sexta-feira, 26 de setembro de 2014

X-Men – A Batalha do Átomo: Jovens em fuga

A saga mutante do ano já está entre nós. O presente é visitado não só pelos cinco X-Men originais do passado, mas agora também pelos X-Men do futuro. O objetivo da “visita” é assegurar que os cinco jovens do passado voltem ao seu tempo... quer queiram, quer não.



A edição 010 de X-Men traz mais três partes da saga A Batalha do Átomo. A primeira, com roteiro de Brian Michael Bendis e arte de Stuart Immonem, começa com os X-Men dos três períodos no tempo trocando impressões sobre si. Descobrimos que, entre o grupo do futuro, estão uma versão mais forte (e aparentemente mais selvagem) do Homem de Gelo, um Fera ainda mais transformado – com direito a chifre! –, a outrora Fugitiva Molly Hayes (agora adulta e um tanto musculosa), o sempre insano Deadpool (que não parece ter mudado muito), e uma Kitty Pryde de meia idade, muito parecida com a Kitty de Dias de um Futuro Esquecido (o arco antigo nos quadrinhos, não o filme)... seria ela mesma? Completam o grupo um jovem que se diz neto de Charles Xavier (e que realmente se parece bastante com ele) e uma misteriosa figura com a máscara de Xorn, o mutante que assassinou Jean Grey.



Tudo muito bom, tudo muito bem, mas eis que Wolverine inesperadamente parte contra o grupo de viajantes do tempo. Quando a confusão acaba, dois adolescentes sumiram: Jean Grey – a pessoa que manipulou Wolverine para atacar os mutantes do futuro – e Scott Summers. Desconfiada das verdadeiras intenções dos X-Men do futuro e incapaz de ler suas mentes, a primeira ideia dela foi pedir telepaticamente ao seu atual flerte, o jovem Hank McCoy, que fugisse com ela. Quando o rapaz recusou, Jean convidou Scott, que imediatamente aceitou, e juntos pegaram o Pássaro Negro durante a confusão e partiram pro outro lado do país.

A verdade é que Jean não foi a única a desconfiar dos visitantes: Rachel Grey logo em seguida chamou atenção para a figura com a máscara de Xorn, lembrando o que a última pessoa que usou essa máscara fez. Para conquistar a confiança de todos, a figura tira a máscara e vem uma das maiores surpresas: a “nova Xorn” é Jean Grey! Mais especificamente, a versão do futuro da Jean do passado caso ficasse no presente... entendeu? Não? E você achava a troca de corpos da Psylocke complicada...



Seja como for, a “Jean Xorn” chamou atenção para o fato de que algo terrível acontecerá se os X-Men do passado ficarem no presente (convenhamos, nem precisava dizer, eles mesmos já viram o que aconteceu quando o Scott do passado quase morreu). Para evitar essa tragédia, X-Men do presente e do futuro pegam outro veículo para perseguir o Pássaro Negro afanado por Jean e Scott, enquanto Kitty, Rachel e Jubileu ficam na escola de olho nos jovens Hank e Bobby. Aqui começa a segunda parte da edição, com roteiro de Brian Wood e arte de David Lopez.

Enquanto a perseguição acontece, Jean e Scott se sentem como dois fugitivos sozinhos contra o mundo. Mas a dupla encontra aliadas nas professoras Kitty Pryde (a do presente) e Rachel Grey, que se horrorizam com as táticas de perseguição empregadas por seus colegas (nisso eu concordo com elas) e acreditam que são os jovens que têm que decidir se querem ou não voltar a seu tempo (nisso eu discordo delas).



Com a distração fornecida por Kitty e Rachel batendo boca com os demais X-Men, o jovem casal mutante chega a Utopia – e é surpreendido lá por outro grupo de X-Men, dessa vez os rebeldes liderados pelo Ciclope do presente. Aqui vem a terceira parte desta edição, novamente com Bendis no roteiro, agora com Chris Bachalo na arte.

Com a telepatia das Cucos e de Emma Frost, os X-Men rebeldes conseguem saber quem são os visitantes do futuro e suas intenções. Também sabem que os jovens Jean e Scott não querem voltar para sua época, e um debate se inicia – não sem antes a enigmática Magia garantir que o jovem encapuzado entre o grupo do futuro é realmente neto de Xavier e se teletransportar dali sem responder como sabe disso. Voltando ao debate, curiosamente Ciclope se coloca a favor de deixar que os adolescentes decidam o que querem – mesmo sabendo que quase foi apagado da existência quando sua versão mais jovem do passado foi mortalmente ferida no presente. Nesse meio tempo, Kitty e Rachel fazem de tudo pra convencer seus colegas a deixar seus alunos em paz, mas acabam sendo voto vencido.

Mas o debate é interrompido quando todos (menos a jovem ruiva) são paralisados por Xorn, que chega a Utopia acompanhada pelos X-Men da Escola Jean Grey e pelos X-Men do futuro, que exigem que Jean e Scott (e se possível também o jovem Warren, que havia ido para a Nova Escola Xavier de Ciclope) voltem com eles. Durante o embate verbal, Xorn agride psiquicamente Jean; é então que Emma Frost – que foi quem avisou o grupo rival sobre a vinda dos dois adolescentes, por concordar que eles precisam voltar ao passado – percebe quem está por trás da máscara e, acompanhada por suas alunas, desafia a misteriosa mulher para uma luta psíquica.



Com tudo isso acontecendo, dá pra ver que, ao menos por ora, A Batalha do Átomo segue em ritmo alucinante, com ação ininterrupta e um bom dilema moral sobre como agir. A transição de uma parte da saga para a outra flui bem, com roteiristas e desenhistas mantendo um trabalho coeso entre si. Fica a torcida pra que isso continue assim, e que essa saga não repita os erros de tantas outras que começam muito bem, perdem o ritmo no meio e decepcionam no final.

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