sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

Thor: Ninguém engana o Deus da Trapaça!

Tanarus

Após longos e exaustivos meses,  a saga da Essência do Medo findou-se. E ela causou chagas profundas entre os nossos heróis, principalmente para os deuses.  A Serpente caiu, e Odin levou o corpo do seu irmão para o espaço asgardiano e exilou-se por lá. Os guerreiros de Asgard, por sua vez, ficaram mais uma vez presos em Midgard, com sua casa ainda em ruínas. Já Thor, teve um funeral viking com todas as honrarias e... Esperem aí! Que Thor?


Vimos no epílogo da Essência do Medo da edição 8 que aos poucos, Asgard volta a ser reconstruída. No lugar de Odin, agora são as “mães” que tomam conta de tudo. As ex-esposas de Odin - Freia, Iddun e Gaia - governam numa força tríplice aquilo que será Asgardia. Humanos e Deuses estão  unidos nessa tarefa, sempre protegidos pelos olhos atentos de Tanarus, o Deus do Trovão.

Se você achou que cometemos um deslize e queríamos falar outro nome se enganou. Ao que parece, Thor não é mais o Deus do Trovão, nem o filho de Odin. Na verdade, ele nunca existiu. Tanarus é aquele que desde o inicio das histórias Marvel vem protegendo a Terra e lutando ao lado dos Vingadores. Seu nome é ovacionado com alegria por onde passa, exceto por seu meio-irmão, Loki. Não que o menino odeie ele, mas sim estranhamente tem a sensação que há um engodo ali. E ninguém engana Loki, mesmo em sua forma mais juvenil.

Tanarus

Assim, Loki parte em busca de respostas. Vai até as velhas bruxas do deserto que o ajudaram na última aventura. Encontra uma corrompida Kelda entre elas, e suspeita de que elas escondem algo. Em outra tentativa, Loki vai até o médico aleijado da cidade, Donald Blake, pois suspeita que ele é uma pista importante para resolver aquela trapaça. Blake, no entanto, apenas acha que o garoto está delirando, o que deixa Loki ainda mais revoltado, partindo dali com raiva e arrastando o cajado do médico consigo. Talvez, seja melhor buscar a resposta com alguém de fora. E assim ele se junta a Norrin Radd, o Surfista Prateado, que vem aos poucos tentando se adaptar a vida terrena, o único que provavelmente tem algum poder para desvendar aquela farsa.

Tanarus


As respostas pra essa confusão logo são explicadas na primeira parte dessa história. A realidade não foi de fato alterada (ufa), mas sim as percepções das pessoas, junto com um pouco da boa e velha ilusão. Todos realmente acreditam que Tanarus sempre faz parte de suas vidas. Tudo graças a um encantamento lançado em Ulik, o Troll, que junto com seu rei, tem planos de se infiltrar em Asgard, enfraquecê-la e dominá-la. E junto a eles está Karnilla, a rainha Norne, sob a pele de uma das bruxas do deserto.

Tanarus

E enquanto o farsante ganha mais e mais espaço, você deve estar se perguntando onde estará Thor, o verdadeiro deus nórdico do trovão.  Então, a narrativa da história nos leva para um limbo no espaço, onde Thor, que não mais recordava quem era, está preso em uma das naves que flutuam ao léu por ali, junto com outros deuses esquecidos. Contudo, uma fagulha do seu antigo eu, parece forçá-lo a lembrar quem ainda era. E era preciso Thor se autodescobrir o quanto antes, pois o destino que as naves perdidas rumavam era pra boca do devorador de Deuses, o Demogorge.

Tanarus

Em parceria com o Surfista Prateado (que também não lembra de Thor), o jovem Deus da Trapaça descobre mais uma pista da existência de seu irmão. Com o cajado de Blake nas mãos, ele chama atenção de Norrin Radd, que consegue desencantar a peça e assim revelar o Mjolnir ali escondido.Mas não só os dois estavam desconfiados da tramoia dos Trolls. Heimdall, aquele que tudo vê, percebe que tem algo ali que está sendo nublado propositalmente. Há algo estranho em Tanarus.

