quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

X-Men Regenesis: Os Lados

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Cedo ou tarde, isso ia acontecer. O caminho que Scott Summers seguia para a sua ideia de salvação dos mutantes era árduo e demandava já muitos sacrifícios. A grande surpresa, no entanto, foi partir de Wolverine o movimento de oposição ao general mutante. Logan, que aprendeu com os X-Men a ser mais humano, a buscar resoluções menos fatalistas em seus confrontos, estava decidido a sair de Utopia e levar dali as crianças que quisessem retomar o sonho de Xavier como originalmente sempre foi. Assim, deu-se o Cisma. Mas que lado cada mutante está apoiando?


Você já conferiu aqui como Ciclope reagiu a saída de parte de seu povo de Utopia, fechando assim um ciclo em sua vida. Também já acompanhou os primeiros dias da Escola Jean Grey para jovens superdotados, o nome da nova escola criada por Logan. Todavia, que motivação tiveram os outros para ficar ou deixar Utopia?

Numa analogia não lá muito feliz, o escrito Kieron Gillen coloca Logan e Scott num confronto primitivo simbólico. Enquanto que Summers é representado por líder adornado com uma cabeça de um Leão, o rei dos animais, de olhos bem vermelhos, Wolverine é um guerreiro voraz que usa restos de uma ossada bem afiada de animal como uma arma. Ao redor, os demais da “tribo” observam, decidindo ali que lugar tomar.

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Como sabemos, o Homem de Gelo foi pra Escola Jean Grey e lá ele é mais que um professor, mas também contador e administrador financeiro. Aqui, Wolverine o convence basicamente pela necessidade de ter mais um membro fundador com ele (com um brinde de umas latas de cerveja junto), mas é talvez na edição anterior, a X-Men 133 da Panini, que vemos uma explicação melhor da saída de Bob. Em confronto direto dele com Scott, faz-se um paralelo de quão eles mudaram e o quão continuam os mesmos. No fim, Bob até brinca com o ex-Líder jogando uma bola de neve em sua cara (como nos velhos tempos) tendo uma reação bem apática do “Magrão”, como lhe é tão comum. Drake apenas ressalta que “no fim, ele não mudou tanto assim”. E é a verdade. Sempre foram perfis diferentes, os caminhos que um dia seguiriam, também.

Outro membro fundador que vai para o lado de Logan é o Fera. Este, sendo o primeiro X-Man a bater de frente com Ciclope, faz questão de ligar para Scott logo após receber o convite de diretor e mais uma vez joga na cara de Summers que foi o pioneiro nisto tudo. Desliga o telefone sem obter resposta, mas com ainda disposto a ter uma  longa briga ainda na questão. Até então, me incomodava ver sempre o Fera retornando a São Francisco e Utopia mesmo brigado com Ciclope, só para “mais uma vez” se despedir de lá. Aqui, finalmente, eu percebo que Hank faz de propósito, provavelmente para irritar ou garantir alguma reflexão do líder mutante, que sempre mostra-se irresoluto ou indiferente a esses ataques a sua moral.

Já o último X-Man fundador, o Anjo, tem ainda seu lado ignorado pro leitor brasileiro. Somente ao acompanhar os acontecimentos após a saga do Anjo Negro na Fabulosa X-Force, teremos uma ideia do seu destino. E isso nos leva a Senhorita Elizabeth Braddock. É quase uma surpresa nessa divisão ela optar pelo lado do Ciclope. Psylocke ainda fará parte do grupo secreto de Wolverine, mas prefere não deixar Utopia, acreditando que a escola é uma ideia retrograda. E o convite que o Ciclope faz para ela ser uma espécie de chefe de segurança é tentador. Todavia, particularmente, acredito que muito da decisão da Srta Braddock aí seja fruto dos acontecimentos recentes com seu amado, Warren Worthington III.

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O Regenesis também traz o fim de dois casais que já estavam instáveis e que enfraqueceram com o Cisma. Kitty Pryde vai acompanhar Wolverine, pois acredita na escola e está disposta a ajudar aquelas crianças. Como vimos, ela será a Diretora de fato do lugar. Contudo, seu namorado, Colossus decide ficar. Ele mudou muito desde que assumiu o poder do Cyttorak. Ficar em Utopia significa não só proteger sua irmã, mas proteger os alunos da nova escola contra qualquer ataque de fúria dele. Pryde não gosta da decisão, mas respeita. Ela pede para chamá-la assim que ele precisar. Já Vampira e Magneto, que nunca chegaram a se firmar de fato lá no espaço, decidem seguir para diferentes lados. Vampira vai pra escola, mas Magneto fica aqui, servindo como braço direto de Ciclope, nesse novo caminho que ele acredita ser o certo.

