O universo Millennium já passou por muita coisa, e agora é a hora de investigarmos suas origens e os grandes segredos escondidos por debaixo de seus tapetes. Com a promessa de grandes revelações, Brian Micheal Bendis, o homem que nunca deixou o Ultiverso, se une ao artista Butch Guice para contar esta história de cinco partes, que se inicia em Marvel Millennium 91.
Na primeira cena, passada em um galpão no porto de Manhattan, há seis meses atrás, o Homem-Aranha encontra um desconhecido que veste apenas uma calça roxa rasgada e lhe diz que o segredo é este: tudo está conectado, inclusive eles dois, mas não querem que o jovem herói descubra. Antes que o escalador de paredes consiga entender qualquer coisa, um esquadrão militar comandado pelo General Ross aparece para levar o Dr. Bruce Banner, que logo se transforma no Hulk e foge dali, seguido pelos militares. Para Peter Parker só sobram dúvidas e escombros.
Já nós, voltamos mais no tempo, para agosto de 1942, quando as tropas aliadas enfrentavam os japoneses em Guadalcanal durante a Segunda Guerra Mundial. Lá, o líder do esquadrão americano veste as cores da bandeira em um tipo de fantasia bem ao estilo super-herói. Ao ser facilmente alvejado, o soldado sangra sobre as estrelas e listras que representam sua pátria.
O supersoldado que tombou era um símbolo, mas também um homem comum. Ao receber tal notícia, o presidente Franklin Roosevelt explica que esta é uma guerra de câmeras e filmes. Não é esta imagem da bandeira suja de sangue que eles devem passar ao inimigo. A América precisa de um soldado que seja realmente super. Um símbolo de poder que amedronte seus adversários.
A invasão aliada da Sicília, em agosto do ano seguinte é nosso próximo destino. Lá, os soldados Fisk, Nicholas Fury e o canadense Howlett arrombam um cofre de uma residência destruída, objetivando se apoderarem de seu conteúdo. Mas são impedidos pelo comando da missão e aprisionados pelo crime.
Detido em um lugar que desconhece, Fury é escolhido, dentre seus companheiros de cela, por um cientista do exército como cobaia para um experimento. As características genéticas do apavorado soldado se aproximam das do indivíduo que representou o maior sucesso da equipe do laboratório até então. Uma injeção é aplicada e o soldado se agita, a ponto de provocar uma explosão, que o liberta e tira os demais presentes de cena, por ora.
Nisso, demonstrando incríveis habilidades de luta, Nicholas escapa, se descobrindo no centro da cidade de Nova York. Um soldado informa ao cientista que o fugitivo libertou todos os prisioneiros, e que duas equipes estão à sua procura. O doutor pede para que o encontrem, para que possa agradecê-lo: graças a ele, os cientistas finalmente encontraram o que procuravam.
Alberta, Canadá. Outubro do mesmo ano, 1943. Em um laboratório, um homem é acordado por cientistas, sai de sua banheira e acaba exatamente como Fury, fugindo com um rifle empunhado. Só que, neste caso, em um deserto de neve. Após uma breve caminhada, é avistado e alvejado até a morte por um grupo de soldados. Estes recebem ordens para retornar seu alvo ao laboratório antes que ele acorde. Os guerreiros se espantam com as ordens, e principalmente com o fato de que os buracos de suas balas já estão se fechando.
Nos movemos no tempo para três anos à frente, mas ficamos no mesmo lugar no espaço: Arma X, Subporão Nove. O Dr. Cornelius explica ao senhor Colcord – um provável representante do governo – que, a princípio, seu objetivo ali era criar o Capitão América canadense, seu próprio supersoldado. Mas a ciência por vezes leva por caminhos que você nem mesmo sabia que existiam. Sendo assim, sua equipe alterou o genoma humano de James Howlett e criou algo mais: o que eles chamam de gene mutante. A humanidade criou seu primeiro genoma, e é aquele. Cornelius explica que as características mutantes dependerão dos portadores do gene, e que quando este se disseminar, poderão encontrar todo tipo de habilidades sobre-humanas.
Perguntado sobre a tal disseminação, o cientista explica que a humanidade será extinta um dia, como os dinossauros, e que talvez a interminável guerra mundial que os assola seja uma versão moderna de seleção natural. Então, em vez de procurar novas formas de matar mais homens, eles encontraram uma forma de sobreviver e evoluir. Ali, eles controlam o destino da humanidade. Criaram uma nova espécie, a mutante, e James Howlett é o mutante zero.
Assim, de forma muito interessante, termina a primeira parte da história. Só tenho a dizer que não poderia ter começado melhor e espero as próximas edições para ver onde tudo isso vai dar. Aguardemos.
Léo
