**Atenção: Contém informações de publicações inéditas no Brasil**
Desde que Asgard e Thor foram apagados da existência em um Ragnarok no qual o deus do trovão quebrou sua circularidade infinita de destruição e criação, não se tinha ouvido mais falar de seu real destino. Isso tudo começou a mudar a partir da última quarta-feira, quando tivemos a estréia do terceiro volume da revista da divindade que é membro fundador dos Vingadores pelas mãos de J. Michael Straczynski e Olivier Coipel.
Donald Blake, outrora a contra-parte terrena de Thor, havia sido apagado da existência por Odin. Ninguém se lembrava de qualquer coisa sobre ele, que permaneceu dessa forma até o Ragnarok, quando finalmente foi libertado. Começamos a saber disso em Fantastic Four 536, 537 e 538, quando se descobre Mjolnir caído em Oklahoma e o Dr. Destino tenta tomá-lo para si. O único que consegue é um "misterioso" homem de iniciais DB. Isso foi mostrado há um ano.

Nesse número 1 da revista Thor vemos um belíssimo diálogo entre o retornado Blake e o deus do trovão no próprio vácuo da inexistência. Um resignado Thor se sente incomodado e deseja saber por que foi convocado. O dr. Blake diz que os dois têm muito em comum. Que não se encontraram por acaso, e que não cabe aos deuses decidirem se os seres humanos devem ou não existir; mas sim ao ser humano se e quando a existência dos deuses é necessária. E, naquele momento, a volta do Thor era imprescindível. Ainda não era hora dele desaparecer para sempre.
O amor de Thor pelo seu mundo natal o deixa confuso, e Blake indica o fato dele ter quebrado o ciclo de destruição e nascimento no qual Asgard se encontrava. Dessa forma, a escrita de seu futuro estava nas mãos do filho de Odin. Apelando também para seu amor pelo mundo mortal, o doutor reforça que a existência dos deuses é decisão dos seres humanos, e que assim todos os conterrâneos do deus do Trovão poderiam renascer.

O ápice da edição vem quando Thor percebe, com a ajuda de Blake, que seu retorno seria algo indesejado por forças obscuras, o que parece estimular sua volta. E, nesse ponto, uma interessante referência a diversas religiões pagãs, nas quais se exaltam ritos de passagem como o nascimento e a morte. Blake diz que tanto um quanto a outra só vêm através de grande dor, de um grande sacrifício. E é lutando e sendo destroçado por diversos demônios que Thor alcança Mjolnir, do qual ambos são filhos, demonstra sua vontade de viver e retorna em grande estilo.

Tal decisão e transformação são prontamente sentidas por Blake no mundo mortal, mais especificamente em Oklahoma, quando resgata sua transformação clássica ao bater com um bastão de madeira no chão.

Como comentado na comunidade Universo Marvel 616, a edição é realmente muito boa e aponta para ótimas possibilidades. Em primeiro lugar, porque apesar de demonstrar que há um recomeço para o personagem, não se esquece nada de seu passado. Pelo contrário, resgata-se seu alterego humano, aparentemente repaginado. Além disso, a expectativa dos próximos números é de uma lenta reconstrução de Asgard e retorno de seus habitantes. Resta-nos saber onde isso se encaixa na cronologia atual. Mas, sem dúvida, é uma forma legítima de reformular o Thor, já que sua própria mitologia admite tal recomeço, que é uma ótima maneira de atualizá-lo. Portanto, digo-te sim (!!) Straczynski e Coipel. Bom augúrios para os dois.
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Donald Blake, outrora a contra-parte terrena de Thor, havia sido apagado da existência por Odin. Ninguém se lembrava de qualquer coisa sobre ele, que permaneceu dessa forma até o Ragnarok, quando finalmente foi libertado. Começamos a saber disso em Fantastic Four 536, 537 e 538, quando se descobre Mjolnir caído em Oklahoma e o Dr. Destino tenta tomá-lo para si. O único que consegue é um "misterioso" homem de iniciais DB. Isso foi mostrado há um ano.
O amor de Thor pelo seu mundo natal o deixa confuso, e Blake indica o fato dele ter quebrado o ciclo de destruição e nascimento no qual Asgard se encontrava. Dessa forma, a escrita de seu futuro estava nas mãos do filho de Odin. Apelando também para seu amor pelo mundo mortal, o doutor reforça que a existência dos deuses é decisão dos seres humanos, e que assim todos os conterrâneos do deus do Trovão poderiam renascer.
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