Artigo escrito pelo nosso colaborador, Paulo Arthur!
Os
efeitos do Cisma
chegaram à equipe especial dos X-Men para “assuntos inacabados”
e agora Dani
Moonstar
e cia terão que decidir de que lado ficarão. A equipe criativa
formada pela dupla Dan
Abnett
e Andy
Lanning
nos roteiros, David
López
nos desenhos e Álvaro
López
na arte-final narra a decisão de cada um dos integrantes da equipe e
como o Novos
Mutantes
ficarão nesta nova fase, Regênese.
A história vai acompanhando as decisões de cada um dos personagens quanto à ficar em Utopia ou se mudar para Westchester. A primeira a decidir pela mudança é Karma, que embora tema uma futura solidão, exemplificada em um sonho onde se encontrava em uma Utopia deserta, decide ir para a Escola por ser o lugar mais adequado para o Face, de quem ela está cuidando. Já Sam Guthrie, o Míssil, ainda está se recuperando dos eventos traumáticos da Queda e Ascensão dos Novos Mutantes e Era do X. Ele então foi o outro membro da equipe que se decidiu pela mudança de ares para a Costa Leste.
Já
Mancha
Solar
e Magma
discutiram sobre a escolha que tem que fazer e, quando Roberto da Costa
a rememora de que eles tinham uma terceira opção, que era a de
morar sozinhos, Amara dá mais um fora nele. No refeitório, Cifra
e Warlock
discutem as possibilidades em binário e chegam a um acordo em comum.
Na
Sala de Perigo, o melhor personagem mutante nas três últimas
décadas, Nate
Grey,
participa de uma sessão de treinamento junto com Esperança.
É então que eles discutem a bizarra árvore genealógica da família
Summers (afinal, Nate seria um “tio” para Esperança ou versão
alternativa do pai dela? Se a primeira opção for escolhida, por que
ele estaria tratando Scott como “pai”?). Dentre as motivações
do X-Man para permanecer em Utopia estão o fato de que ele nunca
considerou a infância algo a ser tão protegido, já que, de onde
veio, mesmo as crianças precisavam lutar para sobreviver. Além
disso, ele gostaria de passar mais tempo com Ciclope para conhecê-lo
e gostaria de ficar em um lugar que pudesse chamar de lar,
principalmente por estar praticamente sem poderes. Embora, em
momentos de reflexo, a telecinese volte, como Dani Moonstar acabou
demonstrando da maneira mais direta possível.
A
última a se decidir foi justamente Dani
Moonstar,
que embora seja uma professora por vocação (algo não lembrado
pelos roteiristas), decide permanecer com Ciclope por lealdade àquele
que acreditou nela, mesmo ela não tendo mais poderes. Contudo, como
mesmo Dani lembra, a sua equipe de X-Men não é exatamente uma
equipe de mutantes, afinal é liderada por uma humana e tem um
extraterrestre entre os membros. Ao mesmo tempo, ela discorda da
posição de ambos (Ciclope
e Wolverine)
no tocante a se “isolar” do mundo, enquanto ela acredita que o
melhor deveria ser a integração para com este.
Assim,
ele se reúne com toda a equipe remanescente para saber a opinião
deles antes de se reunir com Ciclope e chegarem a um acordo: a equipe
permaneceria com Ciclope, ainda trabalhando na resolução de pontas
soltas e assuntos inacabados, mas passaria a viver secretamente em
São Francisco, com um pouco mais de independência e uma maior
integração com a sociedade.
Enquanto
eles começam a desempacotar a mudança, Scott telefona para
Moonstar, pois ele já tem uma nova missão eles, envolvendo Blink.
Esta
história serviu para reordenar os Novos Mutantes dentro do contexto
do Cisma e de Regenesis, contudo as mesmas falhas dos arcos
anteriores permanecem. Até o momento, a dupla DnA não conseguiu
atingir o nível de qualidade que o run de Zeb Wells teve, nem
parecendo a mesma dupla que tão brilhantemente escreveu o Cosmo
Marvel por tantos anos. Isso fica visível em diversos momentos, como
o fato de Míssil e Karma se afastarem da equipe, sendo que, em tese,
já estavam afastados. As motivações do Míssil não ficam muito
claras, sendo melhor explicadas por Kieron Gillen em outra história, que será publicada em X-Men 134, ainda este mês..
Mancha
Solar, Magma, Warlock e Cifra ficam praticamente sem uma opinião
formada sobre o evento, apenas repetindo situações comuns deles. De
todos, o pior com certeza é o Cifra, que teve uma nítida e infeliz
involução de sua personalidade em comparação ao que foi mostrado
por Wells, transformando-se de um personagem interessante para
uma tentativa de alívio cômico. Os autores também retiraram os
poderes de Nate Grey, talvez numa decisão simplista (e particularmente covarde) para não terem que lidar com um personagem overpower, mas não parecem ter uma noção exata do quanto restou de poder a ele. No entanto, ele foi um dos melhores caracterizados, junto com Dani Moonstar, que mais uma vez roubou cena para si na revista. Resta a esperança de que as novas possibilidades de enredo tragam melhores ideias para a dupla de roteirista.
Esta
história foi publicada originalmente na edição 33
da revista New
Mutants
e, aqui no Brasil, saiu em X-Men
Extra 133.
Na
arte, David López fez uma arte simples, mas bela e competente. Um
dos melhores artistas da revista até o momento.
Paulo Arthur