quinta-feira, 29 de dezembro de 2016

Retrospectiva Marvel 2016



Se você parar pra perguntar pra qualquer pessoa na rua hoje sobre uma retrospectiva do ano de 2016, a maioria deve só lembrar de coisas ruins. E é fato, as coisas não andam mesmo nada boas. Se for olhar para o próprio mercado, o cinturão foi apertado e editoras e lojas tiveram que se segurar um pouco. Só que nem tudo foi tão ruim assim, e a nossa sempre presente RETROSPECTIVA está aí para provar isso. Como de praxe, selecionamos 10 pontos - mais ou menos em ordem de acontecimentos - para vocês revisitarem tudo.


01 Uma saga fora do Eixo



Bem, eu gostaria de ter começado com algo melhor (prometo sim que teremos coisa boa mais pra frente), mas não dá pra deixar de fora de nossas lembranças a primeira grande saga da Marvel que vem como consequência direta de eventos dos Fabulosos Vingadores. Apesar de não ser a premissa mais original de todas, o EIXO trouxe situações inusitadas como um Homem de Ferro Superior sem nenhum escrúpulos para ganhar em cima das pessoas, um Deadpool pacifista e um Loki heróico que não podia mentir. Da mesma forma, a saga prejudicou muito o recomeço de alguns heróis como o Falcão que assumia novo status quo e teve um final pra lá de pífio, que acabou sequer tendo consequências.

02 Os Vingadores de Cara Nova



No começo do ano, a Panini resolveu de forma ousada investir num novo título e tentar assim emplacar de vez para o público brasileiro uma Trindade de Vingadores com cara nova. Surgiu Novíssimos Vingadores no novo calendário de publicações mensais com direito aos três títulos que mais mudaram - A nova Thor, Sam Wilson como novo Capitão América e o Homem de Ferro Superior - no mix e com papel especial e tudo mais. A revista logicamente já se sabia que teria tempo contado e durou 9 edições. Porém, ficou notório que fazia parte de mais um teste para publicações de melhor acabamento e um pouco mais caras que a editora já pensava em por em prática num futuro não muito distante.

03 O Demônio, o Matador e a Ninja



O Demolidor estava de volta a Cozinha do Inferno e a Netflix em 2016, e não voltou sozinho. Assumindo de vez a partir de agora o título e o uniforme que o marcaria como vigilante, mais 10 episódios entraram na lista notoriamente tendo a função não só de estabelecer o herói como também re-introduzir ao público fã as figuras do Justiceiro e da Elektra. Com Jon Bernthal no papel, Frank Castle ganhou vida como nunca antes nas telas e foi tão bem recebido que garantiu de cara sua própria série no canal streaming ainda para 2017. Já Elodie Yung dividiu a audiência sobre sua interpretação como Elektra e provavelmente a ninja vai ter que mostrar a que veio num possível retorno da mesma na vindoura série dos Defensores. Em todo caso, a segunda temporada do Demolidor certamente torna-se um marco, fecha com um bom saldo positivo e certamente conseguiu garantir o futuro de Matt Murdock no UCM por mais tempo.

04 A Ascenção de Deadpool e a Queda de Apocalipse


O filme que nunca foi lá muito acreditado pelo seus produtores e o próprio estúdio que o lançava, foi a maior zebra do ano. Deadpool era um aposta feita pelo seu apaixonado protagonista - o ator Ryan Reynolds - e a seleta equipe de roteirista e diretor que havia juntado. E quando conseguiram o aval, mesmo com baixo orçamento, mostraram a que veio. Deadpool é de longe o filme da FOX mais bem avaliado pela crítica e caiu fácil no gosto dos fãs. Esta no topo da lista de filmes com alta censura mais rentáveis e conseguiu ofuscar até mesmo o trabalho dos seus colegas de X-Men: Apocalipse. Afinal, o sexto filme da franquia que leva o X-Men no nome sequer conseguiu chegar perto da arrecadação do seu antecessor - lançado em 2014 - e pode inclusive ter comprometido a continuação da nova leva de filmes com o novo elenco. Há quem diga que a FOX voltou a falar num terceiro reboot pelos corredores. E sem Brian Singer.

