sexta-feira, 16 de março de 2007

Tragédias, Confissões e uma Verdade.

*Atenção! Informações inéditas no Brasil!


Tragedia



Foi uma notícia abaladora. Foi um acontecimento daqueles que escapa o universo dos quadrinhos e alcança a mídia em todos os âmbitos. Foi algo do tipo que até hoje alguns se recusam a acreditar.


Os boatos sobre o Capitão América e sua morte se estendem muito antes da edição 25 sair. Nesse mesmo blog, a imagem do “Capitão de Aço” publicada graças a nosso colaborador Rafael Brizola já trazia um fio de receio. De certa forma, era a mudança de perspectiva do símbolo americano, contudo isso levantava a dúvida do que seria de Steve Rogers no final da Guerra Civil.

A coisa tomou forma mais violenta com o anúncio de “Fallen Son”. Subjetivamente ou não, um herói cairia na Guerra e eu não tinha mais dúvida de que seria Steve o mais indicado para tal papel.

Contudo, para minha surpresa, a edição 7 da mini-série principal acaba sem mortes. O Capitão não se entrega, mas Steve Rogers, sim. Palavras bem colocadas para não deixar na verdade nenhum dos ideais desmerecidos. Apenas homens perdem e outros ganham.


Tragedia



Contudo, eis que a edição 25 é lançada. Um pouco antes de lê-la, acabei sabendo da repercussão. Mandei o mais codificado scrap pro João e seu artigo foi escrito na integra como ninguém mais poderia fazer. Contudo, mesmo lendo a história, eu não conseguia assimilar o peso dos acontecimentos. Estava ainda uma narrativa “manca”... “imcopleta”...

Restava ainda uma dúvida. Não estaria o capitão ainda vivo? Poderia ele estar sendo congelado minutos antes de morrer? Civil War: The Initiative plantou uma semente de esperança em Jessica Drew e alguns de nós graças a um comentário da Miss Marvel. Porém, a edição 28 mostrava mais uma vez que o lado pró-registro continua jogando sujo... para ter o que quer.

Então, surge antecipadamente a edição CIVIL WAR: THE CONFESSION, que li com todo o preconceito de que seria apenas um caça-niquel dos mais “safados”. Bom, como todos os que leram podem confirmar... eu não poderia estar mais enganado.

Lá estava algo que somente a dupla do tão polêmico Bendis e do tão iluminado Maleev poderiam conceber. Eu ponho a revista bem à frente de meus olhos e deixo a narrativa perfeita de roteiro e arte desenrolarem a história.

Eu vejo Anthony Stark descendo o convés do Aeroportaviões da Shield e sendo recepcionado pelos seus subordinados. Eu o vejo se colocar na frente de seu outrora amigo e atual adversário com olhos intranqüilos. Eu ouço sua voz delinear mais uma vez o mesmo discurso justificando seus atos até ali. Eu escuto ele falar que sabia antecipadamente todos os acontecimentos, quem estaria ao seu lado e quem não. Eu o vejo cerrar o punho e gritar que mesmo assim seguiria em frente, indiferente a tudo que fosse perder.


Tragedia



Então, eu o vejo baixar os olhos. E constato que lá haviam lágrimas. Noto sua voz perder o controle. Anthony Stark grita, mas ele grita para si, pois está sozinho. Todas as suas palavras, todo o seu discurso era para ele tentar se convencer que estava certo. No entanto, ele sabe a única verdade. Diante do corpo morto do Capitão América, ele diz que depois de tudo feito, não valeu a pena.

Foi aí que eu parei, recostei-me à cadeira no apartamento vazio em plena madrugada e finalmente senti o que de fato tinha acontecido. Steve Rogers morreu.


Tragedia



Não dá para descrever a confusão na hora que me tomou. Pode parecer retardamento meu que a ficha só tenha caído tempos depois de todo mundo saber (inclusive eu), mas as vezes é preciso uma história ser escrita com verdade como esta para que seja de fato uma realidade.

Quem leu The Confession, ainda vai se abalar ainda mais com a segunda história. Uma história complementar, mas não menos importante que a primeira. Uma história momentos antes, quando Rogers ainda estava vivo e esteve face a face com o novo Diretor da SHIELD. Provavelmente, uma das últimas chances que os dois tiveram de se sentar e olhar como amigos mais uma vez. Uma chance que foi desperdiçada pelo orgulho cegado pelos ideais.

Coveiro.

comments powered by Disqus