Além de Vampira, outros que acabaram de chegar do Espaço estão bem perdidos. Destrutor e Lorna não sabem realmente a quem apoiar. Então, Wolverine sagazmente propõe que eles vão se juntar com um grupo mais familiar, o X-Factor, que certamente estará do seu lado nesta. Já a Rachel Grey não hesita em ir para o novo Instituto que leva o nome de sua falecida mãe.

Dado momento, vemos um conflito entre os membros da Geração Esperança. Wolverine quer levar a Idie de qualquer jeito, pois acredita que a menina está completamente perdida sem um bom direcionamento de seus valores. Isso acaba criando um conflito entre Esperança e a Transônica, que têm opiniões distintas sobre o melhor destino para a jovem mutante africana. Esse mesmo debate (que chega a ficar bem esquentado) é reproduzido com mais detalhes nas páginas da X-Men Extra 134, mas vale apenas aqui salientar que Esperança é convencida de que o melhor para Oya é ir com Logan.

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Os Novos Mutantes, como já vimos aqui, decidem apoiar Scott Summers, mas Míssil, ex-líder do grupo seguirá Wolverine junto com sua irmã, Escalpo. Danielle Moonstar, com quem estava começando um romance, se despede com um beijo e fica no ar aquele sentimento melancólico de cisão neste grupo também. O mesmo vale para os mais jovens mutantes ali. Enquanto que uns, apoiados pelo revoltado Satânico, afirmam que não querem mais ter perdas pelas decisões militares de Ciclope; Outros, como o ex-mutante Prodígio, relembra que a escola nunca foi um lugar seguro e ali eles tem mais chance de lutar e sobreviver. E assim, por similaridades de pensamento e ideologia, vemos mais uma divisão de iguais.

De forma rápida, Gillen passa superficialmente pelos demais. Namor tanto apoia as últimas decisões de Ciclope como também tem ali, na base de Utopia, a nova morada de seu povo atlante. A tecnologia consciente shiar chamada Perigo também ficará ali, mantendo seu papel de carcereira. E Illyana sendo uma das presas, acaba continuando ali (até ser convocada pelo próprio Scott como veremos na mesma edição, mas isso eu deixo pro Fernando contar). Já Quentin Quire não tem a mesma sorte e é levado a força por Wolverine (que promete ao Capitão America que estará de olho grudado no moleque, como vimos na última edição mensal da revista do Logan). X-23 parece querer seguir outro caminho alternativo, se houver. E até o Groxo, imaginem só, implora por um lugar na nova escola. E já deu pra tirar boas risadas em seu papel como zelador do lugar, né?

As duas posições finais acabam sendo surpreendentes. Tempestade têm batido de frente com as decisões abruptas de Scott. Como líderes, eles tem opiniões bem distintas e a lógica seria ela seguir Logan. Todavia, Ciclope a convence a ficar. Sendo uma das poucas ali com uma índole resoluta, Ororo seria pra ela a garantia para que nenhuma decisão sua passasse dos limites. Assim, ela fica, e isso acaba sendo um belo golpe no estomago de Logan. A outra mulher mais importante dos X-Men hoje, Emma Frost surpreende o seu marido quando se diz tentada a ir com Wolverine, já que seu papel neste mundo sempre foi o de Professora. Isso quase despedaça o coração de Scott, mas no fim, Frost decide não só ficar por amor ao seu homem, como também vai financiar Utopia com suas ações.

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E assim, fecha-se a edição. Com um plot bem aberto para que esses personagens sejam melhor trabalhados em suas respectivas revistas. Aqui, no entanto, a edição tomou ares muito subjetivos, rasos até, que acabou me incomodando. Tirando as partes envolvendo o Fera e Tempestade, poucos ali me convenceram do porquê seguiam este ou aquele lado. O paralelo “pré-histórico” dado por Gillen aqui foi completamente desnecessário (até deu coceira o me lembrar do arco do Wolverine do Loeb desenhado pelo Bianchi), apenas gastando mais páginas. E até mesmo Billy Tan já teve dias melhores na arte.

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Coveiro

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