05 Heróis em Guerra Civil e o Homem-Aranha no UCM
Certamente a história mais marcante da década passada nos quadrinhos, a Guerra Civil já vinha com um peso muito grande no nome para ser levada aos cinemas. Obviamente, mudanças e adaptações eram mais que necessárias no novo enredo, mas mesmo assim não comprometeram o dilema principal que colocava os heróis na perigosa posição de serem ou não armas humanas sancionadas pelo governo de todos os mundos. Com um pouco mais de toque pessoal colocada a trama e assim conseguindo encaixar de forma impecável a continuação do destino do Soldado Invernal, Capitão América: Guerra Civil teve uma das melhores aprovações de críticas do ano e termina 2017 como a melhor abertura do ano de 2016 e pode fechar como a maior arrecadação também. Dentre os muitos pontos a favor com reunião de diferentes heróis que nunca se viram antes aqui e até estreia de alguns novos, nenhum se destaca mais e é tão ovacionado como a VOLTA AO LAR do Homem-Aranha. Sua curta passagem ali é marcante e certamente deixou lá em cima as expectativas do próximo filme do herói solo que logo mais está chegando aí.

06 Motorista Fantasma
De repente, as coisas não pareciam muito bem para os seriados pra TV da Marvel em 2016. Quando se acreditava numa expansão da ABC para novos títulos, ela começou o primeiro semestre falando no cancelamento de Agente Carter depois da segunda temporada e colocando na geladeira o vindouro spin-off de Agentes da SHIELD chamado Most Wanted antes mesmo de um episódio piloto ser concluído. E com a conclusão do arco dos Inumanos na terceira temporada de Agentes da SHIELD, o que esperar do futuro de Coulson e sua turma neste ano? Bem, que tal uma dose de Espírito de Vingança? O anúncio do Motorista Fantasma como parte da trama da quarta temporada da série surpreendeu a todos e renovou o entusiasmo que muitos tinham com a série. Mesmo sendo uma versão menos conhecida do anti-herói demoníaco, o Motorista Fantasma logo caiu no gosto do público e isso até mesmo repercutiu nas HQs estimulando o retorno de sua revista pela Marvel. O futuro do Motorista ainda é incerto, mas a ABC voltou a pensar mais alto no segundo semestre e já até mesmo anunciou boas novas com um seriado de alto-custo em parceria com a IMAX - Os Inumanos.


07 Luke Cage estreia na Netflix
No final do mês de Setembro, a Netflix tinha mais um desafio - emplacar seu terceiro seriado em parceria com a Marvel. E como não poderia ser diferente, conseguiu não só conquistar mais uma vez o público com um protagonista autêntico no papel de Carl Lucas como trouxe uma galeria de vilões nota dez. Cornel Stokes, o Boca de Algodão, tornou-se tão marcante quanto o Rei do Crime e sua ausência certamente será sentida. Mas no seu lugar, ainda teremos mais da Mariah e Shades para dar trabalho. E mesmo que o revelação do nada do Cascavel tenha causado estranheza a alguns, o seriado fecha como algo marcante, mostrando o Harlem, com sua cultura e musicalidade, como grande protagonistas. E no fim, duas personagens parecem saltar para futuro protagonismo em os Defensores - a tão querida nos quadrinhos Misty Knighty e nossa já bem conhecida Claire Temple.


