sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

Novos Mutantes: De Casa Nova


Artigo escrito pelo nosso colaborador, Paulo Arthur!

Os efeitos do Cisma chegaram à equipe especial dos X-Men para “assuntos inacabados” e agora Dani Moonstar e cia terão que decidir de que lado ficarão. A equipe criativa formada pela dupla Dan Abnett e Andy Lanning nos roteiros, David López nos desenhos e Álvaro López na arte-final narra a decisão de cada um dos integrantes da equipe e como o Novos Mutantes ficarão nesta nova fase, Regênese.


A história vai acompanhando as decisões de cada um dos personagens quanto à ficar em Utopia ou se mudar para Westchester. A primeira a decidir pela mudança é Karma, que embora tema uma futura solidão, exemplificada em um sonho onde se encontrava em uma Utopia deserta, decide ir para a Escola por ser o lugar mais adequado para o Face, de quem ela está cuidando. Já Sam Guthrie, o Míssil, ainda está se recuperando dos eventos traumáticos da Queda e Ascensão dos Novos Mutantes e Era do X. Ele então foi o outro membro da equipe que se decidiu pela mudança de ares para a Costa Leste.
Mancha Solar e Magma discutiram sobre a escolha que tem que fazer e, quando Roberto da Costa a rememora de que eles tinham uma terceira opção, que era a de morar sozinhos, Amara dá mais um fora nele. No refeitório, Cifra e Warlock discutem as possibilidades em binário e chegam a um acordo em comum.
Na Sala de Perigo, o melhor personagem mutante nas três últimas décadas, Nate Grey, participa de uma sessão de treinamento junto com Esperança. É então que eles discutem a bizarra árvore genealógica da família Summers (afinal, Nate seria um “tio” para Esperança ou versão alternativa do pai dela? Se a primeira opção for escolhida, por que ele estaria tratando Scott como “pai”?). Dentre as motivações do X-Man para permanecer em Utopia estão o fato de que ele nunca considerou a infância algo a ser tão protegido, já que, de onde veio, mesmo as crianças precisavam lutar para sobreviver. Além disso, ele gostaria de passar mais tempo com Ciclope para conhecê-lo e gostaria de ficar em um lugar que pudesse chamar de lar, principalmente por estar praticamente sem poderes. Embora, em momentos de reflexo, a telecinese volte, como Dani Moonstar acabou demonstrando da maneira mais direta possível.

A última a se decidir foi justamente Dani Moonstar, que embora seja uma professora por vocação (algo não lembrado pelos roteiristas), decide permanecer com Ciclope por lealdade àquele que acreditou nela, mesmo ela não tendo mais poderes. Contudo, como mesmo Dani lembra, a sua equipe de X-Men não é exatamente uma equipe de mutantes, afinal é liderada por uma humana e tem um extraterrestre entre os membros. Ao mesmo tempo, ela discorda da posição de ambos (Ciclope e Wolverine) no tocante a se “isolar” do mundo, enquanto ela acredita que o melhor deveria ser a integração para com este.
Assim, ele se reúne com toda a equipe remanescente para saber a opinião deles antes de se reunir com Ciclope e chegarem a um acordo: a equipe permaneceria com Ciclope, ainda trabalhando na resolução de pontas soltas e assuntos inacabados, mas passaria a viver secretamente em São Francisco, com um pouco mais de independência e uma maior integração com a sociedade.

Enquanto eles começam a desempacotar a mudança, Scott telefona para Moonstar, pois ele já tem uma nova missão eles, envolvendo Blink.
Esta história serviu para reordenar os Novos Mutantes dentro do contexto do Cisma e de Regenesis, contudo as mesmas falhas dos arcos anteriores permanecem. Até o momento, a dupla DnA não conseguiu atingir o nível de qualidade que o run de Zeb Wells teve, nem parecendo a mesma dupla que tão brilhantemente escreveu o Cosmo Marvel por tantos anos. Isso fica visível em diversos momentos, como o fato de Míssil e Karma se afastarem da equipe, sendo que, em tese, já estavam afastados. As motivações do Míssil não ficam muito claras, sendo melhor explicadas por Kieron Gillen em outra história, que será publicada em X-Men 134, ainda este mês..
Mancha Solar, Magma, Warlock e Cifra ficam praticamente sem uma opinião formada sobre o evento, apenas repetindo situações comuns deles. De todos, o pior com certeza é o Cifra, que teve uma nítida e infeliz involução de sua personalidade em comparação ao que foi mostrado por Wells, transformando-se de um personagem interessante para uma tentativa de alívio cômico. Os autores também retiraram os poderes de Nate Grey, talvez numa decisão simplista (e particularmente covarde) para não terem que lidar com um personagem overpower, mas não parecem ter uma noção exata do quanto restou de poder a ele. No entanto, ele foi um dos melhores caracterizados, junto com Dani Moonstar, que mais uma vez roubou cena para si na revista. Resta a esperança de que as novas possibilidades de enredo tragam melhores ideias para a dupla de roteirista.
Esta história foi publicada originalmente na edição 33 da revista New Mutants e, aqui no Brasil, saiu em X-Men Extra 133.
Na arte, David López fez uma arte simples, mas bela e competente. Um dos melhores artistas da revista até o momento.
Paulo Arthur

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