quarta-feira, 5 de julho de 2017

X-Men '92: Sede de sangue mutante

As Guerras Secretas podem ter acabado, mas parece que alguns dos mundos que haviam sido destruídos com as Incursões ainda existem ao final delas. É o caso da Terra de X-Men ’92 , onde nossos mutantes favoritos ainda vivem no estilo dos anos 90. Mas não se enganem: ameaças apresentadas depois dessa época já existem nessa realidade. E uma delas está pronta para atacar!



A segunda edição nacional de X-Men ’92 traz Chris Sims e Chad Bowers no roteiro e Alti Firmansyah na arte. Este último, diga-se de passagem, fez um excelente trabalho com os traços mais cartunescos e descontraídos. Já os primeiros decidiram que, em vez de simplesmente dar continuidade à icônica animação feita pela Fox nos anos 90, iriam misturar elementos de diferentes fases dos X-Men. E... pelo menos por enquanto, parece que a mistura deu certo.

Dando continuidade ao primeiro arco da série (que até então era um tie-in das Guerras Secretas), o Professor X decidiu reabrir a Escola Xavier para Jovens Superdotados, e com isso a Mansão X agora é habitada por dezenas de jovens alunos mutantes, incluindo rostos conhecidos da Geração X e dos X-Táticos. A formação dos X-Men também passou por mudanças: Ciclope e Jean Grey tiraram férias, sendo substituídos por Bishop e Psylocke, ambos ex-integrantes da truculenta X-Force – o que explica as constantes discussões que eles têm com seus novos colegas de equipe. A treta só piorou quando o mercenário Maverick apareceu gravemente ferido, e seus perseguidores, os super-heróis russos do Protetorado do Povo – incluindo, acreditem se quiserem, o Ômega Vermelho – apareceram em seguida prontos para capturá-lo e dispostos a sair no braço com os heróis mutantes.



Mas não, não são eles os vilões dessa história: enquanto a confusão acontecia, Jubileu foi ao cinema com um dos novos alunos da Escola Xavier, Câmara, quando foram atacados por uma figura misteriosa que mordeu a adolescente e ela... morreu. Ou não? Jubileu desapareceu logo depois disso, e logo Maverick contou para os X-Men sobre a descoberta de um inimigo terrível libertado pelos gêmeos Andrea e Andreas von Strucker para caçar os mutantes: o vampiro Alfa Rubro. Os gêmeos fazem parte dos Upstarts, jogadores se enfrentando em uma caçada a mutantes elaborada pelo misterioso Mestre dos Jogos.

Mas Alfa Rubro – ou melhor, Janus, o filho do Drácula – tem seus próprios planos: criar um exército invencível de vampiros. Muito mais poderoso que seu pai pelos processos de magia negra e tecnologia a que se submeteu, Janus facilmente fez suas primeiras vítimas e recrutas: Maverick, os membros do Protetorado, Gambit, Vampira (que ironia...), vários dos alunos da Mansão X... nem o fator de cura de Wolverine foi suficiente para salvá-lo.



Disposta a fazer o que fosse preciso para salvar seus amigos e alunos, Tempestade viajou à Transilvânia para pedir ajuda ao próprio Drácula, que já tentou tomá-la como esposa no passado. Mas ele pouco contribuiu para a batalha, e o dia acabou salvo pela figura mais improvável: a Falecida, uma das alunas da Escola Xavier que acessou o Tomo Negro (um programa misterioso levado por Maverick à mansão) e fez um pacto com o avatar do programa para “deletar” os vampiros da Terra. Com isso, todos os vampiros passaram a ser humanos (ou mutantes, no caso dos X-Men) – incluindo Drácula e Janus, que acabou morrendo quando seu corpo humano sucumbiu a todos os tratamentos feitos no passado. O dia foi salvo, mas Fera não deixou de se incomodar com o que aconteceu, considerando como seria se alguém que considera os mutantes uma ameaça tivesse feito a mesma coisa...



Além desse arco, a revista traz uma história mostrando como Ciclope e Jean Grey estavam curtindo suas férias... pelo menos até terem ido parar vários séculos no futuro, levados por Rachel para a missão de ajudar a deter Apocalipse. Acompanhados por ela e Blaquesmith, os dois enfrentam as ameaças mais bizarras criadas pelo Senhor Sinistro, incluindo os atuais carrascos, versões robóticas (mas igualmente sem noção) do Deadpool, versões distorcidas dos próprios Scott e Jean... apenas para, no final, descobrirem que Sinistro e Rachel estavam trabalhando juntos para conseguir suas amostras genéticas e criar a arma definitiva contra o Apocalipse: um “filho genético” dos dois, que eles reconhecem ser ninguém menos que Cable. Temendo que Sinistro pervertesse o menino, Rachel usa as últimas forças da Fênix para destruir o vilão, morrendo em seguida. Scott e Jean então foram mandados de volta no tempo... só que pararam no meio do caminho sem querer, no ano de... 2099?

Assim termina a segunda edição de X-Men ’92; longe de ser uma leitura indispensável – mas leve, divertida e descompromissada. Para quem quer uma história de super-heróis sem ter que pesquisar décadas de cronologia ou saber o que está acontecendo no resto do universo naquele mesmo instante, essa revista vale a pena.

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