terça-feira, 17 de março de 2009

Wolverine: Morrer... ou não morrer? Eis a questão!

Wolverine

Um dos grandes mistérios que acabou deixado aberto nas últimas histórias do Wolverine foi sobre sua imortalidade. Sob o roteiro de Marc Guggenheim, o baixinho canadense esteve a mercê da morte inúmeras vezes. Chegou até mesmo a não sobrar nem um naco de carne em seus ossos e mesmo assim voltou a vida. E tudo isso teve uma explicação pra lá de mística na última história de Guggenheim antes de deixar o título pela primeira vez. Agora, convidado a dar uma final a essa confusão dos diabos, o roteirista volta num arco em cinco partes para responder a questão – “Wolverine pode morrer?”

Na primeira edição desta história, vimos que uma emboscada foi armada para o mutante mais mortífero da Casa das Idéias. Foi derrotado com uma bomba enfiada goela abaixo. Seu corpo se regenerou como sempre, porém estava desta vez sem qualquer sinal de resposta vital. Pela primeira vez, podia-se declarar que Logan teve o que chamamos de uma morte cerebral.

Para solucionar esse mistério, o atual diretor da SHIELD, Anthony Stark, convidou um velho conhecido para se aprofundar nos mistérios da mente perdida de Wolverine. O Doutor Estranho atendeu ao chamado de Stark, apesar das atuais diferenças e leva o corpo de Logan para sua morada, Sanctum Sanctorum, em Greenwich Village.


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Uma vez lá, faz sua jornada para onde as mortes vão depois da morte – O Limbo. Na mente de Wolverine, o Limbo tem um aspecto bem peculiar, um velho bar no melhor estilo americano.Estranho adentra no lugar e encontra Logan bebendo tranquilamente no balcão. A conversa começa pra lá de irreverente e, aos poucos, o Mago Supremo reconta como Wolverine foi parar ali depois da morte.

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A história envolvendo Lazaer é contada mais uma vez. Apesar de isso sempre fugir as recordações do baixinho, Estranho explica a sua eterna luta espiritual pela alma. O fato é que, no passado, Wolverine foi responsável pela primeira e única derrota daquele que responde por Lazaer. Ou, mexendo um pouco no anagrama deste nome, Azrael, o anjo da morte. Esse feito garantiu a Wolverine uma segunda chance pela sua vida sempre que morre.


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Desta vez, no entanto, a morte de Amir (última amante de Wolverine) lhe garantiu tamanho pesar que provavelmente culminou em seu desejo de não voltar a vida. Logan depois de muito tempo desistiu de lutar por essa segunda chance. Isso até ter esse encontro com Estranho, que pede seu retorno.


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E para retornar para sua forma corpórea, Estranho explica que Wolverine deve confrontar sua alma. Sem entender muito o que isso significaria, Logan parte direto pra prática e depara-se de primeira com uma versão mais jovem sua. E ele é apenas o primeiro desafio de muitos “James Howlett” que nosso herói terá que confrontar até retornar.


LOGAN

Passando pela Segunda Guerra Mundial, Projeto Arma X, antiga fase do Departamento H até chegar nos dias mais recentes, Wolverine derrota todos seus “eus”. Então, vislumbra o momento de sua primeira “morte” pelas mãos de Gorgon (para quem perdeu, procure a excelente fase de Mark Millar em Wolverine).

Foi graças a essa sua derrota que Wolverine pode ser então tocado e manipulado pelo Tentáculo. Suas memórias pela primeira vez em tempos se voltam para a estranha mulher ruiva responsável pela sua ressurreição. E desde que voltou, Wolverine agora percebe que algo lhe foi tirado. E certamente, a responsável é esta estranha mulher.


LOGAN

O primeiro passo para encontrar a ruiva é forçar um encontro com o Tentáculo. Invadindo uma loja de brinquedos que só serve de fachada pra organização criminosa, Logan finalmente tem os primeiros ninjas para forçar a falar. E depois de um breve confronto, um deles é deixado vivo para as perguntas.