08 O Mago mostrando que é Supremo nos cinemas também



Num universo que até então tinha se apegado de forma tão resoluta ao científico, o filme do Doutor Estranho tinha uma tarefa difícil de quebrar essa barreira, trazer a multidimensionalidade em pauta e ainda assim apresentar um dos personagens mais obscuros da Casa das Ideias. E assim foi feito, com Benedict Cumberbatch caindo no gosto da audiência como alguém perfeito para o papel de Stephen Strange tão qual Robert Downey Jr parecia ter nascido para viver Tony Stark. O filme já é hoje o de maior público para um filme de origem da Marvel e está na sétima posição de filmes mais rentáveis dos 14 já lançados pelo estúdio. Assim, fica fácil antever uma continuação do Doutor Estranho, ainda mais que sua presença está mais que garantida ao lado dos Mais Poderosos Heróis da Terra em seus novos filmes em 2018 e 2019. Alguém tinha alguma dúvida que o Mago Supremo não saberia barganhar pelo seu retorno?

09 Os 75 anos do Bandeiroso




Não dá para falar de 2016 só citando o presente, afinal é um ano célebre para um dos seus mais icônicos personagens, que transcende até mesmo a criação da própria Marvel. Foi quando ainda se chamava Timely que 75 anos atrás surgia o Capitão América. A edição de número #1 se tornou rapidamente um fenômeno de vendas, chegando em valores próximos a 1 milhão segundo relatos, e inspirou crianças, jovens e adultos numa Guerra que ainda estava prestes a estourar para os americanos. Com isso, não podíamos passar 2016 com esse fato ignorado. A Marvel lançou um especial de TV logo no começo do ano, antes mesmo de a Guerra Civil despontar nos cinemas, e algumas capas especiais foram lançadas no decorrer dos meses. Nós do Universo Marvel 616 disparamos uma série de podcast especiais imperdíveis dentro do tema. Você pode conferí-los aquiaquiaqui e aqui.

10 Tudo Morre e Tudo Vive outra vez com as Guerras Secretas




Um trabalho com mais de dois anos nos Vingadores - considere bem mais que isso se contar sua passagem no Quarteto Fantástico - finalmente se conclui em Guerras Secretas. No Brasil, a saga chegou com um ano de atraso em relação aos EUA, mas podemos com certeza dizer que teve uma execução impecável por parte da editora Panini. Se extendendo de Agosto até sua conclusão no começo de Dezembro, contou com a maioria dos Tie Ins sendo publicadas em arcos fechados e assim facilitando e muito aos leitores que desejavam acompanhar tudo. E assim, com uma premissa de que Tudo que Morria passaria a Viver, foi encerrado um ciclo no Universo Marvel como o conhecíamos. Certamente, é o melhor trabalho do autor em sua longa passagem pela Casa das Ideias e culmina também com uma bela homenagem a Família Fantástica. Agora, com algumas mudanças marcantes cujos desdobramentos so veremos mais adiante, uma NOVA e DIFERENTE Marvel desponta no horizonte.

Bonus: A Nova e Diferente Marvel que virá!


Não daria pra encaixar direito ainda nada referente a essa nova fase da Marvel, já que as revistas mal despontaram em banca. Mas a nova fase certamente promete, principalmente porque vem acompanhada de um mudança na estrutura das revistas da Panini, passando até números diferentes de páginas e todas com papel LWC a partir de agora. Os novos Mixes são realmente ousados e pelo que se especula, vem por aí uma nova boa leva de encadernados de outros heróis em formato de edições especiais. Certamente, novos tempos virão!

E com isso, fechamos 2016! Um ano que certamente foi bastante intenso e triste em vários aspectos, mas que com todas as dificuldades ainda mostra a que veio na parte que nos cabe. Foi uma lista curta e que certamente mais coisas poderiam se encaixar nela como finalmente as publicações da nova Miss Marvel chegarem ao Brasil, o infeliz encerramento das atividades da divisão de games da Disney e o cancelamento de novas linhas da Disney Infinity ou mesmo a passagem marcante de James Gunn em terras Tupiniquins durante a CCXP. Mas listas são listas e cada um vai ter uma memória mais marcante em seus TOP 10. E vocês? Que outros fatos marcantes da Marvel trariam pra Retrospectiva? Manda aí nos comentários!

Coveiro

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