Já nos confins do espaço, prestes a ser vítima do Demogorge, Thor resolve que não perecerá sem luta. Parte sua, mesmo amnésica, clama pela antiga vida. Ele não morreria em vão e assim, acaba que arrumando um jeito de conjurar sua velha arma de guerra, Mjolnir, que escapa das mãos do surfista e voa para o espaço numa velocidade impressionante. Assim, em segundos, o Deus do Trovão e seu martelo são reunidos mais uma vez.Agora, ele lembra quem é. Ele é Thor e terá sua vingança.

Tanarus

Adentrando o corpo do Demorgorge, Thor e seus novos companheiros chegam até o centro, o coração do monstro. Ali, é o único lugar fatal para a criatura e num só golpe, o Deus do Trovão, derrota o monstro e ganha assim sua liberdade. É o tempo de voltar para Asgard, para seu lugar, mas desta vez acompanhado pelos outros Deuses esquecidos.

Tanarus

Já nas ruínas da velha Asgard, Tony Stark tem uma conferencia com as três rainhas sobre seus projetos para a futura morada dos deuses, Asgardia. Vislumbradas com aquela maravilha arquitetônica oriunda do conhecimento tecnológico do Homem de Ferro e do que os nove mundos tem a ofertar, Iddun, Freia e Gaia forçam Tony a dar o quanto antes andamento a construção daquela maravilha. E assim efeito.

Contudo, mal Tony dá início ao projeto, a farsa dos Trolls é desmascarada por Heimdall. Ulik, agora sem o rosto de Tanarus, junta-se com seus iguais para saquear Asgardia. E até mesmo Karnilla, a rainha Norne, depois de matar sua irmã bruxa e Kelda, se junta a batalha reforçando o lado inimigo. Em contrapartida, as três deusas regentes vão às armas. Era uma guerra com dois lados pesados, mas é a chegada do verdadeiro Deus do Trovão que faz a diferença. Junto com seus novos aliados, Thor.

Tanarus

Ulik é derrotado. Os trolls recuam. Karnilla é morta por uma espada voraz. Desta forma, as coisas simplesmente voltam ao normal (se é que podemos de fato acreditar nisso) e temos um final feliz. É assim que acredita Loki e é o que ele conta as crianças. Todavia, um deles lembra da morte de Kelda, e o deus da trapaça limita-se a dizer que mesmo a morte não era o fim. E foi com ela que a bela deusa pode finalmente se unir ao falecido Bill, o humano de Broxton que amou.

Tanarus

Essa história, originalmente publicada nas edições 8 a 12 de The Mighty Thor, foram publicadas aqui no Brasil nas revistas 32, 33 e 34 de Homem de Ferro e Thor. Nos novos desenhos magníficos de Pasqual Ferry (auxiliados nas duas ultimas edições por Giuseppe Camuncoli e Pepe Larraz), vemos uma mudança bem sutil na reinterpretação visual de algumas das raças, principalmente dos gigantes do gelo, que agora mais parecem avatares. Não há muita explicação pra isso, e apesar de que todo artista tem sua liberdade, perde-se um pouco da narrativa visual pra quem acompanha as histórias com Olivier Coipel na arte, desde a fase J. Michael Straczynski.

Ainda na mesma edição especial de fevereiros, temos a história continda na edição 12.1 do título original americano, desenhada por Barry Kitson. Nela, temos uma conversa prolongada entre Volstagg e Sif, relembrando grandes feitos de Thor, sempre acompanhado de Loki, histórias com algum respaldo dentro da mitologia nórdica de fato. O grande questionamento de Sif é se este novo Loki é realmente alguém que se possa confiar ou não. Em meio a extensa discussão, uma coisa parece ser clara. Mesmo que não queira mais o irmão, Loki parece ainda estar sendo o mestre da manipulação, articulando assim sutilmente a ação do irmão mais velho, seu novo herói e ídolo.

Tanarus

Matt Fraction parece mais uma vez não acertar a mão, como em X-Men e Essência do Medo.  O plot aqui deixado acabou não criando de fato mistério algum e nem mesmo deixando suspense no ar sobre a suposta morte de Thor. Acabou-se caindo na mesmice, deixando ainda mais pueril todos os grandes confrontos da saga que fez os heróis confrontarem a Serpente.

Coveiro

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