segunda-feira, 1 de junho de 2015

Magneto: Defensor dos Mutantes


Ele já teve muitos nomes: Magnus, Max Eisenhardt, Erik Lensherr mas toda a humanidade o conhece pela temível alcunha de Magneto, o Mestre do Magnetismo, o arquirrival dos X-Men que se tornou um aliado controverso da equipe mutante. Atualmente, ele está ao lado da facção liderada por Scott Summers, o Ciclope, enquanto isso atende aos seus próprios objetivos. Isso não impede que ele se ausente de vez em quando para agir de maneira independente, como veremos na estréia de sua própria série, cujas duas primeiras edições chegam ao Brasil em X-Men Extra #15 pela Panini, com roteiros de Cullen Bunn e desenhos de Gabriel Hernandes Walta

Magneto aparentemente está em uma cruzada particular contra os inimigos da espécie mutante. Um deles atendia pelo nome de Eli Hatcher, que apoiava organizações antimutantes como a Direita, os Purificadores e Amigos da Humanidade. Ele pensava que isso nunca poderia lhe causar problemas, mas Magneto o encontrou no Missouri para lhe mostrar que estava errado. Agindo em público numa audácia incomum, Magnteto arranca com um gesto todas as obturações do sujeito e as "substitui" por algo muito peculiar. 


A SHIELD (Superintendência Humana de Intervenção, Espionagem, Logística e Dissuasão) é acionada e logo a organização se põe ao encalço de Magneto. Uma testemunha relata que matar era algo tão natural para o mutante que parecia que ele estava em "piloto automático". 

Magneto se encontra não muito longe dali, em um motel de beira de estrada situado no estado vizinho do Kansas e planeja seus próximos passos. Ele soube que três mutantes foram brutalmente assassinados e que o responsável por isso, supostamente um mendigo, entregou-se espontaneamente à polícia numa minúscula cidade do interior da Califórnia. 

Não resta a ele outra opção a não ser utilizar os seus poderes magnéticos para improvisar um uniforme de combate usando todas as peças de metal da delegacia onde o prisioneiro se encontra e abrir caminho à força até ele. 



Quando Magneto o alcança, o jovem parece estar arrependido do que fez mas logo ele se transforma em algo similar a uma sentinela ômega, ainda que de constituição rudimentar. Mesmo assim, o objetivo do engenho é o mesmo de suas versões anteriores: exterminar mutantes. Magneto retira todo o metal que se encontra no corpo do jovem e percebe que ele é tão vítima quanto os mutantes que assassinou. Magneto lhe pergunta quem fez isso com ele, e sua resposta revela onde isso aconteceu: Down Acres. 

Uma nova testemunha é ouvida pela SHIELD, que estava na delegacia que Magneto invadiu. Ela conta que Magneto fez questão de anunciar claramente sua presença no local. Ao mesmo tempo, a SHIELD é obrigada a lidar com alguns "fãs" do Mestre do Magnetismo que surgem por lá.

Magneto chega em Down Acres, um lugar constituído por um punhado de barracas amontoadas. Isso lhe traz lembranças de um episódio de sua juventude, em que ele e dois amigos tentavam roubar comida de um lugar vigiado pela Gestapo na 2a Guerra Mundial. Ele foi o único que sobreviveu à experiência pois um foi descoberto pelos guardas e o outro foi exposto por este por achar que assim seria poupado pelos alemães. Nada disso aconteceu e ambos morreram. Desde então, o jovem Max teve a certeza de que só escapou dessa tragédia porque seu destino seria determinar o rumo da história. 


Ele não se sente bem vindo e encontra um homem chamado Samuel, uma espécie de líder da comunidade. Eles se afastam para conversarem em particular e Magneto aproveita para questionar Samuel de maneira veemente sobre o que acontece no lugar. Este lhe revela que de vez em quando algumas pessoas se dirigem até lá para retirar algumas pessoas à força, enquanto os demais torcem para não chamarem a atenção. A noite cai e os "homens maus" se aproximam de Down Acres. Eles não sabem que um pior ainda se encontra à espreita deles. 


O ataque de Magneto é brutal, até que resta apenas um sobrevivente. Magneto usa seus poderes para retirar uma pistola do chão e a aponta para o sujeito. Ele ordena que este lhe conte tudo o que sabe para escapar com vida. O homem coopera diligentemente e responde todas as perguntas nos mínimos detalhes, com a esperança de ser poupado. Infelizmente, para ele, isso não foi o suficiente e Magneto age exatamente como o policial da Gestapo que assassinou seus amigos muitos anos atrás.



Gostei bastante do começo desta nova série, apesar da postura inicial de Magneto se aproximar demais de Frank Castle, o Justiceiro. O enredo de Cullen Bumm não apresenta maiores complexidades: Magneto quer eliminar os inimigos de sua espécie, assim o faz de maneira violenta e é perseguido pela SHIELD por causa disso.  Assim se desenvolve a história, de maneira simples e direta. Eu gosto disso, pois alguns escritores da Marvel têm complicado suas história mais do que deveriam. 

O traço de Gabriel Hernandes Walta é também simples e direto, como a história e funciona muito bem. Ele ainda tem o mérito de alternar o estilo conforme as circunstâncias, se é uma passagem de "flashback" ou uma sequência de ação mais intensa. Em suma, roteiro e desenhos se casaram muito bem. A capa de Paolo Rivera, que aparece no inicio desta resenha e foi reaproveitada aqui pela Panini, é sensacional.

Não era de hoje que Magneto merecia a oportunidade de ter uma série regular. Este começo foi muito promissor e vamos torcer para que as próximas histórias continuem boas. Parabéns à Panini por trazer mais uma série inédita para o Brasil. 

C@rlos


comments powered by Disqus