* Artigo escrito por nosso colaborador, Fernando Saker
Acreditem se quiserem, mas antes de ser uma super-heroína, de ser substituída por uma entidade cósmica, de se tornar uma só com a entidade cósmica que a substituiu antes, de virar um dos seres mais poderosos do Universo Marvel (o que não é pouca coisa...), de morrer, reviver e estar atualmente em situação indefinida... antes de tudo isso, Jean Grey já foi uma garota comum.
Exceto que, bom, Jean é mutante e telepata. Se algumas garotas passariam semanas traumatizadas vendo a morte de sua melhor amiga, deve ser pior ainda ver os pensamentos da amiga antes dela morrer. Para tentar resgatar Jean de sua quase catatonia e de seus gritos de terror, seus pais Elaine e John Grey (que descansem em paz) pedem a ajuda de Charles Xavier.
Charles também é mutante e telepata; ele pode ler os pensamentos conturbados da jovem Jean, e compreende o sofrimento dela. Criando um cenário mental mais convidativo, ele convida Jean para aprender a controlar seus dons, para que eles não sejam mais fonte de sofrimento, e sim de descobertas. Xavier ensina Jean a controlar sua telepatia e telecinese (ou telecinésia? Eu nunca lembro qual é o certo...), e a lidar com a perda de sua amiga Annie. Jean progride bem, inclusive voltando a falar com sua família.
O professor decide então testar os dons da jovem levando-a a um shopping center. Infelizmente, o preparo de Jean não era suficiente para controlar tantos pensamentos fluindo perto dela, e ela se descontrola. E Jean volta para a estaca zero... Mas Charles faz com que ela confronte seus próprios medos e supere a culpa que sentia pela morte de Annie; a culpa não aceita ir embora, mas Jean vence. Xavier, ao mesmo tempo, constrói uma “muralha psíquica” para conter o excesso de poder de Jean, que enfim volta a ser uma garota pacata e feliz.
Não por muito tempo, claro. Com a histeria antimutante se espalhando pelo mundo, o professor convida Jean para seu instituto, onde ela possa ser treinada e preparada para os perigos que se aproximam. Jean aceita, se despede da família, e chega a um ambiente novo...
...um ambiente onde ela precisa usar um uniforme bem... hã... diferente dos das escolas tradicionais, onde ela e seus colegas treinam em salas que reproduzem situações de vida e morte, e onde uma distração pode causar belos estragos (Bobby Drake que o diga). Mais tarde, ela admite ao professor Xavier que ainda sente um vazio dentro dela. Satisfeito, Xavier explica que isso mostra que ela é uma adolescente perfeitamente saudável. Mas não há tempo pra conversas: uma nova missão surge para os X-Men!
Mas onde está Jean Grey? Enquanto seus colegas enfrentam Magneto, a ruivinha anda pelas ruas, pensando na vida, até encontrar outra garota, que comenta como os mutantes parecem estranhos, e que não sabe como lidar com isso. Pra surpresa da jovem, a ruiva com quem fala logo usa seus poderes telecinéticos, com muito esforço mas com sucesso, para evitar que uma ambulância acidentada atropele pessoas na rua. “Ela é...”; “Uma adolescente perfeitamente saudável? É. Eu sei.”.
Na escola, num raro momento de semelhança com outras escolas, Jean é colocada de castigo e repreendida por abandonar a equipe. Xavier pergunta se ela vai fazer isso de novo, mas percebe que o “não” dela é uma mentira. Com sorrisos de cumplicidade nos rostos dos dois, ele brinca: “Boa menina. Ainda há esperança para você”.
A história assinada por Sean McKeever e desenhada por Mike Mayhew é uma agradável surpresa no mix de X-Men Extra. Leve, muito bem desenhada, e mostrando uma Jean Grey surpreendentemente humana em seus dilemas, pensamentos e ações. Uma bela forma de rever uma das personagens mais queridas entre os leitores da série (eu nem gosto muito dela, mas admito que a homenagem é merecida), enquanto ela não volta de verdade.
A história assinada por Sean McKeever e desenhada por Mike Mayhew é uma agradável surpresa no mix de X-Men Extra. Leve, muito bem desenhada, e mostrando uma Jean Grey surpreendentemente humana em seus dilemas, pensamentos e ações. Uma bela forma de rever uma das personagens mais queridas entre os leitores da série (eu nem gosto muito dela, mas admito que a homenagem é merecida), enquanto ela não volta de verdade.
Fernando Saker
P.S. título da resenha baseado em série (quase) homônima da TV Cultura, seguindo os costumes do Eddie...