Guggenheim

“Faedra” é o nome da ruiva que Logan procura. O ninja explica que ela deixou o Tentáculo e algum tempo atrás se juntou a organização misteriosa chamada “Cimitarra”. Com a história batendo em vários aspectos, Logan deixa o lugar e permite que o Ninja tenha uma morte honrada.

Seu novo caminho o leva para a casa de um amante de um ex-amigo do Japão, Shiori Masakuma, agente já morto da Naicho, Inteligência Japonesa. A mulher, que o culpa pela morte do marido, informa que a Cimitarra está também operando no Japão. E para surpresa de Logan, escondida no Monte Fuji.

*Nota do Editor: Beleza, alta forçada de barra aqui, mas o que esperar do Guggenheim mesmo?


Guggenheim

Logan consegue se infiltrar no lugar e encontra o primeiro alvo, Xogum, o misterioso combatente que o derrotou na primeira história desta aventura. A luta é breve e Wolverine desta vez usa do mesmo artifício que o derrotou para ter sua vingança. Uma bomba é pregada no corpo de Xogum e o põe em noucate.

O segundo alvo encontra-se dormindo em seu quarto. Wolverine adentra o lugar e silencia Faedra. Pedindo explicações, Wolverine força a ruiva a dar-lhe respostas. Então a moça explica que foi contratada para promover uma vingança e afirma que Logan tem uma dívida de honra a ser paga sangue. Aponta para um símbolo no quarto e o baixinho logo reconhece o símbolo da família Yashida. Às suas costas, surge então Shingen, pai de Mariko, supostamente morto e desejando a morte de seu genro.


Guggenheim

Uma árdua luta entre os dois volta a se repetir e agora todo o plano arquitetado por Shingen começa a fazer pleno sentido. Shingen é morto e o quarto comparsa deste elaborado plano se junta ao cenário. Azrael em pessoa surge ao lado de Faedra e juntos revelam que após a primeira morte de Logan nas mãos de Gorgon, uma parte da alma de Wolverine foi retirada. Sem ela, tornou-se muito mais fácil derrotar Wolverine nos dias de hoje.

Esse pedaço da alma de Wolverine foi quem deu origem ao misterioso Xogum. Azrael então propõe que Wolverine se renda, pague o débito que tem com o além vida que contraiu na Bélgica e que se contente que parte da sua alma fique presa na terra sob controle de Faedra.


Guggenheim

Logan, claro, opta por mandar essa opção pras cucuias e parte pro que sabe fazer melhor. Rouba a espada de Azrael e esfacela Xogum em vários pedaços. Com o fragmento de sua alma sem corpo, Logan tem uma proposta para o Anjo da Morte. Se ele puder mais uma vez reformar a alma de Wolverine, este daria um fim a Faedra, que foi responsável por tantas ressurreições de pessoas mortas por Azrael. O Anjo aceita a proposta, mas alerta que isso inutilizaria o outro acordo que garantia anteriormente a Wolverine sempre uma segunda chance.


Guggenheim

Logan concorda com o trato e dá um fim a ruiva, mesmo com a tentadora proposta que ela lhe oferta para ressuscitar Mariko. Momentos depois, Logan é visto saindo daquela base da Cimitarra, agora contando somente com seu fator de cura e nada mais. E, em uma outra parte dali, Shingen volta a ficar de pé, toma o elmo que pertencia a Xogum e, provavelmente já arquiteta mais um plano para ter sucesso em sua vingança.

Essas edições estão contidas nas revistas 48 a 51 de Wolverine, roteirizadas por Guggenheim e com arte de Howard Chaykin, fazendo parte de uma das piores histórias de HQ em minha opinião. Em todo caso, serviu para desfazer toda a baboseira que o Marc montou na polêmica história do Wolverine Imortal.

Coveiro

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