois do fim da saga, Bendis cria uma narrativa que lhe é comum, arrastando um pouco a história mas plantando a interessante premissa de que neste novo mundo há aqueles que são descrentes e vêem além do que mostra o Deus Destino. Isso pode colocar amigas de lados opostos, como foi o caso, e custar caro. Aos poucos, vemos que para manter sua "religião", Destino desestimula o "desconhecimento". É a maneira que ele tem para não criar muitas perguntas que ameaçem a nova realidade. É um bom tie in, principalmente porque conta mais uma vez com a arte de Mike Deodato Jr usando o espaço como cenário. Tem sido uma surpresa agradável ver Deodato nesses trilhos, descobrindo mais possibilidades na arte dele aqui. E isso só nos deixa mais ansioso para saber o que ele fará com Thanos.

Nessa mesma edição brasileira, temos ainda uma curta e boba história da edição Secret Wars Too. A questão sobre o que aconteceria se Peter salvasse seu Tio Ben toma consequências pra lá de imprevisíveis.

Coveiro

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