quinta-feira, 26 de março de 2009

Motoqueiro Fantasma, o Diabo e o Jogador

Antes de terminar sua cruzada contra o Príncipe das Trevas, o Motoqueiro Fantasma teve um encontro com uma figura importante possuidora de laços estreitos com o Inferno e com o Paraíso, que se encontrava em busca da ajuda do Espírito da Vingança. Os detalhes dessa história nos são mostrados em Universo Marvel 45.

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Tudo começa numa noite fria em um bar localizado em algum lugar entre o Céu e o Inferno. Um forasteiro não muito discreto que diz vir de “algum lugar bem lá no sul” entra, toma sua bebida e, ao cantar a filha de um dos homens que se encontrava lá, provoca o início de uma briga. Com isso, o forasteiro se revela como sendo Lúcifer, o “coisa-ruim” em pessoa e a briga termina com a morte de todos no bar. Todos exceto um homem: alguém que, ao deduzir a identidade do demônio mesmo antes de ele revelá-la, apenas pensou consigo que aquela era a sua chance.

Lúcifer o reconhece quando se encontra prestes a matá-lo, chamando-o de Senhor Onze. Ele oferece ajuda ao diabo, dizendo saber quem o persegue e revelando querer encontrá-lo. Mas Lúcifer recusa; ele quer se divertir com Johnny Blaze e não precisa de um agente duplo no seu caminho, logo antes de decapitar seu interlocutor.

Após a saída do demônio, o corpo morto do balconista do bar se levanta: trata-se da consciência de Onze, que assumiu novo corpo devido ao fato de não poder se curar de uma cabeça perdida. Seguindo a trilha de Lúcifer, ele relembra fatos importantes de sua vida.

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Ele esteve aos pés de Jesus Cristo naquele dia que foi tão terrível para os reinos abissais, conhecido como “O Cruciante”, onde estas terras entraram em enorme caos, até para seus padrões. Ainda comenta seu gosto pelo Inferno, comparando-o à situação de uma criança cutucando uma casca de ferida. E o Paraíso, mais difícil de lembrar e de certa forma mais doloroso, devido ao quão insuportável se torna a ausência de sua graça.

Onze relembra sua história como agente de ambos os lados, posição que durou séculos, mas agora é passado. O Inferno está furioso com ele desde o “caso dos diamantes na Terra do Meio-Dia Sem Sombras”, segundo o próprio, e o Paraíso é só silêncio para ele agora. Ele acredita que ambos os lados tramam algo grande e não o querem no caminho. Ainda comenta não conseguir se esquecer das últimas palavras de Cristo para ele: “Um pouco mais, e tu não me verás mais... Novamente, um pouco mais... E tu me verás”.
PhotobucketAlinhar ao centro

É então que ele encontra aquele que considera seu ingresso de volta ao jogo: o Espírito da Vingança. Onze observa, escondido, a luta entre o Motoqueiro Fantasma e Lúcifer. Segundo ele, a primeira regra da infiltração é ganhar a confiança de seu alvo, e também se alegra com o fato de poder se vingar de seu decapitador no processo. Num momento em que Lúcifer se encontra por cima na luta e está prestes a desferir um poderoso golpe no alter-ego de Johnny Blaze, Onze exerce seu “sacrifício” e “salva” o Motoqueiro, que logo depois disso destrói o corpo de Lúcifer e dá fim à batalha.

O Motoqueiro Fantasma se irrita, lamentando o sacrifício desnecessário, já que estava em condições de vencer a luta de qualquer jeito. Onze diz ter feito aquilo por precisar dele e preferiu não correr o risco de ver seu fim. Ele explica que depois de tanto tempo trabalhando para o Céu e o Inferno, se esqueceu de onde veio, e precisa da ajuda do Espírito da Vingança para saber quem é.

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Seu pedido é atendido e, com a ajuda dos poderes do Motoqueiro, ele se vê como demônio. Mas logo sua forma muda e ele é um anjo, e depois demônio de novo. Ele conclui que depois de tantos anos fazendo o que fazia, só o que resta são as máscaras. Antes que o corpo no qual se encontra sucumba aos ferimentos mortais, ele alerta Blaze de que o Paraíso merece sua ira ainda mais que o Inferno.

Enquanto Johnny se afasta, lamentando aquela morte, Onze pensa no bom trabalho que fez enganando-o. Ele relembra a primeira regra da infiltração: ganhar a confiança do indivíduo – melhor ainda se o fizer sentir em débito. Transferindo sua consciência para um pássaro que se encontrava próximo do cadáver de seu último hospedeiro, Onze constata que ainda não descobriu quem é e nem voltou ao jogo, mas voltará, enquanto volta seus proféticos pensamentos para Johnny Blaze, dizendo o seguinte: “Quando os céus se abrirem... As máscaras cairão... E o inferno verterá como uma chuva de fogo sobre a Terra. E nesse dia... Nesse terrível, terrível dia... Que os céus o ajudem”.

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Desta forma, a história termina, deixando no ar o mistério: estaria Onze certo ou apenas delirando? Esses fatos voltarão a cruzar o caminho do Motoqueiro Fantasma? Bom, a resposta para essas questões, só o tempo trará. O que sabemos com certeza é que, na próxima edição de Universo Marvel, teremos a estréia da elogiada fase do escritor Jason Aaron à frente da série de nosso anti-herói. Aguardemos.

Léo

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