Assim como outros diretores de Hollywood, James Mangold (que dirigiu Logan e o último Indiana Jones) acha que universos cinematográficos não têm sido uma coisa boa para o negócio do cinema. Na verdade, Mangold está indo tão longe a ponto de dizer que a era de construção de grandes universos de franquias interconectadas do tamanho de um blockbuster é a "morte da narrativa" como a conhecemos!
Em uma nova entrevista com a Rolling Stone, Mangold — o homem que dirigiu dois filmes do Wolverine no Universo X-Men da Fox e um filme de Indiana Jones — deixou claro que "não faço multiversos".
"É estranho que eu tenha trabalhado no mundo do entretenimento de propriedade intelectual porque não gosto de construção de universos com vários filmes", explicou Mangold. "Acho que é o inimigo da narrativa. A morte da narrativa. É mais interessante para as pessoas a maneira como os Legos se conectam do que a maneira como a história funciona na nossa frente.
É verdade que Mangold não está dizendo nada que não tenhamos ouvido antes. Antes que o Universo Cinematográfico Marvel se tornasse um fenômeno de bilhões de dólares, havia escritores, diretores e outros em Hollywood (e além) que diziam que a saga do universo de franquia maior poderia às custas de cada projeto individual ser capaz de contar uma história completa.
Nos últimos cinco anos, à medida que os universos de filmes se expandiram para incluir streaming e conteúdo de TV, essa crítica em particular só cresceu, com até mesmo fãs dedicados frequentemente alegando se sentirem insatisfeitos com suas experiências de visualização por ter que "acompanhar muita coisa". A falta de consistência também tem sido um grande problema, pois projetos têm falhado cada vez mais em somar um todo coeso.
Mangold entende essa frustração – No entanto, o cineasta afirma que sua abordagem é contar uma história independente – uma que pode afetar o público:
"Para mim, o objetivo se torna, sempre, 'O que há de único nisso filme, e esses personagens?' Não fazendo você pensar em algum outro filme ou algum easter egg ou outra coisa, que é tudo um ato intelectual, não um ato emocional. Você quer que o filme funcione em um nível emocional."
Ao dizer isso, James Mangold também se vê assumindo alguns novos projetos de universo cinematográfico. Mangold foi escolhido para fazer um filme de Star Wars sobre o início da Ordem Jedi, bem como um filme do Monstro do Pântano na nova franquia do Universo DC de James Gunn. Em ambos os casos, são filmes que em algum grau fazem partes também de universos compartilhados e que requer que diretores e roteiristas conversem entre si para manter o mínimo de coeso. Olhando por esse ponto, a crítica de Mangold tem sido hipócrita, no mínimo. E por mais que esses seus projetos sejam muito independentes, fica a questão se ele de fato é um diretor bom para assumí-los.
Coveiro