Durante as Guerras Secretas, uma excelente Graphic Novel feita por Rick Remender e Jerome Opeña deu um destino final a eterna luta entre Hank Pym e sua criação Ultron. Os dois se uniram em uma só criatura, e para afastar o perigo imediato, o titã Eros usou seu poder para dar aquele novo ser a capacidade de se amar. Confuso e em agonia, Ultron-Pym se refugiou no espaço distante e nunca mais o vimos. Sequer sabíamos direito se poderíamos e onde deveríamos colocar essa Graphic Novel na cronologia oficial. Gerry Duggan e Pepe Larraz ajudaram nisso no próximo arco dos Fabulosos Vingadores.
A história começa imediatamente após os eventos de Vertentes. Vampira foi atrás do Gambit, o verdadeiro, para tirar sua dúvida. Com isso, estragou seu roubo, mas saiu de lá com a verdade - o Caveira Vermelha a enganou dias atrás em Bangália se passando pelo seu ex-namorado. Sobrou apenas ao Cajun arriscar uma cantada pra ex-amante e jogar um verde para quem sabe também ser escalado nos Vingadores - recebeu duas negativas.
Antes de voltar para a base, Vampira foi convocada para ajudar num problema com uma capsula espacial caindo na Terra. Ela partiu a toda velocidade, mas foi atravessada por outro que surgiu repentinamente para salvar o dia. Para surpresa dela e de muitos, era Hank Pym o salvador. Um Hank Pym com umas piadas um tanto esnobes, vale ressaltar. Usava o Ultron como uma espécie de armadura, mas garantiu a mutante que tinha pleno controle sobre ele agora. Vampira disse que estava feliz, e sugeriu que ambos encontrassem Steve Rogers antes de qualquer outra coisa.
Steve Rogers, agora mais uma vez o rejuvenescido Capitão América, porém não o mesmo (como vocês já devem saber) estava junto com Deadpool lutando contra extremistas na reserva ambiental de Los Angeles. Logo recebeu o sinal de alerta de Vampira, e viu a moça chegar para sua surpresa com Hank Pym ao seu lado. Minutos depois, também chegavam o restante do time - Sinapse, Mercúrio, Cable, Tocha Humana e Irmão Vodu. De cara, Cable sugeriu uma análise profunda do traje que Hank Pym usava, mas esse se negou, e aproveitou a situação para negar a "estirpe" desses Vingadores que Steve Rogers juntava. Quando o Capitão insistiu para ele tirar o traje, Pym revelou que ele e Ultron eram agora inseparáveis já que metade de seu corpo humano não mais existia.
Enquanto isso, Pym e Vampira chegaram a antiga Mansão e Pym pareceu bem indignado de ela ter virado um hotel-atração para turistas. Em seguida, Hank pediu para ver o memorial erguido em seu nome e quando encontrou-o no Jardim, lançou um raio e o explodiu Ele reclamou que não estava mais morto e que nenhum dos Vingadores se importou em querer verificar se ele ainda estaria vivo no espaço. Após explodiu a estátua se desculpou pelo momento de euforia e partiu com a mutante ao céus comemorando estar vivo outra vez.
De volta ao teatro, Hank interrompeu a conversa entre Johnny Storm, Deadpool e Cable. Pym reclamava que alguns ali sempre mantinham a esperança de que Reed estava vivo quando os seus pares se esqueceram de checar se ele estava mesmo morto na última aventura. Considerava uma ingratidão da parte da equipe que ele ajudou a fundar. Cable, ao receber uma mensagem de Rogers dizendo que Janet desconfiava de Pym, começou a instigar o temperamento do sujeito. Provocou-o falando que ele era inteligente, mas tornou-se obsoleto com outros gênios presentes se destacando. A provocação era o que precisava para o ex-Vingador perder o controle e revelar que quem estava sob controle era realmente Ultron.
Com isso, parte do teatro foi realmente pelos ares. O Capitão e a Vespa chegaram minutos depois, e Janet usou um mecanismo que soltava um PEM para neutralizar temporariamente Pym. Deadpool a pedido de Janet atirou em Ultron-Pym, mas optou por só raspar sua orelha e dar um tiro de alerta. Pym respondeu atravessando-o com uma garra de metal. Em seguida, foi surpreendido por um soco do Visão, que saiu de debaixo da Terra para pegar Ultron de jeito. Ultron insistia em dizer que eles eram ao mesmo tempo Ultron e Hank Pym, e daí agarrou o Visão e arrastou para longe dali as tapas.
Então, Ultron conseguiu sair de dentro da Caça-Hulk, destruiu o mecanismo de PEM de Janet e forçou a equipe de Vingadores a ter que abandonar a nave nos módulos de fuga. a nave estava muito avariada pra garantir a fuga de todos e eles se juntaram ao menos para deter o vilão no deque principal. Ali no final, ficaram apenas Ultron e Visão. Na briga final, Ultron admitiu que havia matado Pym, mas antes de ser abandonado suplicou como se fosse ele ainda. No fim, acabou de fato jogado ao sol como era o protocolo do projeto ícaro.
Os heróis se salvaram, é claro. A Capitã Marvel surgiu logo atrás com uma nave e garantiu a equipe uma fuga nos últimos instantes. Vodu os teleportou para longe enquanto observavam a outra nave ser consumida pelo sol. Nem todos ali, no entanto, tinham certeza se fizeram o certo.
A última cena mostra Pym e Ultron dialogando antes de serem consumidos pelo sol. Foi Hank quem acabou tendo a ideia de como sobreviver. Usou seus poderes para se reduzir a um átomo e assim sobreviver dentro de um neutrino. Em algum momento, aquele atomo se desprenderia do sol e aí eles voltariam.
Já li muitas histórias do Ultron com os Vingadores. Elas costumam girar nos extremos de muito boas a ruins. E o que tinham feito na Graphic Novel dois anos atrás era algo num patamar bem alto. Qualquer um que pegasse dali, teria que fazer um bom trabalho. É curioso ver que um novato como Gerry Duggan assumiu esse risco e fez só acertos aqui. O complexo de édipo em que o Ultron foi criado assumiu um novo patamar e deu outras possibilidades de trabalhar o personagem e suas similaridades com seu criador, Hank Pym. Essa eterna dúvida se eles são um só ou se sempre foram muito iguais acabou dando uma boa trama e a possibilidade de explorá-la muito mais em futuras histórias.
Coveiro