terça-feira, 2 de junho de 2015

Wolverine: Encontro Marcado



Em sua nova fase, Logan não é mais aquele Wolverine.  Ao perder seu fator de cura e logo em seguida ser humilhado por Dentes de Sabre, o baixinho canadense teve que se adaptar a sua nova condição. Com planos ousados, inventou um novo status quo se passando como vilão e assim tentar se aproximar de Victor Creed. Porém, seu plano deu muito errado e com a ajuda de amigos ele tem que aprender a lidar com um temor que nunca teve antes... encarar a morte.

Shang-Chi e Punho de Ferro certamente são os heróis da Marvel com maior conhecimento quando o assunto significa meditação e elevação espiritual. Portanto, não foi a toa que o baixinho canadense foi até eles para resolver seu problema de encarar a Morte. Assim, eles o levam para uma ilha onde ninguém pode morrer (ou não deveria ), pois é lá que a morte tira férias.


Após uma luta para esquentar, é notório perceber que Wolverine anda mais distraído que o natural e isso está levando-o a baixar ainda mais a guarda numa época que não deveria. Assim, Chi e Daniel Rand levam o amigo até uma infinita escadaria, onde tem um "não-confronto" com os guardiões do lugar e finalmente Wolverine adentra as portas do lugar onde a morte o espera. E realmente estamos falando da Morte.

É curioso ver aqui como Paul Cornell trabalha essa simbologia toda na vida de Wolverine. Afinal, ele é o cara que sempre contribuiu bastante para presentear a morte e nunca precisou ter medo dela. Hoje, se amolece em sua frente. Mas há algo de diferente em Wolverine em relação aos demais que sempre tiveram um envolvimento com a morte. Apesar de grande assassino, ele nunca a idolatrou. Quando agora fraqueja mediante o perigo, é notório que ele a teme até. Ao mesmo tempo, ele é ousado e sempre a desafia. O fato é que Wolverine odeia temer qualquer coisa, inclusive a própria morte.

A morte relembra a história do verdadeiro Logan, alguém que criou esse personagem Wolverine deixando de lado seu passado esquecido para ser um herói em busca de valores.  Ao recuperar as memorias depois de Dinastia M, muita coisa mudou para ele.  A Morte faz ele encarar seu falecido primeiro amor, Rose, que ele sem querer matou. Mas ele parece estar superando isso, lembrando o que fez e se arrependendo. Sua nova tatuagem esta ali para fazer Logan lembrar do pouco de suas lembranças que sempre esqueceu ou fugiu.


E paralelamente a essa história, temos algo acontecendo no QG de Dentes de Sabre e sua versão do Tentáculo. Interessado em descobrir como acessar os poderes da esfera mítica chamada Estrela Cadente, ele faz um acordo com o Sr. Proposta. O cara só precisava descobrir como a Pinça aprendeu a controlar o artefato. O sujeito acaba conseguindo fazer com que o Garoto Perdido fale e assim condene todos. O Proposta também entrega o lugar onde Logan está neste momento, graças a um GPS que instalou na armadura do carcaju. São prêmios suficientes para que o Dentes de Sabre aceite que ele trabalhe pra equipe.

Dentes de Sabres envia ninjas para atacar Logan em Miyajima, mas os vilões terão que passar primeiro pela barreira formada pelo Shang-Chi e Punho de Ferro.  A dupla consegue segurar bem a maior parte dos ninjas enviados, mas dois deles passam e vão diretamente confrontar Logan.  Como há uma regra naquela ilha, Logan não os mata. Cabe a Morte se livrar deles, infligindo uma dor intensa com a morte súbita de todos os microorganismos do corpo dos dois ninjas.

Distraída, a Morte não consegue evitar a “chamada” do Além vinda do Carburante. O garoto que foi morto por Dentes de Sabres na última aventura só aparece ali para alertar o ex-colega dos perigos que tanto Pinça quanto o Menino Perdido correm. É hora de Logan partir. Mas a Morte clareia a mente confusa do nosso herói. Todos temem a morte.  E é o maior sinal de bravura vencer esse medo. Logan raramente tinha essa sensação, mas hoje ele tem que se mostrar bravo todos os dias para encarar a morte de frente se quiser essa vida de herói.

Ao deixar o templo, eles encontram Chi e Rand calmamente tomando o chá. Nada de ninjas. Agora, Logan sabe sua próxima missão e o que quer. Ele veio ali em busca de um “fim”. Saiu com a ideia de ir atrás de um novo começo. Longe dali, a Morte envia a Dentes de Sabres seus ninjas mortos com uma mensagem de alerta. O vilão sorri em desafio e só tem olhos para seu novo plano – atacar Nova York.

Desta vez com arte fabulosa de Kris Anka, temos mais um capítulo nessa história do Wolverine Mortal. Em duas histórias mais simbólicas do que proativas como geralmente eram as revistas do baixinho canadense, Paul Cornell cria um desfecho interessante para o novo status quo de Wolverine. Mesmo enroscado na trama maior, gosto de ver como o autor trabalha esse lance de Logan finalmente encarar um real perigo de frente, temeroso como qualquer um de nós pela sua vida. É algo que certamente nunca vimos no Wolverine do passado (um herói com atitudes praticamente suicidas se formos reparar) e que hoje pode vir a morrer a qualquer instante. É uma boa tematica a se tratar, claro que poderia ser melhor executada, mas uma ideia bacana no final.

Coveiro

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